Comissão discute importância da barragem do rio Jequitaí

O projeto de construção da barragem do rio Jequitaí foi discutido na tarde desta quinta-feira (20/05/1999), em audiên...

22/05/1999 - 06:51

Comissão discute importância da barragem do rio Jequitaí

O projeto de construção da barragem do rio Jequitaí foi discutido na tarde desta quinta-feira (20/05/1999), em audiência pública da Comissão de Meio Ambiente e Recursos Naturais, com a presença de diversos representantes do Norte de Minas - prefeitos, vereadores e outras lideranças envolvidas no projeto. A reivindicação da barragem existe desde a década de 50, e está sendo estudada, atualmente, a implantação de um projeto de irrigação.

O projeto de aproveitamento múltiplo do rio Jequitaí tem como meta a geração de 16 mil empregos diretos e 32 mil indiretos, devendo levar 12 anos para ser concretizado integralmente, a um custo de aproximadamente US$ 240 milhões, com todos os benefícios naturais advindos da geração de empregos. Apesar dos 9 mil hectares inundados, serão outros 35 mil irrigados. Para o deputado Carlos Pimenta (PSDB), autor do requerimento que originou a audiência pública, "não serão medidos esforços para que esse projeto seja realmente implantado e faça não só o Norte de Minas ganhar, mas todo o Estado".

O superintendente da Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (Codevasf), Ciríaco Serpas de Menezes, falou sobre a estrutura do projeto, ressaltando que o empreendimento não é um projeto novo, mas no entanto "é o melhor projeto do Estado". Ele disse que a localização é privilegiada em relação à área de maior consumo do país e que o projeto contará também com a parceria de outros setores da iniciativa pública e privada, como é o caso da Cemig.

PREFEITO EXPÕE PREOCUPAÇÕES
Durante os debates, prefeitos e outros representantes das regiões circunvizinhas falaram sobre o projeto como uma "redenção do norte de Minas". O ex-prefeito de Francisco Dumont, Carlos Mário, registrou a preocupação da sua cidade sobre algumas questões "ainda obscuras" do projeto, propondo que uma audiência seja realizada na cidade com o objetivo de tranqüilizar a população. Para Carlos Mário, o projeto realmente é de suma importância, no entanto é preciso avaliar melhor as conseqüências. Segundo ele, a cidade vem sofrendo com a falta de investimentos, ocasionada pela não concretização definitiva da barragem. "Todos estão esperando que o projeto realmente se concretize para saber os destinos da economia e da população das regiões que serão inundadas, " disse o ex-prefeito.

O prefeito da cidade de Jequitaí, José Humberto, pediu "encarecidamente" que as forças políticas estaduais e federais se unam para deslanchar efetivar a construção da barragem do rio Jequitaí. Ele ressaltou todas a dificuldades que a região tem passado por falta de um plano de irrigação, de geração de empregos e de outras oportunidades.

Os deputados Carlos Pimenta (PSDB), Wanderley Ávila (PSDB), Fábio Avelar (PSDB) e o presidente da Comissão, deputado José Braga (PDT), compartilham da opinião de que é preciso a união de todas as lideranças para que o projeto Jequitaí saia do papel e que o potencial do Norte de Minas seja realmente aproveitado.

PRESENÇAS
A mesa foi composta pelos deputados José Braga (PDT), presidente da Comissão; Wanderley Ávila (PSDB), Carlos Pimenta (PSDB), Fábio Avelar (PSDB); e ainda o prefeito de Jequitaí, José Humberto; o superintendente da Codesvasf, Ciríaco Serpas de Menezes; o presidente da Amams, Ronaldo Mota; o presidente da Avams, Abelard Carlos Pimenta; o prefeito de São Simão, Dênis Simões; e o presidente da câmara de Jequitaí, Baltazar Sampaio.

Estiveram também presentes à audiência os deputados Adelmo Carneiro Leão (PT), Arlen Santiago (PTB), Márcio Kangussu (PSDB); e as seguintes autoridades, representando secretários de Estado: Tito Scarpelli Júnior, pela Secretaria de Meio Ambiente; Fernando Antônio Cardoso, pela pasta da Agricultura; Paulo Roberto de Araújo, em nome do secretário Planejamento. E também: o diretor do Ibama, Jader Pinto Campos Figueiredo, o diretor de desenvolvimento florestal do IEF, Élcio Levi Pinto; Augusto César Santos, da Ruralminas; Wilson Roberto Grossi e Wilson Amaral Júnior, em nome da Cemig, além de diversos prefeitos e vereadores do norte de Minas.


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