Fórum neoliberalismo na Ásia e nas Américas

Uma das razões do atual sucesso do desenvolvimento econômico da China é a forma como o país buscou sua inserção no mu...

22/10/1999 - 15:41

Fórum neoliberalismo na Ásia e nas Américas

Uma das razões do atual sucesso do desenvolvimento econômico da China é a forma como o país buscou sua inserção no mundo globalizado: abertura ao mercado feita gradualmente, com cautela, de modo pensado e respeitando-se as características internas da nação, ao contrário de outros países em desenvolvimento, que não colocaram limites para a abertura ao mercado global. A análise é do economista Fu Mengzi, diretor do "China Institute of Contemporary International Relations", que participou, nesta quinta-feira (21/10/99), no Plenário da Assembléia, do primeiro debate do 5º Evento do "Fórum Políticas Macroeconômicas Alternativas para o Brasil", que discutiu o tema "Os novos atores no mundo".

De acordo com Fu Mengzi, o ambiente de competição exacerbada, gerado pela globalização da economia mundial, foi o grande responsável pela crise que atingiu, num passado recente, os países asiáticos. Para o economista chinês, o ambiente de concorrência acirrada tem causado grande transtorno aos mercados domésticos dos países menos desenvolvidos, que se vêem cada vez mais pressionados e enfrentando dificuldades para aumentarem suas exportações e gerar empregos. "A globalização não acabou com a ordem econômica injusta e, ao contrário, tem favorecido mais as nações que já são mais desenvolvidas", disse. Na sua opinião, os países asiáticos encontram-se hoje mais dependentes da Europa e dos Estados Unidos, "o que é muito perigoso" e aumenta a importância da China para a estabilidade na Ásia. "A China é a chave para essa estabilidade", sentenciou, frisando que o país tem, hoje, "lastro econômico" para resistir a crises externas e tentativas de ataques especulativos contra sua moeda.

Fu Mengzi afirmou, ainda, que a economia chinesa cresceu, entre 1979 e 1999, a uma média de 9,8% do PIB ao ano e que, depois de grandes dificuldades da economia chinesa em 1997, no ano passado o crescimento econômico foi da ordem de 8%. "O padrão de vida dos chineses tem melhorado muito, e rapidamente", assegurou, defendendo o "socialismo chinês" que, segundo ele, combina a teoria socialista com a realidade de um país de 1,2 bilhão de habitantes e grandes diversidades regionais. O economista finalizou sua palestra dizendo que a China precisa do capital externo e da tecnologia estrangeira, mas que o crescimento econômico não pode se dar apenas com base no capital externo.


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