Presidente anuncia hoje membros da CPI do Narcotráfico

O presidente da Assembléia Legislativa, deputado Anderson Adauto (PMDB), deverá anunciar nesta quarta-feira (24/11/1999) o nome dos deputados que vão compor a CPI do Narcotráfico, proposta a requerimento do deputado Agostinho Silveira (PL). O presidente explicou que, respeitando o princípio da proporcionalidade, sete partidos teriam direito à indicação: PMDB, PDT, PFL, PL, PPB, PSDB e PPS. "Mas a nossa preocupação maior - disse ele - é a de escolher aqueles deputados que tenham um perfil adequado para encaminhar os trabalhos dessa comissão e, para isso, estamos negociando com os partidos a fim de garantir a presença de alguns nomes que, originalmente, poderiam estar fora dessa composição".

Anderson Adauto citou o caso da deputada Elaine Matozinhos (PSB), que é delegada da Polícia Civil e, durante um tempo, respondeu pela área que tratava de crimes ligados ao tráfico de drogas. "Ela tem uma contribuição importante a dar neste trabalho e da qual não podemos abrir mão", exemplificou o presidente, citando ainda o nome do deputado Dalmo Ribeiro Silva (PSD), professor de Direito Criminal. "Achamos importante também a participação do PT nessa comissão e, por isso, estaremos negociando com os partidos para chegarmos a uma composição ideal", afirmou Anderson Adauto.

O PSDB já indicou os seus representantes na CPI: como titular, o deputado Antônio Carlos Andrada e, como suplente, o deputado Hely Tarqüínio. O PDT indicou o deputado Marcelo Gonçalves e o PL o deputado Sargento Rodrigues. O presidente Anderson Adauto afirmou também que esta CPI irá desenvolver seus trabalhos com o apoio direto de várias instituições e entidades civis que já atuam, de alguma forma, no combate ao tráfico de drogas. Ele anunciou que, nesta quinta-feira, 25, será realizada uma reunião, na Assembléia, com a participação dos deputados indicados e representantes do Tribunal de Justiça, do Ministério Público Estadual e Federal, da Polícia Civil e Militar e da Polícia Federal, da Associação Brasileira Comunitária para Prevenção do Abuso de Drogas (Abraço), do Centro Mineiro de Toxicomania e da Fazenda Renascer.

"Nessa reunião - afirmou o presidente da Assembléia - vamos discutir uma linha de trabalho para a Comissão e as formas de cooperação que poderemos desenvolver entre as diversas entidades e o Legislativo mineiro". O deputado ressaltou que essa iniciativa é importante, pois todos têm consciência da dimensão das dificuldades que essa CPI irá enfrentar. Anderson Adauto comunicou ainda que representantes da Assembléia de Minas deverão ir a São Paulo, nos próximos dias, para acertar uma ação conjunta desta CPI com a que está sendo criada na Assembléia Legislativa de São Paulo.

O deputado Agostinho Silveira (PL), autor do requerimento que dará origem à CPI, afirmou ontem, que, apesar das dificuldades que deverão surgir neste trabalho, Minas não poderá se omitir neste momento. "O narcotráfico já movimenta no Brasil um montante próximo de R$ 25 bilhões e, deste total, Minas deve estar respondendo por algo em torno de R$ 3,5 billhões. É um quadro muito grave e, mesmo diante das ameaças que temos recebido, não podemos recuar. E a CPI, tenho certeza, contará com o apoio da instituições públicas e de toda a sociedade". O deputado vai sugerir também que a Assembléia de Minas crie um sistema de Disque Denúncia, para receber informações da população sem colocar em risco a vida de pessoas.

O deputado Agostinho Silveira confirmou ainda que, depois de instalada a CPI, ela dará início aos trabalhos imediatamente, podendo se reunir mesmo durante o recesso parlamentar. "Já temos algum material para iniciarmos nossas investigações, como os disquetes que foram apreendidos pela polícia em Belo Horizonte. Esse material não poderá ser enviado para Brasília enquanto não for analisado pela CPI estadual".

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Responsável pela informação: Patricia Duarte - ACS - 31-2907715