Canil gera polêmica na cominudade do bairro Guarani

Moradores do bairro Guarani, com o apoio do vereador Célio Moreira, protestaram durante reunião da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia, realizada nesta quarta-feira (07/07/99), contra o funcionamento do canil da Sociedade Protetora dos Animais na região. Os moradores alegam que o canil, que abriga cerca de 1200 animais, além de não ter alvará da prefeitura, causa grandes transtornos para toda a vizinhança, com o mau cheiro e a poluição sonora.

Para o vereador Célio Moreira, o local onde está situado o canil é inadequado por ser uma área residencial. Ele revelou que exames de sangue feitos nos cachorros e gatos do canil confirmaram a existência de mais de cem animais portadores da Leishmaniose. Célio Moreira alertou, ainda, para a existência da doença entre pessoas. "Nós já temos três casos da doença entre humanos, dois adultos e uma criança", disse. O vereador defendeu a legitimidade da reivindicação da comunidade do bairro Guarani. "Essa população está reclamando apenas o seu direito", concluiu.

A moradora Lourdes das Mercês Fonseca denunciou aos deputados que foi vítima de agressão cometida por funcionário da sociedade. Segundo ela, é um desejo de toda a comunidade o encerramento das atividades do canil no bairro. "Ninguém agüenta mais o barulho e o mau cheiro que vem daquele lugar", protestou.

O secretário municipal de Atividades Urbanas (Smau), Délcio Antônio Duarte, disse que a Prefeitura tem consciência de que o local é inadequado para o funcionamento do canil. Ele revelou que a questão está subjúdice e, por enquanto, a Sociedade Protetora dos Animais conseguiu uma liminar que possibilita à instituição manter suas atividades. O deputado Marcelo Gonçalves (PDT), autor do requerimento que originou a reunião, pediu que a vigilância sanitária realize exames nos animais para afastar a ameaça da Leishmaniose.

A presidente da Sociedade Protetora dos Animais, Wanja de Assis Faria Soares, disse que qualquer atitude será tomada depois que saia a decisão judicial. Ela lembrou, ainda, que a sociedade existe para cobrir as falhas do poder público. "Nós recolhemos esses animais porque a prefeitura não tem estrutura para resolver o problema desses cães abandonados", finalizou.

Proposições aprovadas
A Comissão aprovou parecer de 1º turno, da deputada Maria Tereza Lara (PT), favorável ao Projeto de Lei (PL) 340/99, do deputado Carlos Pimenta (PSDB), que cria o programa Ronda Escolar no Estado de Minas Gerais. O PL recebeu parecer pela aprovação na forma do substitutivo n.º 1, que buscou adequar sua redação sem alterar o conteúdo.

Foram aprovados três requerimentos do deputado Sargento Rodrigues (PL) solicitando visita da Comissão ao 25º Batalhão de Polícia Militar em Sete Lagoas; pedindo ao comandante-geral da PMMG informações acerca do número de suicídios de policiais nos últimos cinco anos; e solicitando visita da Comissão ao Hospital Psiquiátrico André Luiz para verificar o número de policiais internados naquela instituição.

Também foi aprovado requerimento do deputado Paulo Piau (PFL), solicitando a realização de reunião conjunta das Comissões de Direitos Humanos, Política Agropecuária e Agroindustrial, e Educação, Cultura, Ciência e Tecnologia para discutir projetos que promovam a ascensão social da raça negra. Aprovado, ainda, requerimento da deputada Maria Tereza Lara (PT) solicitando que a Comissão de Direitos Humanos acompanhe as negociações das 95 famílias, que ocupam a fazenda Ponte Nova em Betim, junto aos órgãos competente visando um desfecho sem violência com os trabalhadores rurais sem terra. A Comissão aprovou uma proposição que dispensa a apreciação do Plenário.

Presenças
Compareceram à reunião os deputados João Leite (PSDB) - presidente, Marcelo Gonçalves (PDT), Glycon Terra Pinto (PPB), Maria Tereza Lara (PT), Miguel Martini (PSN) e Antônio Roberto (PMDB).

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