BDMG e prefeitos mineiros discutem o Somma
A redução das taxas de juros dos financiamentos concedidos com recursos do Fundo Somma e a ampliação do prazo de amor...
06/05/1999 - 05:49BDMG e prefeitos mineiros discutem o Somma
A redução das taxas de juros dos financiamentos concedidos com recursos do Fundo Somma e a ampliação do prazo de amortização das dívidas adquiridas pelo municípios, alterações propostas no Projeto de Lei (PL) 29/99, do deputado Márcio Kangussu, poderá comprometer a viabilização do Programa de Saneamento Ambiental, Organização e Modernização dos Municípios do Estado de Minas Gerais (Somma). A afirmação foi feita pelo presidente do BDMG, Antônio Augusto Trópia Reis, durante reunião da Comissão de Assuntos Municipais e Regionalização, realizada nesta terça-feira (04/5/99), no Auditório da Assembléia Legislativa. A Comissão esteve reunida com prefeitos de vários municípios do Estado e com representantes do BDMG, para discutir os critérios de liberação dos recursos do Somma, a forma como estão sendo feitas as amortizações dos recursos já liberados, e para subsidiar a apreciação do PL 29/99, que altera a lei que criou o Fundo. O Somma foi criado através da Lei nº 11.085 de 30 de abril de 1993, com o objetivo de dar apoio, sob a forma de financiamentos reembolsáveis, a projetos de desenvolvimento institucional, saneamento básico e ambiental, infra-estrutura urbana e de expansão da capacidade de investimento dos municípios De acordo com o presidente do BDMG, órgão executor do Programa e gestor do Fundo, os recursos para viabilização do Somma, são provenientes do Banco Mundial (Bird), que financia US$ 150 milhões, e do próprio Estado, que participa com outros US$ 150 milhões. Segundo ele, mais de 130 municípios no Estado já foram beneficiados e a ampliação dos prazos para amortização das dívidas prejudicaria aqueles municípios que ainda não conseguiram o beneficio. "Uma prorrogação do prazo inviabilizaria a volta dos recursos para o atendimento a outros municípios", disse. O PL 29/99 propõe que o prazo passe de 12 para 15 anos. Outro ponto defendido por Antônio Augusto Trópia, é que não sejam reduzidas as atuais taxas de juros. Segundo ele, atualmente, o BDMG financia a uma taxa de 9,03% de juros ao ano, acrescida de correção pelo IGP-M, que no ano passado teria alcançado um percentual de cerca de 2%. "Para a preservação do Fundo, o Banco defende a manutenção dessas taxas, acrescida da correção", enfatizou. O Projeto do deputado Márcio Kangussu propões que as taxas de juros não sejam superiores a 7,5%. Atualmente, elas não podem ultrapassar 12% ao ano. Burocracia - O prefeito de Campestre, Leandro Antônio Borges, criticou a dificuldade que os municípios têm em conseguir a liberação dos recursos do Somma. Ele disse que a prefeitura de Campestre contratou, várias vezes, firmas especializadas para agilizar o processo, mas não obteve resultados. O deputado José Henrique (PMDB), relator do PL 29/99 e autor do requerimento que deu origem à reunião, também criticou a demora no processo e disse que tem conhecimento de vários municípios que tentaram viabilizar os recursos e não conseguiram. O presidente do BDMG destacou que a burocracia realmente existe, mas a agilização do processo depende do Banco Central. "É burocrático, mas, infelizmente, está fora do nosso alcance minimizar esse problema. A documentação exigida por nós é aquela que o Banco Central exige", disse. Ele defendeu a criação de uma lei que pudesse dar maior flexibilização ao BDMG, tanto no que se refere à agilização do processo quanto no que se refere a flexibilização dos prazos para pagamento das dívidas. "O Banco tem pouca flexibilidade para renegociação de parcelas vencidas, por força da própria lei", declarou. Questionado pelo deputado Jorge Eduardo de Oliveira (PMDB) sobre quais seriam as possibilidades de novas prefeituras serem beneficiadas, Antônio Augusto disse que o BDMG têm recursos em caixa para disponibilizar novos empréstimos mas não o faz porque a liberação desses recursos depende do Banco Central. Críticas - O deputado Márcio Kangussu (PSDB) disse que se o projeto de sua autoria inviabiliza o Somma, será preciso encontrar uma solução que beneficie os municípios e também não penalize o Programa. Segundo ele, o PL 29/99 propõe justamente uma maior liberdade de atuação do Banco para que as prefeituras tenham condições de cumprir os contratos. Ele destacou que, atualmente, existem prefeituras que comprometem até 10% da receita líquida para pagamento das dívidas, apesar dos contratos determinarem que, mensalmente, as prefeituras não podem comprometer mais do que 2% de suas receitas líquidas; O presidente do BDMG disse que o Banco realmente tem a preocupação de somente conceder empréstimos quando o financiamento não ultrapassar 18% da capacidade de arrecadação do município, num prazo de 10 anos, o que corresponderia a um percentual de 1,8% a 2% ao mês. Entretanto, destaca ele, como os contratos forma firmados há alguns anos, vários municípios tiveram diminuição de receita e aumento de despesas, e o BDMG não teria, segundo ele, como prever essas alterações. Presenças - Participaram da reunião os deputados, Ambrósio Pinto (PTB), que a presidiu, Eduardo Brandão (PL), Ailton Vilela (PSDB), José Henrique (PMDB), Márcio Kangussu (PSDB) e Jorge Eduardo de Oliveira (PMDB), além de prefeitos de vários municípios mineiros e presidentes de Associações Microrregionais do Estado.
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