Sistema Educacional da Uemg em debate na Alemg

O Sistema Educacional da Universidade do Estado de Minas Gerais (Uemg) foi o tema do Debate Público realizado nesta s...

14/09/1999 - 21:21

Sistema Educacional da Uemg em debate na Alemg

O Sistema Educacional da Universidade do Estado de Minas Gerais (Uemg) foi o tema do Debate Público realizado nesta segunda-feira (13/09/1999), no Teatro da Assembléia Legislativa de Minas Gerais. O Projeto de Lei (PL) 453/99, do governador do Estado, altera dispositivos da Lei 11.539/94, que dispõe sobre a Universidade, também foi discutido. De acordo com o reitor da Uemg, Gerson de Britto Mello Boson, o objetivo da instituição seria o de levar o ensino universitário às regiões carentes e distantes de Minas Gerais. O debate foi proposto pela Comissão de Administração Pública.

Para o reitor, o ensino superior é muito caro e as mudanças propostas pelo PL 453/99 sugerem um novo modelo de universidade, baseado em parcerias e associações com diversas fundações do Estado, que ajudariam a desenvolver e democratizar o ensino de 3º grau . "Não é uma privatização, como apontam algumas críticas ao projeto, pois não se privatiza o que já é privado. Na Uemg somente a reitoria e o campus de Belo Horizonte são públicos", explicou.

Segundo a secretária de Estado de Ciência e Tecnologia de Minas Gerais, Margareth Spangler Andrade, é preciso investir em novas instituições e em pessoal qualificado. "Uma universidade não pode ser medíocre", pontuou. A Uemg, criada em 1989 pela Constituição do Estado, possui nove instituições agregadas no interior que oferecem cerca de 77 cursos de graduação e 50 de pós-graduação lato sensu. De acordo com o presidente da Fundação de Ensino Superior de Lavras, Canísio Ignácio Lunkes, a Uemg conta com 15 mil estudantes em Minas Gerais.

Durante o Debate Público, ao expor o tema "O Papel Educacional da Universidade como Instrumento de Desenvolvimento Regional", o secretário de Estado da Educação, Murílio Hingel, disse que nos países em desenvolvimento a educação é colocada em segundo plano. Ele protestou contra a criação de centros universitários, "um exemplo da falta de incentivo ao ensino superior e que não têm o mesmo compromisso que uma universidade tem". Os investimentos em pesquisa, em laboratórios que são fundamentais à educação, não são um compromisso destas instituições, disse o secretário. Para Hingel, países emergentes como o Brasil não podem abrir mão do conhecimento e da pesquisa, pois assim seriam eternamente manipulados.

CRÍTICAS Á UEMG
O deputado Edson Rezende (PSB) disse ao reitor da Uemg que a instituição é uma universidade privada com fachada de pública. "Ao dizer universidade pública não ouvi a palavra gratuita", criticou. Atualmente, os alunos matriculados em Belo Horizonte pagam duas semestralidades, e aqueles que estudam em fundações vinculadas à universidade no interior, pagam mensalidades. O reitor Gerson Boson respondeu que se todos os recursos necessários fossem realmente repassados pelo governo, o ensino seria gratuito.

PRESENÇAS
Os debates foram coordenados pelos deputados Jorge Eduardo de Oliveira (PMDB) - presidente da Comissão de Administração Pública, Durval Ângelo (PT), e Doutor Viana (PDT); e contou ainda com a participação dos deputados Ambrósio Pinto (PTB), Rogério Corrêa (PT), Arlen Santiago (PTB); as deputadas Maria José Haueisen (PT) e Maria Tereza Lara (PT); e o reitor da Uemg, Gerson de Britto Mello Boson; o secretário de Estado da Educação, Murílio Hingel; a secretária de Estado de Ciência e Tecnologia, Margareth Spangler Andrade e o presidente da Fundação de Ensino Superior de Lavras, Canísio Ignácio Lunkes.


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