Sepultamento de deputado será às 17 horas em Manhuaçu
O corpo do deputado estadual Jorge Hannas (PFL), 73 anos, morto em acidente de carro nesta quinta-feira (24-09), será...
30/09/1998 - 22:24Sepultamento de deputado será às 17 horas em Manhuaçu
O corpo do deputado estadual Jorge Hannas (PFL), 73 anos, morto em acidente de carro nesta quinta-feira (24-09), será velado no Ginásio Poliesportivo de Manhuaçu, cidade onde será sepultado às 17 horas desta sexta-feira (25). Junto com o deputado estava o motorista Idelvi Pereira Santos, que também morreu no local do acidente. Segundo informações da Polícia Rodoviária Federal, o acidente ocorreu às 12h40min desta quinta-feira (24), no km 567 da BR-040, quatro quilômetros após o trevo de Ouro Preto, na Água Limpa.Em respeito à memória do deputado, o presidente Romeu Queiroz (PSDB) determinou a suspensão das atividades oficiais da Assembléia nesta quinta- feira. As bandeiras do Brasil, de Minas Gerais e do Poder Legislativo, que ficam na entrada principal do Palácio da Inconfidência, foram hasteadas a meio mastro.
O Santana placas GVW 1677, de Belo Horizonte, dirigido pelo motorista do deputado, Idelvi Pereira Santos, teria capotado, atravessado a pista e se chocado com a carreta Scania placas KUE 5130, de Volta Redonda, que transportava bobinas de aço e vinha no sentido Rio de Janeiro/Belo Horizonte. Os dois veículos incendiaram e o Santana ficou completamente destruído, sendo que o deputado e seu motorista morreram carbonizados. Idelvi Pereira Santos, 35 anos, era casado com Maria Nilsa dos Santos e tinha dois filhos. Ele era motorista do gabinete do deputado Jorge Hannas (PFL) desde março de 1995. Antes disso, foi motorista do gabinete do ex-deputado Reinaldo Lima (entre 1992 e janeiro de 1995).
O motorista da carreta, Benedito da Silva Filho, 43 anos, teve lesões leves e foi atendido no Pronto Socorro do Hospital João XXIII, em Belo Horizonte. A carreta é de propriedade da Expresso Ouro Branco, de Volta Redonda.
Biografia
Político, médico e produtor rural, Jorge Hannas nasceu em Resende Costa, Minas Gerais, em 20 de agosto de 1925, e era filho de Abrahão Antônio Hannas e Lucília Estefan Hannas. Concluiu seus estudos secundários no Colégio Santo Antônio, em São João del-Rei, em 1945, e formou-se pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, em 1951. Casado com a funcionária pública Cleonice Silva Hannas, tinha uma filha, Geórgia.
Foi professor na antiga Escola Normal Oficial de Manhuaçu (MG); chefe do serviço de cirurgia e diretor clínico do Hospital César Leite, e, Manhuaçu (1968/78); médico da Polícia Militar de Minas Gerais e da Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais. Era sócio fundador da Cooperativa de Leite Realeza Ltda (Copareal).
Foi vice-prefeito de Manhuaçu (1982-1986) e elegeu-se deputado estadual pela primeira vez para a 11ª Legislatura (1987-1991), quando participou da Constituinte (1989). Reelegeu-se para a 12ª (1991-1995) e 13ª Legislaturas (1995-1999). Na Assembléia Legislativa, foi presidente da Comissão de Saúde por três biênios seguidos (de 1989 a 1994); membro efetivo das Comissões de Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural, e de Defesa Social; além de suplente das Comissões de Constituição e Justiça; de Redação e de Administração Pública. O deputado foi também membro do Conselho Estadual de Saúde (1990-1992), órgão da Secretaria de Estado da Saúde.
Dentre as várias matérias de sua autoria que tramitaram na Assembléia, está o projeto que originou a Lei 10.057, de 26 de dezembro de 1989, que instituiu a Fundação Centro de Hematologia e Hemoterapia de Minas Gerais (Fundação Hemominas). Foi também autor do projeto que criou a Fundação Mineira de Saúde da Visão do Estado de Minas Gerais (Lei 12.567, de 11 de julho de 1997).
Filiado ao PFL, pertenceu à UDN, Arena e PDS. Em 1994, Jorge Hannas foi o 21º candidato mais votado pela coligação Movimento Popular Progressista (MPP), que elegeu 21 deputados. O MPP era integrado pelo PFL, PP e PPR. Hannas, do PFL, teve 24.176 votos.
Acidente anterior (*)
Na tarde de 16 de fevereiro do ano passado, um domingo, o deputado Jorge Hannas esteve envolvido num outro grave acidente de automóvel, em local muito próximo ao do acidente que lhe tirou a vida nesta quinta-feira - foi no local conhecido como "Curva do Sabão", no km 574 da BR 040, a sete quilômetros do local onde aconteceu o acidente fatal. O parlamentar ficou ferido no rosto, cabeça e torax. Ele retornava a Belo Horizonte com a família, quando o seu Jeep Pajero derrapou, capotou e caiu numa ribanceira de mais de 40 metros. Além de Jorge Hannas, estavam no veículo sua filha, Georgia Silva Hannas; sua mulher, Cleonice Silva Hannas; a empregada da família, Marta Maria de Oliveira; e a amiga de Georgia, Daniele Augusta de Alburqueque. No dia 17 de fevereiro, Daniela morreu no Hospital Mater Dei, vítima de politraumatismo.
(*) Informações publicadas em jornais diários de Belo Horizonte, à época do acidente
Suplente
O primeiro suplente da coligação MPP, em 1994, era João Batista Marques, que se elegeu prefeito em 96. Três deputados eleitos pelo MPP também se elegeram prefeitos em 96: Carlos Murta (Vespasiano), Jairo Ataíde (Montes Claros) e Luiz Antônio Zanto (Frutal); e deram lugar a três suplentes: Wilson Pires, Ambrósio Pinto e Luiz Fernando Faria. O quarto suplente foi Elmiro Nascimento, eleito prefeito de Patos de Minas. O quinto era Jaime Martins, que chegou a assumir uma vaga mas morreu em março do ano passado.
Atualmente, o primeiro na lista de suplentes é Vicente de Faria Paiva, que também se elegeu prefeito em 96 (Conselheiro Lafaiete). O nome seguinte na lista é o de Isabel Aparecida do Nascimento, que disputou a eleição de 94 pelo PP e teve 18.049 votos. Ela é mulher do deputado federal Wagner do Nascimento (PPB).
Isabel Aparecida tem 49 anos e está disputando uma vaga para a Assembléia pelo PPB. Ela é pedagoga, foi secretária de Ação Social de Uberaba (1983-1988) e disputou a prefeitura desta cidade em 1992. Sua atuação política é concentrada em Uberaba, Campo Florido, Conceição das Alagoas, Água Comprida, Delta e Sacramento.
De acordo com o Regimento Interno da Assembléia, o presidente Romeu Queiroz tem 48 horas para declarar a vacância, e o suplente tem até 30 dias, renováveis por igual período, para assumir a vaga.
Responsável pela informação: Fabiana Oliveira - GCS - 0231-2907812