Pronto-socorro de Montes Claros podem fechar na quarta-feira

Os prontos-socorros da Santa Casa de Misericórdia e do Hospital Haroldo Tourinho, de Montes Claros, poderão fechar a ...

15/06/1998 - 19:04

Pronto-socorro de Montes Claros podem fechar na quarta-feira



     Os prontos-socorros  da Santa  Casa de Misericórdia e do Hospital

Haroldo Tourinho, de Montes Claros, poderão fechar a partir da próxima

quarta-feira devido à falta de recursos. Esse assunto foi o centro das

discussões da  reunião desta  quinta-feira na Comissão de Saúde e Ação

Social da Assembléia.

     O provedor do hospital, João Bosco Martins de Abreu, explicou que

as duas  instituições da  cidade  enfrentam  dificuldades  financeiras

devido, principalmente,  ao atraso  no repasse  de recursos do Sistema

Único de Saúde (SUS) e à não transferência de R$ 48 mil mensais para a

área de saúde de Montes Claros pelo Governo do Estado.

     João Bosco  disse que o atual déficit da Santa Casa já alcança R$

1,5 milhão,  no  mesmo  momento  que  serviços  prestados  através  do

convênio com  o SUS  não são  pagos. Os  dois hospitais,  afirmou, são

filantrópicos e  atendem à  população carente  não só de Montes Claros

mas da região Norte de Minas.

     O presidente  da Comissão, deputado Carlos Pimenta (PL), destacou

que o  secretário de  Estado da Saúde foi informado há dez dias que os

prontos-socorros não  funcionarão sem  repasse de recursos a partir do

dia 19.  Ele lembrou  que foi  assinado acordo  entre a  Prefeitura de

Montes Claros  e o  Governo Estadual  para destinar  R$ 48 mil mensais

cada às  duas instituições. "O Estado não está cumprindo a sua parte",

disse, defendendo  que seja  dado tratamento  diferenciado à  área  de

saúde da região Norte pelo Governo.

     O prefeito  de São João do Paraíso e presidente da Associação dos

Municípios da Área Mineira da Sudene, Manuel Andrade Capuchinho, disse

que as prefeituras da região estão "investindo muito" em saúde mas que

essa ação isolada, a nível municipal, não consegue resolver o problema

no Norte  de Minas.  Ele  destacou  ser  impossível  a  manutenção  do

atendimento de  saúde com  a diária  de R$  3,00  paga  aos  hospitais

conveniados através do SUS.

     Já o representante do provedor da Santa Casa, Elias Siufi, Samuel

Souza Figueira,  disse que os hospitais não podem fechar suas portas e

precisam receber  os  recursos  atrasados  do  SUS,  ainda  que  sejam

pequenos os  valores pagos pelos serviços prestados. Ele pediu o apoio

dos integrantes  da Comissão  da Assembléia  e defendeu  o recebimento

pelas instituições do Índice de Valorização de Hospitais de Emergência

(IVHE) e o cumprimento da parte do acordo pelo Governo do Estado.

     O diretor  do hospital,  Alexandre Pires Ramos, assim como Carlos

Pimenta, defendeu  o tratamento diferenciado da Região Norte de Minas,

pois, segundo  ele, Montes Claros recebe 50% dos pacientes das cidades

da área, ficando a Capital com 5%.

     Todos os  parlamentares que  participaram da  reunião apoiaram as

instituições. O  deputado Jorge  Hannas (PFL)  abordou o  problema  de

saúde no  País e  criticou  a  insensibilidade  dos  congressistas  em

relação à  aprovação da  Constribuição Provisória  sobre  Movimentação

Financeira (CPMF); o deputado Marco Régis (PPS) criticou a instituição

do CPMF  e argumentou  que quando o Governo Federal deseja os recursos

aparecem, como  no caso  do auxílio  a bancos  através do  Proer; e  o

deputado Hely Tarquínio (PSDB) disse que o SUS é uma utopia e que deve

buscar ações na área de saúde através de cooperativas.

     Durante a reunião, da qual participaram também o deputado Marcelo

Gonçalves (PDT)  e o diretor financeiro da Santa Casa José do Espírito

Santo Batista,  foram aprovados  ainda sete  projetos que  declaram  a

utilidade pública de diversas entidades.

Responsável pela informação: Lucio Peres - GCS - 031-2907800