Comissão do Cólera no Jequitinhonha visitará Pedra Azul

A Comissão Especial do Cólera no Jequitinhonha, instalada para, no prazo de 60 dias, proceder a estudos sobre a incid...

16/06/1999 - 22:38

Comissão do Cólera no Jequitinhonha visitará Pedra Azul

A Comissão Especial do Cólera no Jequitinhonha, instalada para, no prazo de 60 dias, proceder a estudos sobre a incidência da doença naquela região realizou sua primeira reunião nesta quarta-feira (16/06/1999), elegendo presidente o deputado Arlen Santiago (PTB); vice-presidente, o deputado César de Mesquita (PMDB); e designando relator o deputado José Alves Viana (PDT). Ficou determinado, ainda, que as reuniões ordinárias serão realizadas todas as terças-feiras, às 9h30min.

A Comissão também aprovou dois requerimentos do deputado Márcio Kangussu (PSDB). O primeiro solicita a realização de uma audiência pública na cidade de Pedra Azul, com o objetivo de avaliar a extensão do cólera no município e os riscos da doença se espalhar por outros municípios da região. A audiência será na próxima terça-feira (22/06/1999), às 8 horas, em local a ser determinado. Deverão participar da audiência lideranças comunitárias da região; representantes da Área Leste da Copasa, da Secretaria Estadual de Saúde e do Hemominas.

O outro requerimento aprovado, do deputado Márcio Kangussu (PSDB), solicita que seja incluída nos objetivos da Comissão a avaliação da qualidade do sangue coletado no Vale do Jequitinhonha.

SITUAÇÃO PREOCUPANTE
O deputado Márcio Kangussu (PSDB) fez um relato sobre a situação em Pedra Azul, declarando que a presença do cólera é uma realidade que assusta a população local e deixa apreensivos os municípios vizinhos, que se vêem ameaçados pelo vibrião colérico, dada a velocidade com que ele se propaga. Ele entende que a presença da Comissão Especial e de autoridades da área de saúde na região é importante para que se conheça de perto o problema e para discutir as alternativas de combate à doença, por meio de ações definitivas para erradicá-la. "Afinal, sabe-se que o vibrião tem uma grande resistência, sendo capaz de permanecer por um período de até dez anos na forma latente, dentro de um ambiente constituído por águas poluídas", prosseguiu.

Presente à reunião, o prefeito de Pedra Azul, Ricardo Viana, falou sobre a situação em seu município, traçando um quadro dramático, com a ocorrência de 19 casos suspeitos, 11 confirmados e um óbito. Segundo ele, a cidade se sente impotente e solitária na luta contra o cólera, sem o apoio das autoridades. O prefeito lembrou que o município carece de saneamento básico, razão pela qual este é o segundo surto da doença na região. O primeiro aconteceu em 1993, quando 1.236 moradores foram afetados pela epidemia.

Para Ricardo Viana, por falta de uma política de estratégia, o cólera de Pedra Azul pode estar contaminando populações de outras regiões do Estado e do País, pois o município é considerado ponto de ligação entre o Nordeste e o Sudeste, através da Rodovia Rio-Bahia (BR-116).

Presenças - Participaram da reunião os deputados Arlen Santiago (PTB), César de Mesquita (PMDB), José Alves Viana (PDT) e Djalma Diniz (PSD), Márcio Kangussu (PSDB).


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