Bancada do PT obstrui votação de projeto da Paraibuna de Metais
A bancada do Partido dos Trabalhadores (PT) utilizou todos os artifícios regimentais para impedir a votação, em 2º tu...
15/06/1998 - 19:11Bancada do PT obstrui votação de projeto da Paraibuna de Metais
A bancada do Partido dos Trabalhadores (PT) utilizou todos os artifícios regimentais para impedir a votação, em 2º turno, do projeto de lei 787/96, do governador do Estado, que autoriza o Poder Executivo a realizar transação com a Companhia Paraibuna de Metais que culmina na anistia de um débito tributário da empresa para com o Estado. Na Reunião Extraordinária da manhã desta quarta-feira (26), durante duas horas, os deputados Durval Ângelo, Gilmar Machado, Almir Cardoso, Maria José Haueisen, Anivaldo Coelho e Geraldo Nascimento se revezaram na Tribuna impedindo a votação da matéria, sob o argumento de que o benefício previsto no projeto deveria ser estendido a todos. Dois requerimentos foram apresentados durante o processo de encaminhamento de votação. Um requerimento do líder do PT, deputado Durval Ângelo, solicitando a votação nominal do projeto e outro requerimento do líder do Governo, deputado Romeu Queiroz, solicitando o encerramento da discussão, já que o tempo dos quatro oradores se esgotara, depois de 30 minutos para cada um. A reunião foi encerrada por falta de quórum e os requerimentos não foram votados. Reunião da tarde - A obstrução se repetiu à tarde. Com o Plenário esvaziado, o deputado Gilmar Machado (PT) pediu o encerramento da Reunião Ordinária Deliberativa por falta de quórum. A previsão era que os projetos do Governo começassem a ser votados ainda na noite desta quarta-feira (26). Segundo o deputado Durval Ângelo, líder do PT, o partido não tinha mais condições técnicas de obstruir o processo, pois já haviam sido encaminhados requerimentos de votação simbólica, nominal e destacada, além do recurso de usar a Tribuna. Entre os projetos constantes da pauta da Reunião Extraordinária Deliberativa das 20 horas desta quarta-feira, estavam os PLs 787/96, que trata da Paraibuna de Metais; 817/96, que autoriza o Executivo a assumir débito da empresa MGS; 814/96, que cria o Fundo de Desenvolvimento de de Indústrias Estratégicas (Fundiest); e 815/96, que trata da doação de imóvel à Mercedes Benz para instalação de sua fábrica em Juiz de Fora. Esses projetos podem ser apreciados, em 2º turno, na reunião da Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária da manhã desta quinta-feira. Justiça - O deputado Gilmar Machado informou, ainda, que o PT vai obstruir, principalmente, o processo de votação de duas proposições: o PL 813/96, do governador, que institui cobrança de contribuição previdenciária para complementar o custeio da aposentadoria do servidor público estadual; e o projeto do Governo que trata do Programa de Demissão Voluntária (PDV). O deputado afirmou, também, que o partido pretende entrar, na Justiça, com uma ação contra o PL 813/96, pois, segundo a bancada, a proposta é inconstitucional. O projeto garante uma escala de alíquotas progressivas, variando de 8% até o máximo de 12%, incluídos os valores atualmente pagos ao Ipsemg e ao IPSM. O Executivo alega, na mensagem que encaminhou o projeto à Assembléia, que o objetivo da proposta é iniciar a construção de um sistema previdenciário sólido. Segundo dados do Governo, o Estado gasta cerca de R$ 120 milhões mensais com o pagamento de aposentadorias, o que representa um gasto de 35,76% das despesas com pessoal - que consomem mais de 78% das receitas líquidas correntes. Entre os motivos alegados pelo PT para argüir a inconstitucionalidade do PL 813/96, destacam-se: o fato de que matéria previdenciária deve tramitar em forma de um projeto de lei complementar e não projeto de lei ordinária; o entendimento de que a contribuição não deveria ser remetida diretamente aos cofres do Tesouro (como determina o projeto), mas sim ao Instituto de Previdência do Estado; e o fato de que a contribuição do empregado está sendo elevada sem o conseqüente aumento da cobrança da parte que cabe ao empregador. Gilmar Machado informou, também, que pretende apresentar, na próxima terça-feira (2/7), substitutivo ao projeto durante reunião da Comissão de Constituição e Justiça.
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