Teleconferência polariza capital e interior
A teleconferência "Legislação Eleitoral", promovida pela Assembléia Legislativa e pela Associação Mineira do Ministér...
10/06/1998 - 02:32Teleconferência polariza capital e interior
A teleconferência "Legislação Eleitoral", promovida pela Assembléia
Legislativa e pela Associação Mineira do Ministério Público, na manhã
desta terça-feira (09/06), contou com a participação de milhares de
pessoas da capital , do interior e de outros estados, bem como de
políticos de todas as áreas, promotores de justiça e juízes de direito. O
evento foi transmitido para todo o país por antena parabólica, na
frequência 3870, entre TV Bandeirantes e Rede Vida. Em Belo Horizonte, os
debates foram transmitidos ao vivo pela TV Assembléia, canal 11 do
sistema a cabo. Questões como contratação de servidor no período
eleitoral, através do sistema de contrato temporário; candidatura de
religiosos; realização ou homologação de concursos públicos; gastos com
propaganda eleitoral, entre outros aspectos da lei, foram esclarecidos
pelos debatedores, através de resposta direta e ao vivo
A teleconferência foi aberta pelo presidente da Assembléia, deputado
Romeu Queiroz (PSDB), que falou sobre a importância da iniciativa. O
presidente da Associação Mineira do Ministério Público, Olavo Antônio de
Morais Freire, salientou que "o homem não pode viver sem o oxigênio da
democracia". Lembrou a luta cotidiana do Ministério Público, por meio de
cada promotor de justiça, para que as leis sejam efetivamente respeitadas
pelos grupos e indivíduos - sejam eles pobres ou ricos, poderosos ou
não.
Professor da UFMG e diretor-presidente da Vox Populi criticam mudanças a
cada pleito
O professor da Faculdade de Direito da UFMG, José Alfredo de Oliveira
Baracho, criticou o excesso de normas eleitorais que vêm desde o Império
até os dias de hoje. "A cada eleição edita-se um novo código", acentuou.
Ele defendeu o enxugamento da legislação eleitoral, para que o Brasil
tenha normas efetivamente funcionais e menos complexas.
O diretor-presidente da Vox-Populi, Marcos Antônio Coimbra, criticou
também o excesso de mudanças na legislação eleitoral. "Em razão das
constantes modificações, a população não conhece e não confia no
processo. Cada eleição é de um jeito e, a cada dois anos, o país fica
aguardando como será o próximo pleito", afirmou.
Pesquisas - Coimbra falou, também, sobre a falta de liberdade para
divulgação das pesquisas eleitorais, prática comum em todos os países
desenvolvidos. Afirmou, por outro lado, ser contra a realização de
pesquisa de boca-de-urna no dia da eleição, porque isso poderia perturbar
o bom andamento da votação.
Novidades - O ex-juiz do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e professor de
Direito Eleitoral, José Nepomuceno Silva, falou sobre algumas novidades para
as próximas eleições. Entre elas, a escolha do primeiro e do último domingo de
outubro para a realização do primeiro e segundo turnos; e a reeleição de
prefeitos. Defendeu que a população tenha maiores esclarecimentos sobre o que
significam os votos nulo e branco, para que o eleitor os exercite com
conhecimento
Poluição visual - Convidado a participar como debatedor, o secretário-geral
do PFL, Alcir Nascimento, abordou a questão da propaganda eleitoral; a
rigorosa disciplina a que está subordinada a matéria; e a poluição
ambiental provocada pela fixação de out-doors, cartazes, faixas e
estandartes. Segundo Nascimento, faltou à lei eleitoral a exigência da
retirada "dessa propaganda poluente após as eleições".
O promotor de justiça Edson de Resende Castro falou sobre o papel do
Ministério Público, ao exigir o cumprimento da legislação para que o
eleitor "possa depositar nas urnas sua verdadeira vontade". Como
coordenadora dos debates, atuou a jornalista do jornal Estado de Minas,
Bertha Maakaroun.
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