Meio Ambiente discute recuperação da Lagoa da Pampulha

As soluções para os problemas da Lagoa e da Bacia da Pampulha nunca serão definitivas e não podem ser feitas de forma...

15/06/1998 - 19:04

Meio Ambiente discute recuperação da Lagoa da Pampulha



     As soluções  para os  problemas da  Lagoa e  da Bacia da Pampulha

nunca serão  definitivas e não podem ser feitas de forma isolada pelos

municípios de Belo Horizonte ou de Contagem. É preciso que eles, junto

com o  Governo,  sociedade  e  empresas  se  comprometam,  através  de

consórcio ou  convênio, a  tomarem  medidas  que  atuem  na  causa  do

problema e  não apenas ações paliativas. Esses pontos foram levantados

na reunião  da Comissão de Meio Ambiente, realizada nesta quarta-feira

(26/6), para  debater os  problemas ambientais  da Lagoa da Pampulha e

propor sugestões que impeçam o seu desaparecimento.

      Vários  programas e  medidas estão  sendo realizadas  tanto pela

prefeitura de  Belo Horizonte,  quanto pela  de Contagem. Entre outras

medidas tomadas pelo município de BH está o  Programa de Recuperação e

Desenvolvimento Ambiental  da Bacia  da Pampulha, elaborado em 93, que

está sendo  implantado. Neste  Programa estão  incluídos 20 projetos e

uma das ações é a busca de financiamento externo, cerca de 130 milhões

de dólares,  com a  Agência Governamental  Japonesa. Apesar  de já ter

sido aprovado, o recurso ainda não foi liberado.

      Outro  programa que  irá beneficiar  a região,  já que  Bacia da

Pampulha é  sub-bacia do  Onça, é o Programa de Saneamento da Bacia do

Arrudas e do Onça (Prosam), estimado para ser concluído no ano 2000, .

Esse programa  abrange apenas  de córregos  e esgotos. O administrador

regional da  Pampulha, Wagner  Caetano  de  Oliveira  acredita  que  o

Programa de  Recuperação e  Desenvolvimento  promovido  pela  PBH,  ao

contrário do  Prosam, prevê  não só  a recuperação  da  Lagoa,  mas  a

melhoria de vida do cidadão.

     De 1993  até agora, a Prefeitura investiu R$ 13 milhões  em ações

que visam  melhorar e  contribuir para  resolver os  problemas. Wagner

Oliveira afirmou, ainda,  que as ações realizadas são como maquilagens

na Lagoa ao invés de atacar as causas reais.

     Segundo  o   prefeito  de  Contagem,  Altamir  José  Ferreira,  a

administração tem  se empenhado em resolver o problema  do esgotamento

sanitário através  da realização  de várias  obras. Entre elas, está a

implantação da  avenida Sarandi,  que além  de  melhorar  o  trânsito,

possibilitará  a   evasão  de  esgoto  sanitário.  Também  está  sendo

implantado o  aterro sanitário.  O prefeito  frisou que, apesar de não

ter alcançado  resultados efetivos, nunca se fez tanto para amenizar o

problema como nos últimos sete anos.

     Para resolver os problemas que existem na Bacia, já que a Lagoa é

apenas  um   indicativo,  uma  questão  fundamental  é  o  esgotamento

sanitário. Para  isso,  a  Feam  está  fazendo  um  cadastramento  das

indústrias de  Contagem para  saber que  tipo de  detritos estão sendo

jogados na  Lagoa, uma vez que 60% dela estão situados no município de

Contagem. Segundo  a secretária  Municipal de  Meio Ambiente  de  Belo

Horizonte, Izabel  Cristina Chiodi  de Freitas, o parque industrial de

Contagem  é   rico  e   conseqüentemente  possui  resíduos  de  várias

naturezas.

     As diretrizes  já foram  tomadas e se as ações não são visíveis é

porque não  foi feito  um convênio  entre as duas administrações. Essa

foi a  posição do  representante da  Feam, Berneval  Alves Laranjeiras

Filho. Ele  afirmou que  o Copam  se  reuniu  com  representantes  dos

municípios e  interessados e fizeram um levantamento de tudo o que era

necessário fazer  naquela região. Berneval Filho ressaltou que, apesar

das medidas  isoladas  feitas  pelas  prefeituras,  a  Lagoa  continua

bastante assoreada.  Isso  só  será  resolvido,  segundo  ele,  quando

existir a  articulação dos  municípios com  o objetivo  de  atacar  as

causas do problema.

     Durante a  reunião também  foi aprovado  requerimento do deputado

Marcelo Gonçalves  (PDT), solicitando  visita à Lagoa da Pampulha para

identificar possíveis  problemas e  buscar soluções. A Comissão também

apresentou   balanço sobre os trabalhos  realizados neste 1º semestre.

Participaram da  reunião os  deputados Ivo  José (PT), que a presidiu,

Anônio Roberto  (PMDB),  Marcelo  Gonçalves  (PDT),  que  solicitou  a

reunião,  e   Péricles  Ferreira  (PSDB).  Também  estava  presente  o

secretário de Meio Ambiente de Contagem, Isnard Monteiro Horta.

Responsável pela informação: Ramiro Batista - GCS