Presidente da MGS explica dívida a ser assumida pelo Estado
O presidente da empresa MGS - Minas Gerais Administração e Serviços SA, Messias Pacheco Alves, disse que o cálculo da...
15/06/1998 - 19:04Presidente da MGS explica dívida a ser assumida pelo Estado
O presidente da empresa MGS - Minas Gerais Administração e Serviços SA, Messias Pacheco Alves, disse que o cálculo da dívida da empresa foi feito por fiscais do INSS e refere-se exclusivamente à falta de recolhimentos de contribuições previdenciárias. Segundo ele, dos R$ 23 milhões 981 mil, apenas R$ 2,7 milhões referem-se à dívida, sendo o restante resultado de juros e correção monetária, uma vez que a inflação era muito alta no período (fevereiro de 1988 a dezembro de 1994). Ele e três outros diretores da empresa participaram de reunião conjunta das Comissões de Constituição e Justiça e de Fiscalização Financeira e Orçamentária da Assembléia Legislativa, na última terça- feira (25), para discutir o Projeto de Lei nº 817/96, do governador do Estado, que autoriza o Executivo a assumir débito da MGS. Em reposta a questionamentos do deputado Marcos Helênio (PT), que solicitou a reunião, o presidente da MGS esclareceu que a maior parte da dívida refere-se a recolhimentos que deveriam ter sido feitos pelo empregador. A parte do empregado corresponde a cerca de R$ 500 mil. Ele não soube dizer, no entanto, quem eram os diretores da empresa na época e declinou de responder à pergunta do deputado Durval Ângelo (PT), sobre a possibilidade de empreender medidas judiciais para responsabilizar os que negligenciaram o pagamento das obrigações previdenciárias. Segundo Messias Pacheco Alves, a falta do pagamento deveu-se a problemas de fluxo de caixa. Ele observou que uma das atividades da empresa é gerir o passivo trabalhista do Estado, que, na maioria das vezes, não repassa os recursos à MGS no prazo determinado. O deputado Durval Ângelo (PT) questionou, ainda, o motivo para que o Governo esteja priorizando o pagamento dessa dívida. Messias explicou que a MGS é uma empresa pública, sendo 99% de propriedade do Estado e 1% da Imprensa Oficial. Em 1991, quando o Estado adquiriu a Crediserv (transformada em MGS), assumiu os passivos trabalhistas e débitos dos servidores detentores de função pública absorvidos pela administração direta. Assim, o débito teria que ser quitado pela empresa - que não tem condições - ou pelo Estado. Dessa forma, o Estado decidiu se utilizar da oportunidade dada pela legislação, que o isenta do pagamento da multa, que, hoje, seria de R$ 5 milhões 755 mil e permite o parcelamento em 96 vezes. "A empresa iria onerar os cofres públicos em mais esse valor se fizesse o pagamento direto", ressaltou. Empregados - O deputado Marcos Helênio questionou o presidente da MGS sobre as garantias que deveriam ser dadas ao empregados sobre o recolhimento previdenciário. Messias respondeu que não há possibilidade de individualizar as contribuições porque a notificação do INSS é feita pelo total da dívida, assim como o cálculo do recolhimento. "Qualquer requerimento dos empregados nesse sentido será respondido pela MGS, é responsabilidade dela responder sobre isso", observou. Marcos Helênio lamentou a falta de uma ação retroativa para apurar responsabilidades sobre a dívida. Atendendo a pedido do deputado Durval Ângelo, o presidente da MGS comprometeu-se a enviar à Assembléia a parte da auditoria relativa aos débitos previdenciários. Participaram ainda da reunião os deputados Geraldo Santanna (PMDB), que a presidiu, Alberto Pinto Coelho (PPB) e Arnaldo Penna (PSDB), além do diretor de produção, Lauro Santos Massote; diretor Jurídico de Recursos Humanos, José Eduardo Morato da Silva; e o assessor do presidente e responsável pela área financeira, Márcio Antônio Almeida Veloso.
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