Delegado de Juiz de Fora rebate acusações

Luiz Filippe - ACS - 031-2907715 O delegado regional de Juiz de Fora, Elber Machado Cordeiro, acusado pela detetive Cláudia Liliane da Silva Ribeiro de envolvimento em esquema de facilitação de exames para obtenção de carteiras, negou durante reunião da CPI da Carteira de Habilitação, realizada nesta quinta-feira (10/06/1999), ter qualquer participação no esquema. Em seu depoimento, Elber Cordeiro tentou desqualificar as denúncias feitas por Cláudia Liliane.

Ele acusou a detetive de estar recebendo dinheiro referente às taxas para marcação de exames e não efetuá-los. Segundo Elber, uma funcionária da Auto- Escola Minas Gerais apresentou à chefe do Setor de Habilitação da delegacia, Elizabeth Guimarães - também acusada por Cláudia Liliane de participação no esquema de facilitação de carteira - guias de pagamento rasuradas. Interrogada por Elizabeth, a funcionária confirmou que vinha repassando à detetive Cláudia um envelope com dinheiro para o pagamento das taxas de marcação dos exames dos alunos da auto-escola.

Elber declarou que, após a denúncia, afastou a detetive de suas funções até que a sindicância apresentasse uma conclusão. Segundo ele, esses trabalhos levaram dois anos para serem finalizados em virtude da dificuldade de realizar todas as apurações necessárias, como os exames grafotécnico e a pericial nas máquinas de escrever. "Coincidentemente, quando o resultado saiu a detetive apareceu com essas acusações", ironizou.

Questionando a idoneidade da detetive, Elber Cordeiro afirmou ter repassado, ao delegado que conduzia o inquérito sobre o envolvimento de Cláudia com falsificação de guias, uma fita contendo uma gravação em que ela negociava a venda de uma carteira. Sobre o fato de o delegado Elder Gonçalo Monteiro D'angelo ter afirmado à CPI que comunicou o delegado regional da existência de conversas sobre esquemas de facilitação de carteiras, Elber disse que nada foi formalizado. "Ele apenas me relatou o fato. Não me deu um nome, uma prova. Não havia nada a ser feito", disse.

Elber Cordeiro garantiu que não foi afastado da 7ª Delegacia Regional de Segurança Pública (DRSP) por corrupção, mas sim pelo remanejamento que vem ocorrendo nas delegacias regionais do Estado. Ele afirmou que já tem tempo para se aposentar e que não o faz por que entrou na polícia "pela porta da frente e não justifica sair pela dos fundos". Outros cinco depoentes, proprietários de auto-escolas de Juiz de Fora citadas pela detetive Cláudia Liliane, afirmaram desconhecer a existência de facilitação de carteiras no Município. Foram ouvidos Mário Tasso Lima, da Auto-Escola Minas Gerais; José Pires de Toledo, da Andrade; Paulo Batista Soares Sobrinho, da Cordial; Abraão Elias de Oliveira, da Avante; e Luiz Wilson Tavares Almada, da Brasília.

Compareceram à reunião os deputados João Leite (PSDB), que a presidiu, Alberto Bejani (PFL), José Alves Viana (PDT), Miguel Martini (PSN), Márcio Cunha (PMDB) e Bené Guedes (PDT).

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