Aconteceu nas Comissões

Foram aprovados ontem os pareceres da Comissão de Constituição e Justiça, opinando pela constitucionalidade, legalida...

15/06/1998 - 19:04

Aconteceu nas Comissões



     Foram aprovados  ontem os pareceres da Comissão de Constituição e

Justiça, opinando  pela constitucionalidade, legalidade e juridicidade

dos projetos  de lei  nºs. 814/96  e 815/96,  que tratam da criação do

Fundo de  Desenvolvimento de  Indústrias Estratégicas  (Fundiest) e de

autorização  para  a  Companhia  de  Distrito  Industrial  (CDI)  doar

terreno, no município de Juiz de Fora, para a montadora Mercedes Benz,

que deverá  se instalar naquela cidade. O pareceres foram aprovadas em

reunião  conjunta   com  a   Comissão  de  Fiscalização  Financeira  e

Orçamentária.

     O parecer  sobre o  PL 814/96,  de autoria  do  deputado  Geraldo

Santanna (PMDB),  que presidiu  a reunião,  foi aprovado  com  o  voto

contrário do  deputado Gilmar  Machado (PT). O parecer destaca algumas

inovações contidas  no projeto,  como o  seu art.12,  que  autoriza  o

Estado   a submeter-se  a juízo arbitral e o art. 7º, o qual determina

que os  contratos de  financiamentos prevejam  penalidades específicas

para os  beneficiários do  fundo que  praticarem atos  lesivos ao meio

ambiente, ou que violarem a legislação tributária e financeira, ou que

ainda incorrerem  em mora habitual e reiterada quanto ao pagamento das

parcelas financiadas.

     Mas o  relator chamou  atenção para  o  art.8º  do  projeto,  que

contém, na sua avaliação, disposição contrária a ordem constitucional,

ao dar  uma autorização  legal, de  caráter genérico, para que o Poder

Executivo possa  outorgar garantias  de natureza real ou fidejussória,

que assegurem  ao beneficiário  do  fundo  a  liberação  das  parcelas

financiadas. O  deputado observa  que, pela  Constituição  mineira,  a

Assembléia Legislativa  tem competência  privativa para  "dispor sobre

limites e  condições  para  a  concessão  de  garantia  do  Estado  em

operações de crédito".

     Emendas aperfeiçoam projeto

     Com o  objetivo de  promover a  adequação jurídica  de alguns dos

dispositivos do projeto e de aprimorar a redação de outros, tornando-a

mais condizente com a técnica legislativa, o relator apresentou no seu

parecer 9  emendas. As três primeiras referem-se à adequação do art.8º

do projeto,  que trata  das garantias  que poderão ser outorgadas pelo

Poder Executivo.

     Além de caracterizar os casos em que elas poderão ser oferecidas,

"projetos considerados  de  relevante  interesse  para  o  Estado",  é

acrescentado um novo parágrafo ao artigo, estabelecendo que os limites

e as  condições para  a concessão de garantia serão definidos, em cada

caso, nos termos de autorização da Assembléia Legislativa.

     Na emenda  nº 3  é alterado o §6º do mesmo artigo 8º, que permite

ao beneficiário  do fundo  compensar seu  crédito independentemente de

prévio requerimento  administrativo. "Tal  liberalidade - argumentou o

relator -  no  nosso  entendimento,  poderia  comprometer  o  controle

efetivo do poder público sobre as referidas compensações".

     As emendas  4,5 e  6 visam  apenas aprimorar  a redação de alguns

artigos, adequando-os  à técnica legislativa. As emendas 7.8 e 9 têm o

objetivo de  aperfeiçoar o  art 12,  que trata das decisões arbitrais,

prevendo que  elas sejam devidamente publicadas, propiciando uma maior

transparência às negociações submetidas àquele juízo.

     O parecer  da Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária,

redistribuído para  o deputado  Arnaldo Penna  (PSDB). foi  lido,  mas

antes de  ser apreciado,  o deputado Marcos Helênio (PT) pediu vistas,

alegando que,  antes de  tomar conhecimento do protocolo, citado em um

dos artigos  do PL  814/96, não  se sentiria  em condições de votar. A

expectativa é  a de  que, na  próxima reunião,  as duas  comissões  já

tenham cópias  do protocolo,  solicitadas  ao  Executivo,  através  de

requerimento apresentado  pelo presidente da reunião, deputado Geraldo

Santanna, e aprovado pelas duas comissões.

     O PL 815/96, que trata de autorização para a CDI doar, em caráter

especial de  incentivo à  industrialização, imóvel  de sua propriedade

localizado em  Juiz de  Fora, também  recebeu parecer  da Comissão  de

Constituição e  Justiça, de  autoria do  deputado Simão  Pedro  Toledo

(PSDB),  que   opinou  pela   sua  constitucionalidade,  legalidade  e



juridicidade. Para  o relator, "é perfeitamente legítima a isenção que

se pretende conceder através do referido projeto".

     O deputado  Simão Pedro  Toledo apresentou  apenas a  emenda nº1,

determinando que  o imóvel,  objeto da doação, destina-se à instalação

da fábrica da Mercedes-Benz e reverterá ao patrimônio do Estado se, no

prazo de  10 anos,  não lhe  for dada  a  destinação  prevista  ou,  a

qualquer  tempo,   se  for   utilizado  para   finalidade  diversa  da

estabelecida na lei.

     O relator da Comissão de Fiscalização Financeira, deputado Marcos

Helênio (PT)  pediu prazo  para apresentação do seu parecer, concedido

pela presidência da reunião.

     Pareceres apoiam transferência de débito da MGS

     Foi aprovado  ainda, na  reunião conjunta  de ontem, o parecer da

Constituição e  Justiça, de  autoria do deputado Arnaldo Penna (PSDB),

pela constitucionalidade,  legalidade e juridicidade do PL 817/96, que

autoriza o  Poder Executivo  a assumir  débito da  empresa MGS - Minas

Gerais Participações e Serviços S/A.

     O  débito   refere-se   a   contribuições   previdenciárias   não

recolhidas, no  período de  fevereiro de  1988  a  dezembro  de  1994,

totalizando R$  23 milhões 981 mil, já atualizados para março de 1996.

O parecer  da Fiscalização  Financeira e  Orçamentária, de  autoria do

deputado Marcos Helênio foi também favorável à aprovação do projeto. O

relator encaminhou,  no entanto,  requerimento  solicitando  que  seja

feito convite  à direção  da empresa  para que  ela  esclareça  alguns

aspectos da dívida, bem como apresente a documentação referente a esse

débito.

     Presenças

     Participaram ainda da reunião os deputados Leonídio Bouças (PFL),

Carlos Murta  (PPB), Elbe Brandão (PSDB), Cleuber Carneiro (PFL), José

Maria Barros  (PSDB), Ajalmar  Silva (PSDB), Marcelo Gonçalves (PDT) e

José Braga (PDT).

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