Comissão discute violência no centro de Belo Horizonte
Andar pela região central de Belo Horizonte está ficando cada vez mais perigoso. A declaração é da jornalista Michell...
15/09/1999 - 06:35Comissão discute violência no centro de Belo Horizonte
Andar pela região central de Belo Horizonte está ficando cada vez mais perigoso. A declaração é da jornalista Michelle de Toledo Guirlanda, que foi assaltada na região. Ela participou da reunião da Comissão de Defesa do Consumidor, nesta terça-feira (14/09/1999), que discutiu o agravamento da violência no centro da capital, decorrente da ação de menores infratores. Os constantes assaltos têm dificultado o acesso do consumidor de baixa renda ao comércio central, que normalmente opera com preços mais acessíveis.A jornalista relatou que foi abordada por três pessoas, bem aparentadas, no último dia 3 de agosto, por volta das 10 horas da manhã, na avenida Afonso Pena, esquina com a rua Alagoas. Ela disse que foi ameaçada verbalmente, fisicamente e acabou ficando sem o seu dinheiro. "Eles estão cada vez mais espertos. É como se fosse um pedágio: está no centro e tem que pagar com um assalto", protestou. O vice-presidente de Assuntos Públicos da Câmara dos Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), Jeferson Ney Amaral, disse que também já foi assaltado na região central. Segundo ele, a falta de condições de habitação do centro, o que torna a região muito deserta depois de determinada hora do dia, acaba facilitando os assaltos.
Atualmente existem em Belo Horizonte, de acordo com os dados apresentados pelo responsável pelo policiamento do hipercentro da cidade, capitão Aílton Cirilo da Silva, uma população circulante de um milhão e 700 mil pessoas e cerca de 400 menores infratores. Para o deputado João Paulo (PSD), uma solução para garantir a segurança da população seria aumentar o policiamento na região. "Se a Polícia Militar se retirasse da fiscalização do trânsito, que é de responsabilidade da prefeitura, aumentaria o contingente de policiais e assim a segurança", afirmou. Na opinião do deputado Bené Guedes (PDT), é necessário um investimento em segurança assim como é feito em educação e saúde.
Para o educador social do Programa Miguilim da Prefeitura de Belo Horizonte, Marcos Aníbal, a permanência de menores e jovens infratores na rua causa algumas práticas que acabam resultando em violência. Um trabalho educativo, profissionalizante, segundo ele, seria uma possível solução. O capitão Aílton acredita que é preciso ocupar o tempo daqueles menores que vivem nas ruas do centro de Belo Horizonte e que cometem as infrações, seja com educação ou profissionalização. Ele criticou a atuação de algumas organizações não governamentais (ONGs) que durante a noite distribuem comida aos desabrigados. "Ao invés de comida, por que não oferecer um trabalho durante o dia?", questionou o capitão.
A Comissão de Defesa do Consumidor aprovou, ainda, dois requerimentos que dispensam a apreciação do Plenário da Assembléia.
Presenças
Participaram da reunião os deputados João Paulo (PSD), que a presidiu; Bené Guedes (PDT) e Antônio Andrade (PMDB); além do vice-presidente de assuntos públicos da Câmara dos Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte, Jeferson Ney Amaral; do educador social do Programa Miguilim da Prefeitura de Belo Horizonte, Marcos Aníbal; do responsável pelo policiamento do hipercentro de Belo Horizonte, capitão Aílton Cirilo da Silva; e da jornalista Michelle de Toledo Guirlanda.
Responsável pela informação: Carolina Braga - ACS - 31-2907715