Comissão discute abate de animais
A utilização de metódos científicos de insensibilização no abate de animais aumenta a qualidade da carne consumida pe...
15/06/1998 - 19:03Comissão discute abate de animais
A utilização de metódos científicos de insensibilização no abate de animais aumenta a qualidade da carne consumida pela população e ameniza sofrimento e mutilação. Esta é a opinião de representantes dos órgãos de inspeção e de entidades de defesa do abate sem dor, que participaram, nesta quarta-feira (22), de reunião da Comissão de Defesa do Consumidor. A discussão teve o objetivo de obter subsídios para o PL 557/95, do deputado Marcos Helênio (PT), que estabelece critérios para o abate de animais destinados ao consumo. Durante a reunião, foi aprovado parecer favorável do deputado Antônio Andrade (PMDB) ao projeto, na forma do substitutivo número 1, com as emendas 1 a 4, apresentadas pela Comissão de Constituição e Justiça, e com a emenda número 5, apresentada pelo relator. A emenda acrescenta ao artigo 6º o parágrafo 3, com a seguinte redação: "a área física de que trata o caput deste artigo deverá ser construída de forma a facilitar a máxima imobilização possível do animal no momento que preceder o seu abate". A emenda nº 5 foi apresentada pelo deputado Antônio Andrade após a realização do debate com os convidados. O projeto, que tinha sido rejeitado na Comissão de Agropecuária e Política Rural, vai agora para discussão em Plenário. O diretor do Centro de Inspeção de Produtos de Origem Animal do Estado de São Paulo, Flávio Zacarias Horta de Carvalho, e a presidente da Liga de Prevenção da Crueldade contra o Animal, Edna Cardozo Dias, defenderam, também, o uso de métodos mecânicos, como a pistola mecânica de penetração ou concussão, ao invés da utilização de marretadas - que aumentam a angústia do animal e causam cansaço ao executor. A maioria dos frigoríficos - e praticamente todos os abates clandestinos - não utilizam esses métodos. A implantação desse novo processo, através de choques, custa entre US$ 2 mil a US$ 4 mil, mas aumenta a produtividade três vezes mais do que o processo usado tradicionalmente. Projeto semelhante ao do deputado Marcos Helênio tornou-se lei em São Paulo. Desde o início do ano passado, quando foi regulamentada a norma jurídica, o Estado já vem usando métodos mecânicos. Segundo o diretor do Centro de Inspeção de Produção de Origem Animal do Estado de São Paulo, o uso dos métodos mecânicos e elétricos, além de evitar o sofrimento do animal, dá oportunidade à ciência de pesquisar novos métodos. Flávio Carvalho falou também que a inspeção sanitária feita pelos municípios tem ajudado a inibir o abate clandestino. O deputado Marcos Helênio defendeu o projeto e destacou a possibilidade de tornar os frigoríficos mais eficazes - e não de onerá-los, como foi colocado pela Comissão de Agropecuária. A presidente da Liga, Edna Cardozo Dias, apresentou vídeo mostrando abate de animais com métodos mecânicos e a marteladas. Infraestrutura - Para o deputado Carlos Pimenta (PL), o problema é mais abrangente e vai desde o abate até a construção de matadores adequados. Ele ressaltou a falta de estrutura dos frigoríficos para o abate e a comercialização das carnes e afirmou que cerca de 90% dos abates dos bovinos no Norte de Minas são feitos nos matos. Segundo o deputado, existem problemas paralelos tão graves quanto o sofrimento dos animais. Ele citou a falta de um Código Sanitário para o Estado como um deles. Requerimentos - Na reunião também foram aprovados dois requerimentos. O primeiro, de autoria do deputado Carlos Pimenta, solicita a realização de reunião conjunta da Comissão de Defesa do Consumidor com as comissões de Saúde e Ação Social e de Agropecuária e Política Rural, para discutir produção, comercialização, inspeção, fiscalização e consumo de produtos de origem animal, junto com representantes do IMA e da Vigilância Sanitária. O segundo, do deputado Marcos Helênio, solicita à Mesa apoio para a edição, em parceria com o Procon/BH, da "Cartilha para compra de apartamentos em construção ou na planta". Participaram da reunião os deputados Marcos Helênio (PT), que a presidiu, Carlos Pimenta (PL), Antônio Andrade (PMDB), Olinto Godinho (PL) e Alencar da Silveira Júnior. (PDT).
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