Diretor de construtora fala sobre obras no Grande Hotel de Araxá

A Comissão Especial que estuda a conclusão das obras do Grande Hotel de Araxá recebeu, durante a reunião desta quarta...

09/07/1999 - 06:25

Diretor de construtora fala sobre obras no Grande Hotel de Araxá

A Comissão Especial que estuda a conclusão das obras do Grande Hotel de Araxá recebeu, durante a reunião desta quarta-feira (7/7/1999), cópias de cerca de 20 mil documentos da SCEG Construções e Engenharia Ltda., empresa responsável pelas obras de recuperação do Grande Hotel.. Os documentos foram entregues aos deputados pelo diretor-financeiro da construtora, José Antônio Guimarães Borges, que participou da reunião acompanhado de Rodolfo Ponciano dos Reis, também diretor da empresa.

O material reúne a documentação referente a todos os procedimentos das obras: contratos, medições de campo, faturas, diários de obra, atas de reuniões, notas assinadas pela Comig (Companhia Mineradora do Estado de Minas Gerais, que foi, pelo Estado, a responsável pelo gerenciamento das obras), além de relatórios fotográficos de como o Grande Hotel estava antes e como ficou depois da realização das obras pela empresa. As obras abrangem toda a edificação e a modernização das instalações.

José Antônio Guimarães Borges falou sobre o conteúdo do material, detalhando alguns aspectos do trabalho da SCEG Construções. Segundo o diretor- financeiro, muito do que foi feito pela SCEG foi alterado depois, tendo sido desmanchado. Ele disse que a SCEG sublocou parte do trabalho, contratando outras 51 empresas, o que era legalmente permitido, e necessário devido à especificada e nível de detalhes das obras realizadas no Grande Hotel.

EMPRESÁRIO ESCLARECE DÚVIDA DE DEPUTADO
Questionado pelo deputado Alencar da Silveira Júnior (PDT) sobre a aquisição de uma rede de supermercados e de lojas de material de construção ao longo de sua participação nas obras do Grande Hotel, José Antônio esclareceu que a inauguração da empresa data de 1982 e que o grupo empresarial ao qual pertence a construtora começou a diversificar seus negócios a partir de 1988, muito antes, portanto, de participar das obras do Grande Hotel. Ele citou a inauguração de lojas de material de construção nas cidades de Araxá, Ibiá, Carmo do Paranaíba, São Gotardo, Patrocínio e Patos de Minas (todas inauguradas entre 1988 e 1995, sendo que as de Carmo do Paranaíba, Patrocínio e Patos foram fechadas em 1998, devido à conjuntura econômica do país, segundo ele), e de sete supermercados em Araxá, Ibiá e Patos de Minas (entre 1999 e 1998). Além disso, ele informou que o grupo trabalha também com serviços de transportes especiais.

Respondendo ao relator da Comissão, deputado Luiz Fernando Faria (PPB), o diretor-financeiro da SCEG informou que a previsão orçamentária inicial das obras do Grande Hotel, que era de R$ 6 milhões, foi alterada porque o projeto foi sendo modificado ao longo da realização das obras, por recomendação da Comig. Ele disse ainda que o caráter de urgência da obra foi devido ao risco que existia de comprometimento da fundação estrutural do Grande Hotel, por causa das infiltrações.

PADRE EXPLICA PARTICIPAÇÃO DE LAR DOM ORIONE
Também presente à reunião, o padre Jarbas Serpas, tesoureiro do Lar dos Meninos Dom Orione, explicou a ligação da entidade com as obras do Grande Hotel. A entidade filantrópica foi escolhida pela Companhia Brasileira de Mineração e Metalurgia (CBMM), sediada em Araxá, para ser a repassadora de cerca de R$ 2,7 milhões doados pela CBMM, o que permitiu que o Lar Dom Orione fiasse com 3% desse valor, num total de R$ 80 mil. Tal operação é protegida e autorizada pela Constituição federal e pela Lei Rouanet.

RETENÇÃO DE FITAS DA REUNIÃO
O deputado Alencar da Silveira Júnior (PDT) solicitou ao presidente da Comissão, deputado Rêmolo Aloise (PFL), que as fitas de gravação da reunião desta quarta-feira (7/7/1999), feitas pela TV Assembléia, ficassem em poder da presidência da Comissão e que a reunião, que não foi transmitida ao vivo pela TV Assembléia, não fosse exibida posteriormente, assim como foi feito com a reunião de terça-feira (dia 6/7). Segundo ele, o objetivo é impedir o "uso político" que vem sendo feito de alguns depoimentos prestados à Comissão. A solicitação foi acatada pelo deputado Rêmolo Aloise (PFL).

TRABALHOS PROSSEGUEM NO SEGUNDO SEMESTRE
O presidente da Comissão decidiu também que os trabalhos da Comissão, previstos para serem encerrados antes do recesso parlamentar, devem prosseguir no segundo semestre - a Comissão tem até 30 de agosto para apresentar seu relatório final. Isso porque foram considerados indispensáveis os depoimentos de Carlos Cotta (que se encontra no exterior) e José Cláudio Pinto de Rezende, respectivamente ex-presidente e ex-diretor da Comig.

PRESENÇAS
Participaram da reunião os deputados Rêmolo Aloise (PFL), presidente da Comissão; Aílton Vilela (PSDB), Luiz Fernando Faria (PPB), Alencar da Silveira Júnior (PDT) e César de Mesquita (PMDB).


Responsável pela informação: Cristiane Pereira - ACS - 031-2907715