Combate do dengue em BH requer R$ 5 milhões em um ano

Representantes da Fundação Nacional da Saúde (FNS) e das Secretarias de Saúde de Minas (SES) e Belo Horizonte (SMS) a...

15/06/1998 - 19:03

Combate do dengue em BH requer R$ 5 milhões em um ano



     Representantes  da   Fundação  Nacional  da  Saúde  (FNS)  e  das

Secretarias de  Saúde de  Minas (SES) e Belo Horizonte (SMS) afirmaram

nesta quinta-feira, durante reunião da Comissão de Saúde e Ação Social

da Assembléia  Legislativa, que  estão trabalhando  em  conjunto  para

combater a epidemia de dengue registrada na Capital mineira, na região

de Venda  Nova. Sônia  Matos, da SMS, disse que foi constatada pequena

diminuição dos  casos de  dengue, que  chegaram a  100  por  dia.  Ela

ressaltou que  agora a  PBH está  buscando junto  às áreas  federal  e

estadual R$  5 milhões  necessários ao  plano emergencial de combate à

doença, para período de um ano.

     Sônia Matos afirmou que a PBH realizou diagnóstico sobre o dengue

na cidade  de janeiro a abril deste ano e constatou que a região Oeste

possuia os  mais elevados  índices de domicílios com presença de larva

do mosquito  transmissor, de  30%. Segundo  ela, já  foram confirmados

1.211 casos  de dengue  em Venda  Nova, 51  na Pampulha,  12 na região

Oeste, 39  na Norte,  62 na  Noroeste e  24 na  Nordeste. Somente três

regiões não registraram nenhum caso: Barreiro, Leste e Centro-Sul.

     A integrante  da Secretaria  Municipal de Saúde disse ainda que o

trabalho de  combate ao  dengue é  grande e  implicará na  visita  por

técnicos de  320 mil  domicílios em  Belo Horizonte. Ele ressaltou que

esse trabalho  deve ser  feito também pelas prefeituras dos municípios

da região  metropolitana onde  a situação  é grave,  como Ribeirão das

Neves e Contagem.

     Já os  representantes da  Secretaria de  Estado da  Saúde,  Maria

Teresa Costa  Oliveira e Atos de Carvalho, fizeram um relato das ações

desenvolvidas pela SES, destacando o papel de coordenação do combate à

dengue. Carvalho  afirmou que o plano emergencial prevê a constratação

por tempo  limitado de  960 pessoas  para combater  o  dengue.  Até  o

momento, porém,  a SES somente autorizou a contratação de 150 pessoas,

além de ter emprestado oito carros à PBH. Ele disse que contratação de

pessoal nesse  caso não  é fácil, face à legislação e à necessidade de

mão de obra especializada.

     O coordenador  da FNS  em Minas,  João Carlos  Pinto Dias, buscou

tranquilizar a  população sobre  a epidemia.  Segundo ele,  o controle

será feito  e não  faltarão recursos.  Não disse,  porém, quando esses

recursos chegarão  à PBH. João Carlos afirmou também que o registro de

casos de  dengue já  era previsível  tanto em  BH quanto  em outras do

Estado,  pois   Minas  está  cercado  de  outros  Estados  onde  foram

registrados centenas  de casos. Ele salientou ser necessário que sejam

superadas  dificuldades  que  existem  entre  as  instâncias  federal,

estadual e municipal para que o combate ganhe agilidade.

     Durante a  fase de  debates, o deputado Jorge Eduardo de Oliveira

(PMDB) criticou  o fim  da Sucam,  que foi  sucedida pela FNS. Segundo

ele, o  órgão extinto  funcionava muito  bem no  combate às  endemias,

situação que  se inverteu  com a  municipalização dessa  ação, pois as

prefeituras não têm recursos para isso. Também abordaram a situação do

dengue em  Belo Horizonte e em Minas os deputados Jorge Hannas (PFL) e

Marco Régis (PPS), tendo também participado da reunião o deputado Luiz

Antônio Zanto (PPB).

     O presidente  da Comissão,  deputado Carlos Pimenta (PL), afirmou

que os  deputados, apesar  do poder  da Assembléia, não têm a chave do

cofre e,  desta forma,  vão desenvolver  ações para  que  o  Executivo

libere recursos para o combate ao dengue.

     Ainda durante  a reunião,  foram aprovados pareceres favoráveis a

12 projetos  que tratam  de declaração  de utilidade  pública e  ao PL

685/96,  do  deputado  Miguel  Martini  (PSDB),  que  dispõe  sobre  a

concessão de  financiamento de equipamentos corretivos a portadores de

deficiência.

Responsável pela informação: Lucio Peres - GCS - 031-2907800