Cemig diz que obras de Irapé podem começar em setembro
O diretor de Distribuição da Cemig, engenheiro Aloísio Vasconcellos, anunciou nesta quarta-feira (05/05/99) que a con...
06/05/1999 - 18:18Cemig diz que obras de Irapé podem começar em setembro
O diretor de Distribuição da Cemig, engenheiro Aloísio Vasconcellos, anunciou nesta quarta-feira (05/05/99) que a construção da barragem de Irapé, no rio Jequitinhonha, poderá ser iniciada em setembro deste ano. "A palavra final é do governador Itamar Franco", disse o diretor, em reunião da Comissão Especial da Seca no Norte de Minas, onde falou sobre os problemas relativos à distribuição e tarifação de energia elétrica em áreas de irrigação na Área Mineira da Sudene, bem como sobre o atual estágio do projeto de construção da hidrelétrica de Irapé. Aloísio Vasconcellos anunciou também investimentos da ordem de R$ 56 milhões, para expansão das linhas de transmissão de energia na região de Salinas a Unaí, para aumentar em 200 MVA o potencial da região.O deputado Carlos Pimenta (PSDB), relator da Comissão, apresentou a Vasconcellos reivindicação de produtores do Norte de Minas de redução do custo da tarifa de energia elétrica de 23 horas às 6 horas e sobre o financiamento de equipamento para religação de hora em hora da energia no período noturno, que custa em torno de US$ 3.500. Sobre a hidrelétrica de Irapé, Pimenta disse que é um desafio a ser enfrentado, para a redenção do Vale do Jequitinhonha.
Aloísio Vasconcellos disse que a tarifa de 23 a 6 horas é "tarifa incentivada", mas que a fixação do preço é feita pelo governo federal, através da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Ele disse que os eletricistas da Cemig estão à disposição dos irrigantes para estudar a adoção de equipamentos para religação da energia. Vasconcellos assumiu o compromisso com os parlamentares de que a Cemig, além de incentivar a redução do custo da tarifa, vai estudar a adoção do pagamento trimestral. Ele anunciou também a implantação de energia solar em residências e escolas situadas longe da rede elétrica. A Cemig já atingiu, segundo Aloísio Vasconcellos, 98,7% de eletrificação urbana e 73% da área rural. "O objetivo do governo é cobrir 90% da área rural nesses quatro anos", assinalou.
Irapé - A hidrelétrica de Irapé, no rio Jequitinhonha, deverá gerar 360 MVA em três unidades. A Cemig será responsável por 70% do empreendimento, cabendo 20% à Copasa e 10% a empresas privadas. Segundo Aloísio Vasconcellos, os estudos - inclusive de impacto ambiental - indicam que as obras poderão ser iniciados em setembro.
Esteve presente aos debates o prefeito de Comercinho, Rogério Rafael Rocha, que preside a Associação dos Municípios do Médio Jequitinhonha (Ameje). Ele defendeu a construção da barragem e pediu apoio para as pessoas que serão desalojadas em função do lago. Ele disse que elas precisarão de apoio de infra-estrutura, irrigação e financiamento, para a retomada de suas atividades rurais.
Questionado pelos deputados Dalmo Ribeiro Silva (PSD) e Arlen Santiago (PTB) sobre os projetos da Cemig para os pequenos produtores, Aloísio Vasconcellos disse que o Projeto de Apoio ao Pequeno Produtor (PAP) destinou R$ 36 milhões em recursos e que o PAP2 tem previsão de dispor de R$ 60 milhões, mas o governo federal se nega a avalizar o projeto. O projeto tem, entre outros objetivos, a eletrificação de poços artesianos. Minas está tentando obter também, segundo o diretor de distribuição da Cemig, cerca de R$ 200 milhões dos R$ 2 bilhões que o governo federal destina ao projeto "Luz no Campo". Cerca de R$ 60 milhões serão destinados à área da Sudene. Pro fim, Vasconcellos anunciou ainda o lançamento, em 26 de maio, do esboço do projeto Lumiar, que deverá substituir o programa "Luz de Minas" do governo passado. Segundo ele, o Lumiar oferecerá prazos maiores para os proprietários rurais pagarem parte do programa de eletrificação rural.
Participaram da reunião os deputados Dimas Rodrigues (PMDB), que preside a Comissão, Carlos Pimenta (PSDB), Arlen Santiago (PTB), Dalmo Ribeiro Silva (PSD), Maria José Haueisen (PT) e José Alves Viana (PDT).
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