Indicado para presidência da TV Minas tem nome aprovado

Os indicados para titulares das Fundações Clóvis Salgado, João Pinheiro, Helena Antipoff, TV Minas e Instituto do Pat...

13/03/1999 - 11:27

Indicado para presidência da TV Minas tem nome aprovado

Os indicados para titulares das Fundações Clóvis Salgado, João Pinheiro, Helena Antipoff, TV Minas e Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha) tiveram seus nomes aprovados, nesta quinta-feira (11/3/99), em reunião da Comissão Especial instalada para emitir parecer sobre as indicações. São eles, respectivamente, Mauro Werkema, João Batista Resende, Irene de Melo Pinheiro, Luiz Alberto de Almeida Monteiro e Flávio Carsalade. Agora os nomes terão que ser apreciados pelo Plenário, em votação secreta. A Constituição do Estado determina que os titulares de órgãos da administração indireta terão que ter seus nomes aprovados pela Assembléia.

O relator da Comissão Especial, deputado Agostinho Silveira (PL), opinou favoravelmente às indicações, depois das argüições públicas realizadas nesta semana, quando os sabatinados expuseram seus planos de trabalho e responderam perguntas dos deputados. Nesta quinta-feira (11/3/99), falaram à Comissão os indicados para as presidências da TV Minas, Luiz Alberto de Almeida Monteiro, e da Fundação João Pinheiro, João Batista Resende.

Luiz Alberto de Almeida Monteiro foi questionado sobretudo pelo deputado Amilcar Martins (PSDB), que preside a Comissão e foi secretário de Estado da Cultura no governo Azeredo. Uma das perguntas foi quanto à demissão de 23 jornalistas no início do ano. O indicado para a presidência da TV Minas respondeu que a escolha dos profissionais que seriam demitidos obedeceu a um "critério editorial" da direção de Jornalismo da emissora. Monteiro afirmou também que outros 23 jornalistas foram contratados em substituição aos demitidos. Admitiu, no entanto, que o salário deles é menor que o dos demitidos, em resposta a pergunta formulada pelo deputado Amilcar Martins (PSDB). Sobre o número de profissionais exonerados neste início de ano, Luiz Alberto de Almeida Monteiro afirmou que foram 42 - e não cerca de 100, como noticiado pela imprensa.

QUESTIONAMENTOS
O indicado para a presidência da TV Minas disse, ainda, que o ex-presidente da fundação, Paulo Valadares, teria um plano de demissão de 60 funcionários da emissora. Respondendo também questionamento feito por Martins, encaminhado pelo Movimento Pró-TV Pública, Monteiro disse que não poderia responder se existe intenção de transferir a Rede Minas da estrutura da Secretaria de Estado da Cultura para a da Secretaria de Comunicação. Alegou que ainda não assumiu o cargo. Garantiu também que vai indicar, até o próximo mês, os nomes do Conselho Curador da fundação e disse que sua gestão será democrática. "Criticaram-me sem nem me conhecerem, falando que, por ser pastor, transformaria a emissora em uma tevê evangélica", queixou-se.

O deputado Amilcar Martins (PSDB) cobrou de Luiz Alberto Monteiro explicações sobre o fato de estar encoberto, com uma faixa, o nome da Fundação Renato Azeredo em out-door localizado próximo à entrada da Rede Minas. O out- door lista as entidades e empresas parceiras da emissora. O sabatinado desculpou-se e prometeu resolver o problema. Afirmou, ainda, que tinha determinado não a retirada de um único nome, mas sim do out-door, porque o rol dos parceiros não seria mais aquele divulgado.

REESTRUTURAÇÃO DA TV
Luiz Alberto Monteiro falou, ainda, sobre seus planos de trabalho na Fundação TV Minas. Disse que já enviou à Secretaria de Estado da Administração e Recursos Humanos anteprojeto que reestrutura a emissora, a fim de transformá-la em organização social ou agência executiva, para imprimir-lhe, segundo ele, maior autonomia administrativa e financeira. Disse também que pretende levar o sinal da Rede Minas aos 853 municípios mineiros - hoje ele chega a 518 cidades. Realizar produções de grande porte e promover a integração da rede com outras emissoras, "exportando" programas produzidos aqui, são outros projetos de Monteiro.

O deputado João Paulo (PSD) elogiou a atuação do presidente indicado para a Fundação TV Minas, assim como outros deputados. Os deputados Alencar da Silveira Jr. (PDT) e Agostinho Silveira (PL) lembraram, por outro lado, o papel fiscalizador, pelo Legislativo, das administrações dos órgãos do Executivo. Na platéia, estavam jornalistas da Rede Minas e representantes dos artistas.

JOÃO PINHEIRO
Outro sabatinado foi o indicado para a presidência da Fundação João Pinheiro, João Batista Resende, que foi superintendente do Incra em Minas Gerais e integrou a Comissão Estadual para a Reforma Agrária no governo passado. Resende afirmou que um dos grandes desafios à frente da fundação será catalisar os conhecimentos dispersos sobre planejamento no âmbito do Executivo. "Não existe hoje uma coordenação das instituições que trabalham nessa área", afirmou. Resende afirmou que a Fundação João Pinheiro deverá prestar assessoria direta ao planejamento estadual e ao governo em ações que visem à geração de emprego e renda.

Outro desafio, de acordo com Resende, é captar fontes alternativas de receita, tendo em vista as dificuldades de caixa pelas quais passa o Estado. Ele falou, sobretudo, da possibilidade de atuação no setor de agronegócio. Já o deputado Antônio Júlio (PMDB) indagou sobre a situação do prédio da Fundação João Pinheiro, que, no final de 1998, corria o risco de ser leiloado para viabilizar o pagamento de dívidas trabalhistas. Segundo João Batista Resende, esse risco existiu porque o governo sempre pagou as dívidas trabalhistas no último momento. O passivo trabalhista hoje está na casa dos R$ 3 milhões, sendo que o Orçamento da Fundação para 1999 prevê R$ 1,8 milhões para este fim.

O deputado Amilcar Martins (PSDB) quis saber os planos para o Centro de Estatísticas da Fundação João Pinheiro, a Escola de Governo e o Centro de Estudos Históricos, enfatizando a importância da continuidade desses projetos. Resende afirmou que as atividades e os projetos continuam, lembrando ainda que a Escola de Governo teve, em 1998, 12 mil treinandos, sendo superavitária e contando com uma estrutura enxuta. Sobre a exoneração do pesquisador Antônio Braz, ex-responsável pelo Centro de Estatísticas, Resende afirmou que não houve perseguição, respondendo pergunta do deputado Amilcar Martins (PSDB). Acrescentou que a nomeação de Álvaro Ramalho para titular do Centro atende à proposta de "dar oportunidade aos técnicos da casa".

Presenças - Compareceram à reunião os deputados Amilcar Martins (PSDB), que a presidiu, Agostinho Silveira (PL), Alencar da Silveira Jr. (PDT), João Paulo (PSD), Antônio Júlio (PMDB), Antônio Roberto (PMDB), João Pinto Ribeiro (PTB), Márcio Kangussu (PSDB) e Carlos Pimenta (PSDB).


Responsável pela informação: Fabiana Oliveira - ACS - 031-2907715