Presidente da Assembléia critica cerco a Minas
O deputado Anderson Adauto (PMDB) foi eleito ontem (1º/2/1999) presidente da Assembléia Legislativa. Adauto, que disp...
02/02/1999 - 06:58Presidente da Assembléia critica cerco a Minas
O deputado Anderson Adauto (PMDB) foi eleito ontem (1º/2/1999) presidente da Assembléia Legislativa. Adauto, que disputou sozinho o cargo, recebeu 59 votos dos 77 parlamentares, empossados na tarde de ontem. Foram eleitos também, para compor a Mesa da Assembléia, os deputados José Braga (PDT), para 1º-vice-presidente; Durval Ângelo (PT), para 2º-vice-presidente; Dílzon Melo (PTB), para 1º-secretário, e Gil Pereira (PPB), para 2º-secretário.A eleição para 2º-vice-presidente foi disputada voto a voto. O deputado Durval Ângelo disputou o cargo com o deputado Ermano Batista (PSDB) e venceu por um voto de diferença: 37 a 36, com dois votos nulos e dois em branco. A Primeira Secretaria também teve dois postulantes: o deputado Dílzon Melo recebeu 40 votos, contra 32 dados ao deputado Rêmo Aloise (PFL), com dois votos nulos e dois votos em branco. O deputado José Braga obteve 66 votos e o deputado Gil Pereira obteve 61 votos.
O deputado Luiz de Meneses (PPS), que presidiu a reunião, deu posse ao deputado Anderson Adauto assim que foi proclamado o resultado. Anderson Adauto deu posse aos demais membros da Mesa e declarou instalada a 14ª Legislatura da Assembléia Legislativa.
Em seu discurso, o presidente criticou a política de arrocho imposta pelo governo federal. Anderson Adauto disse que "Minas não pode aceitar, sem protesto, os ajustes fiscais que jogam na rua e no desespero milhões de trabalhadores, fecham hospitais, cortam a merenda escolar, doam empresas estratégicas, reduzem a segurança pública e sacrificam a capacidade combativa das forças armadas, a fim de que haja dinheiro para pagar os mais altos juros do mundo."
Ele disse também que o governo conseguiu aprovar no Congresso todos os ajustes que desejou e eles de nada serviram. Sem a redução dos juros, tornaram mais precárias as finanças, com sacrifício das atividades econômicas e a redução do consumo. Disse que a privatização da Vale do Rio Doce fez o enriquecimento de muita gente e provocou o empobrecimento das regiões que explora.
Anderson Adauto defendeu as ações do governador Itamar Franco de protesto contra o governo federal. "Não pode a União absorver mais de 50% dos tributos nacionais, gastando esse dinheiro na manutenção de um modelo insano e de uma equipe econômica entrega as riquezas e o destino do país ao controle externo", enfatizou. Classificou de "prepotente" a atitude do Ministério da Fazenda, que, por ordem do presidente da República, pediu aos órgãos internacionais que suspendam contratos de financiamento para obras de Minas Gerais e do Rio Grande do Sul.
Sobre o Poder Legislativo, Anderson Adauto frisou que a união em torno do governo de Minas contra a tentativa de sitiar o Estado econômica e política, não significa que a subordinação do Poder Legislativo ao Poder Executivo. "O alinhamento de forças deve fazer-se na independência dos poderes", frisou.
O deputado encerrou o discurso dizendo que é hora de ajustar novo pacto federativo, sendo a União soma de todos os estados e não um poder que se estabeleça isolado da vontade e dos interesses dos Estados.
Reunião permanente - O presidente Anderson Adauto determinou que a Mesa da Assembléia fique em reunião permanente até a abertura dos trabalhos legislativos, no dia próximo dia 17. Pediu também que os partidos indiquem representantes para atuarem junto à Mesa no período. O objetivo é preparar a indicação de deputados para as comissões e traçar as diretrizes da nova gestão da Assembléia Legislativa.
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