Diretor da Sudenor defende ações preventivas contra seca
O diretor da Superintendência de Desenvolvimento do Norte de Minas (Sudenor), Sérgio Lúis Amaral Ferreira, disse, nes...
01/04/1999 - 09:39Diretor da Sudenor defende ações preventivas contra seca
O diretor da Superintendência de Desenvolvimento do Norte de Minas (Sudenor), Sérgio Lúis Amaral Ferreira, disse, nesta terça-feira (30/3/99), que os projetos de combate a seca devem ser de caráter permanente e não emergenciais. "A Sudenor sempre trabalhou com programas de emergência, temos que tratar o assunto de forma preventiva", ressaltou, lembrando que outra preocupação é a intensidade da seca, já que, segundo ele, não há como evitar o fenômeno. A Comissão Especial foi criada para, no prazo máximo de 60 dias, proceder levantamento no Norte de Minas sobre os efeitos da seca e suas conseqüências para a vida pública, econômica e social na região.O diretor da lembrou que a Sudenor irá construir esse ano 71 poços artesianos, além da recuperação de 110 que estão inacabados. "O objetivo é concretizar esses trabalhos o mais rápido possível", afirmou.
COPASA
O deputado Carlos Pimenta, relator da Comissão Especial, disse que recebeu denúncias contra a Copasa de que barragens foram super faturadas ou que não foram construídas, além de poços artesianos inacabados. "Isso deve ser apurado. Tivemos, também, denúncias de contratos com algumas empresas para perfuração de poços artesianos de, no máximo, 80 metros. Alguns poços foram abandonados, porque nessa profundidade não se encontrou água", lamentou.
O representante da Copasa, Nodge de Castro Maia, afirmou que desconhece as denúncias. Segundo ele, os contratos foram feitos na administração anterior. Ele lembrou que, no ano passado, a Copasa fez 1.000 postos artesianos e 113 barragens na região.
FALTA DE EQUIPAMENTOS
A falta de equipamentos e de recursos é outra realidade no Norte de Minas e Vale do Jequitinhonha. Segundo o secretário-executivo da Associação dos Municípios do Alto Jequitinhonha, Eduardo Pires, em sua região mais de 60 poços artesianos foram perfurados, mas falta equipamentos para instalação destes. "Por causa disso, tem município no Norte de Minas buscando caminhão pipa em Diamantina. Na mesma região, temos um trator de esteira para 21 municípios. Um absurdo", protestou o secretário.
Para o presidente da Associação dos Municípios do Médio Jequitinhonha (Ameje), Rogério Rocha Rafael, se cada município tivesse um trator de esteira daria para construir cerca de 100 barragens médias por ano. "Em pouco tempo o problema da seca seria resolvido", comentou, afirmando que o trator custa 110 mil reais.
DEGRADAÇÃO AMBIENTAL
O deputado Márcio Kangussu (PSDB) disse que o maior problema no combate à seca é a destruição do meio ambiente. Segundo ele, não adianta construir postos artesianos ou barragens, se não mudar a consciência ambiental da população. "Devemos ter paixão para resolver essas questões no Norte de Minas e Vale do Jequitinhonha. O povo é que sofre com esses problemas", comentou.
O coordenador da microrregião médio São Francisco, Armando Francisco dos Santos afirmou que uma saída para resolver esse problema é a inclusão no currículo escolar de uma disciplina de educação ambiental. Ele acredita que a educação deve começar na infância e na adolescência. "Temos várias nascentes e alguns pequenos rios afluentes do Rio São Francisco secando por causa da degradação ambiental. A educação deve começar na escola", afirmou. ]
REQUERIMENTOS APROVADOS
Ainda durante a reunião foram aprovados seis requerimentos:
* do deputado Carlos Pimenta (PSDB), que solicita que seja enviado ofício à Copasa solicitando a programação de investimentos em obras de combate às secas e em saneamento básico no Norte de Minas;
* do deputado Fábio Avelar (PSDB), solicitando que seja formulado convite ao ex-diretor da Copasa Pedro Paulo Ferreira dos Santos para expor sobre o programa de construção de barragens e poços tubulares desenvolvidos durante a sua gestão;
* do deputado Carlos Pimenta (PSDB), solicitando que seja formulado ofício ao presidente do Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam) para que ele esclareça quais exigências foram feitas à Codevasf para proceder ao licenciamento ambiental do barramento de São Gregório, no Norte de Minas;
* da deputada Maria José Haueisen (PT), solicitando a realização de audiência pública em Araçuaí, no dia 29 de abril, para avaliar os problemas causados pelas secas nos Vales do Jequitinhonha e Mucuri;
* do deputado Dalmo Ribeiro Silva (PSD), solicitando que seja feita inspeção nas barragens construídas pela Copasa no Vale do Jequitinhonha e no Norte de Minas, por estas apresentarem problemas técnicos;
* do deputado Dimas Rodrigues (PMDB), solicitando que seja ouvido o senhor Rubens Andrade sobre a construção de barragens no Norte de Minas.
PRESENÇAS
Participaram da reunião os deputados Dimas Rodrigues (PMDB), que a presidiu, Carlos Pimenta (PSDB), Dalmo Ribeiro Silva (PSD), Fábio Avelar (PSDB), Márcio Kangussu (PSDB) e Maria José Haueisen (PT), além do representante da Copasa, Nodge de Castro Maia; do diretor da Superintendência de Desenvolvimento do Norte de Minas (Sudenor), Sérgio Luís Amaral Ferreira; da representante da secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Maria de Lourdes Pereira dos Santos; do secretário-executivo da Associação dos Municípios do Alto Jequitinhonha (Amaje), Eduardo Pires; do presidente da Associação dos Municípios da Área Mineira da Sudene (Amams), Ronaldo Mota Dias; do presidente da Associação dos Municípios do Médio Jequitinhonha (Ameje), Rogério Rocha Rafael; do presidente da Associação do Médio São Francisco (Amesf), Dênio Marcos Simões e do coordenador da micro região médio São Francisco, Armando Francisco dos Santos.
Responsável pela informação: Otavio - ACS - 031-2907715