Renovação da concessão dos serviços da Copasa é debatida

Nenhum dos debatedores privilegiados do Debate Público desta segunda-feira (20/09/1999) se posicionou favoravelmente ...

21/09/1999 - 17:46

Renovação da concessão dos serviços da Copasa é debatida

Nenhum dos debatedores privilegiados do Debate Público desta segunda-feira (20/09/1999) se posicionou favoravelmente à não renovação da concessão de serviços da Copasa pela Prefeitura de Belo Horizonte. O vereador José Lincoln Magalhães (PSDB-BH), da Comissão Especial criada para acompanhar o término da concessão de água e esgoto de BH, afirmou que o projeto do prefeito Célio de Castro (PSB), que cria a Superintendência de Água e Esgoto da Capital, vai demorar a ser analisado pela Câmara Municipal. Segundo ele, o assunto é "pouco simpático" para a maioria dos vereadores.

A integrante da Federação dos Trabalhadores das Indústrias Urbanas do Estado de Minas Gerais, Vanda Esther Macamini, defendeu a continuidade do convênio. Para ela, o convênio permite que Belo Horizonte se livre de um êxodo do interior, motivado por pessoas que buscam assistência devido a problemas de saneamento básico. Em sua avaliação, a municipalização buscada por BH somente tem uma preocupação econômica.

Já o diretor do Sindicato da Indústria da Construção Pesada (Sicepot), Júlio César Marques Soares, ressaltou que a entidade está preocupada com a discussão e defende que ela seja feita com muito cuidado. O diretor do Sindicato dos Engenheiros de Minas Gerais (Senge), Sávio Nunes Bonifácio, também defendeu a continuidade do convênio entre a Copasa e a PBH. Em sua avaliação, é o subsídio cruzado existente permite que Belo Horizonte contribua com o saneamento básico de regiões como o Norte de Minas, Vale do Jequitinhonha e Vale do Mucuri. "Isso é importante para a universalização do saneamento em Minas", afirmou.

POSIÇÃO NÃO É CLARA NA FAMOBH
O diretor de Habitação da Federação das Associações de Moradores de Bairros, Favelas e Vilas de Belo Horizonte, Joel Lucas, disse que a entidade não tem uma posição clara e objetiva sobre a renovação ou não do contrato. Ele defendeu, assim como o diretor do Sicepot, que a questão seja melhor discutida, levando-se em conta, inclusive, que Belo Horizonte não tem nascente de água.

O presidente da Associação dos Municípios da Região Metropolitana de Belo Horizonte (Granbel), Carlos Alberto Calixto - prefeito de Santa Luzia - afirmou que o prefeito da Capital, Célio de Castro, deve repensar sobre a não renovação do convênio. De acordo com Calixto, dentro da RMBH, se um município ganha outros perdem. "Não se pode administrar as 26 cidades da Região Metropolitana sem um acordo", defendeu.

E o representante da Assembléia Metropolitana de Belo Horizonte (Ambel), Wander José Godard Borges - prefeito de Sabará, elogiou o trabalho da Copasa e disse que a PBH está preocupada com lucro. "Vamos ser menos egoístas", disse, pregando uma rediscussão do assunto pelo prefeito Célio de Castro.

SIND'ÁGUA DEFENDE NOVO MODELO
O presidente do Sind'água, Solon Pereira, disse ser favorável à continuidade do contrato entre a Copasa e a PBH, sendo que um novo modelo precisa ser implantado, com participação da população e da PBH na gestão do serviço de água e esgoto. Outro que pregou a continuidade do contrato foi o presidente da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária (Abes/MG), Márcio Tadeu Pedrosa. Ele afirmou ser necessária uma parceria entre os municípios para que seja preservado o grande quintal que é Minas Gerais.

O deputado estadual Rogério Correia (PT) disse estar apreensivo com o desenrolar das discussões sobre a renovação do contrato entre a Copasa e a PBH. Segundo ele, a discussão caminhou pouco até agora e não se sabe que tipo de acordo será feito.


Responsável pela informação: Cristiane Pereira - ACS - 31-2907715