Indicação do diretor do IMA recebe parecer favorável

A indicação do engenheiro agrônomo Célio Gomes Floriani para o cargo de diretor-geral do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) recebeu parecer favorável da Comissão Especial criada para analisar o titular do órgão. O engenheiro agrônomo foi sabatinado pelos deputados nesta quinta-feira (17/06/1999), e falou sobre as prioridades e os planos de sua gestão no IMA.

Célio Gomes afirmou que as ações principais do órgão terão o objetivo de implantar um sistema de qualidade para todos os produtos agropecuários feitos em Minas. Segundo ele, uma das prioridades é conseguir que o estado seja declarado Área Livre de Febre Aftosa, pois já está há 36 meses sem registrar focos da doença em seus rebanhos bovinos. "No Brasil, apenas os estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina têm a classificação, indispensável para ganhar mercados no exterior, principalmente na Europa", declarou. Célio disse que, apesar do Brasil possuir o maior rebanho comercial do mundo, com cerca de 167 milhões de cabeças, o país participa com apenas 2,6% do valor do comércio mundial de carne.

O setor cafeeiro também terá atenção especial do IMA. Célio disse que Minas produz 52% do café consumido no país, e que o próximo passo agora é ganhar o mercado internacional. De acordo com ele, a implementação dos selos de qualidade do café, divididos por regiões, será intensificada. "No exterior, o Brasil é visto apenas como um grande produtor de café, e a Colômbia, como produtor de café de qualidade", afirmou. Para Célio, esta situação precisa ser modificada.

O deputado José Henrique (PMDB) perguntou ao engenheiro agrônomo de que maneira o Instituto vai combater problemas antigos do setor agropecuário como o abate clandestino de animais e o uso indiscriminado de agrotóxicos nas lavouras. Em relação ao abate clandestino de animais, Célio Gomes afirmou que o IMA vai lutar pela abertura de novas linhas de crédito para os pequenos produtores junto aos bancos credenciados, além de firmar convênios com as prefeituras para a construção de matadouros públicos. "O abate clandestino representa um risco para a saúde pública e um atraso para a modernidade" , disse o engenheiro.

Sobre o uso indiscriminado de agrotóxicos, o IMA vai intensificar a fiscalização do Receituário Agronômico do Crea/MG que, segundo Célio Gomes, é a principal maneira de coibir a venda ilegal do produto e sua utilização irregular. O deputado afirmou também que recebe muitas reclamações de pequenos produtores sobre as altas taxas cobradas pelo IMA, e perguntou ao engenheiro o que poderia ser feito para solucionar a questão. Célio disse que o ideal seria que os pequenos produtores não pagassem taxa nenhuma. Para ele, isso só vai ser possível a longo prazo, e dependerá do sucesso de algumas empreitadas do Instituto, como por exemplo, a declaração do estado como Área Livre de Febre Aftosa. Segundo o engenheiro, se isto acontecer, depois de dois anos, os produtores não precisariam mais gastar com vacinação.

Participaram da reunião os deputados Márcio Kangussu (PSDB), que a presidiu, Marcelo Gonçalves (PDT), José Henrique (PMDB), Paulo Piau (PFL) e Rêmolo Aloise (PFL).

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