Presidente Anderson Adauto recebe líderes do MST
Apoio político e legislativo para a "Marcha Popular pelo Brasil"; para a criação, pelo Governo do Estado, de uma Past...
04/08/1999 - 06:31Presidente Anderson Adauto recebe líderes do MST
Apoio político e legislativo para a "Marcha Popular pelo Brasil"; para a criação, pelo Governo do Estado, de uma Pasta especial para a reforma agrária; e a realização de um ato político, na Assembléia, que discuta a crise econômica por que passa o Brasil, com a presença dos integrantes da Marcha e a participação de especialistas comprometidos com as causas do movimento. Essas foram as principais reivindicações apresentadas pelo líder do Movimento dos Sem Terra (MST) João Pedro Stédile ao presidente da Assembléia, deputado Anderson Adauto (PMDB). Stédile foi recebido pelo presidente nesta terça-feira (03/08/1999) e estava acompanhado do coordenador do Grupo Especial de Acesso à Terra (Geat), Marcos Helênio, e do secretário de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Tilden Santiago, e de outras lideranças do MST.João Pedro Stédile afirmou que o Governo de Minas Gerais tem sido exemplo de "dignidade e resistência" ao projeto econômico do Governo federal, "que está conduzindo o Brasil a uma crise em precedentes". Por isso ele veio a Belo Horizonte buscar o apoio do Executivo e do Legislativo estaduais para a mobilização da sociedade contra o modelo econômico adotado pelo presidente Fernando Henrique Cardoso.
No tocante à reforma agrária em Minas Gerais, Stédile considera fundamental a criação de um órgão com status de Secretaria de Estado para cuidar exclusivamente das questões ligadas à reforma agrária - que poderia ser uma Secretaria especial ou extraordinária ou o Instituto Estadual de Terras, como já existe em outros Estados, segundo informou. "É preciso viabilizar um aparato institucional que independa das decisões do Governo federal", disse ele. Os líderes do MST seriam recebidos também pelo governador Itamar Franco, logo após a visita à Assembléia.
PRESIDENTE APÓIA MOVIMENTO MAS É CONTRA SECRETARIA
O presidente Anderson Adauto compartilhou com o líder do MST as críticas ao modelo econômico federal. Ele comprometeu-se a ajudar a agilizar, no âmbito do Legislativo, a tramitação de qualquer proposta visando facilitar a efetivação, pelo Executivo, da reforma agrária em Minas Gerais. No entanto, o presidente disse que a opção do Governo do Estado é pela redução de sua estrutura administrativa, razão pela qual ele considera inoportuna a criação de uma nova Secretaria.
Adauto disse que a discussão sobre a reforma agrária e a crise brasileira poderá ser incluída na pauta do Fórum "Políticas Macroeconômicas Alternativas para o Brasil", que acontece no próximo dia 10, na Assembléia. Além disso, ele admitiu a possibilidade de realização de um evento no Plenário da Assembléia, no dia 19 de agosto, para debater a crise econômica brasileira, suas causas e possíveis saídas. O presidente solicitou à deputada Maria José Haueisen (PT), que também participou do encontro, que estude a viabilidade do evento e os nomes que poderiam participar do debate.
MARCHA POPULAR JÁ ESTÁ EM MINAS
A Marcha Popular pelo Brasil chegou a Minas Gerais nesta terça-feira (3/8/1999), e deve passar por Belo Horizonte dentro de 15 dias, ficando na cidade nos dias 18 e 19 de agosto. O movimento partiu de Niterói (RJ) no dia 26 de julho e planeja chegar a Brasília na primeira quinzena de outubro, percorrendo um total de 1.267 quilômetros a pé. Integrada por 1.100 pessoas, a Marcha reúne trabalhadores rurais sem terra, pequenos produtores agrícolas, sindicalistas, estudantes, donas de casa, religiosos e militantes das pastorais sociais da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O objetivo é chamar a atenção das autoridades, do governo e da sociedade em geral para "a gravidade do momento histórico que o país está vivendo", segundo informa o boletim de divulgação do movimento.
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