Empresários elogiam projeto que parcela multas de ICMS
Lideranças empresariais de Minas Gerais elogiaram nesta terça- feira (02-07), durante reunião conjunta das comissões ...
15/06/1998 - 19:04Empresários elogiam projeto que parcela multas de ICMS
Lideranças empresariais de Minas Gerais elogiaram nesta terça- feira (02-07), durante reunião conjunta das comissões de Constituição e Justiça e de Fiscalização Financeira e Orçamentária, o PL 879/96, do deputado Miguel Martini (PSDB), que altera multas previstas no artigo 56 da Lei 6.763, e autoriza o Executivo a parcelar créditos tributários em até 100 meses. Eles ressaltaram a importância na diferenciação feita no projeto entre o contribuinte inadimplente e o sonegador. A proposta, segundo o secretário-adjunto da Fazenda, Luís Antônio Vasconcelos, tem o apoio do Governo e busca fixar novos princípios com o setor produtivo e solucionar dificuldades enfrentadas pelas empresas. Vasconcelos criticou a Lei 6.763, que, em sua avaliação, é incoerente e estimula a sonegação. De acordo com explicação feita por Jorge Henrique Schimdt, da Secretaria de Estado da Fazenda, pela regra atual o imposto não pago deve ser recolhido, até o 15º dia seguinte, com 3% de multa, que chega a 30% a partir do 91º dia de atraso. Pela proposta de Miguel Martini, a cada dia será cobrada multa de 0,3% (ou 9% ao mês) até o 59º dia de atraso, quando a multa sobe para 24%. Além disso, explicou, a atual legislação não faz diferenciação entre o contribuinte inadimplente - aquele que declara o imposto a pagar mas não recolhe - e o sonegador, que é o que simplesmente não recolhe nem informa do débito. Miguel Martini argumentou que sua proposta veio ao encontro do Executivo, que tem necessidade de recolher mais impostos em menor prazo, e dos empresários, que poderão regularizar sua situação junto ao Fisco estadual. "Somos contra anistia", afirmou o deputado, ressaltando que deves-se tratar diferente o inadimplente do sonegador, sendo que seu projeto busca descomprimir o passado, flexibilizando a possibilidade de acerto entre os devedores com a Secretaria da Fazenda d Minas. Para o presidente da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), Stefan Salej, o projeto é um grande avanço e representa a abertura de diálogo entre o Executivo e os empresários, que vivem dificuldades devido aos profundos ajustes econômicos. "Queremos que o Estado arrecade cada vez mais", defendeu. O presidente da Associação Comercial de Minas Gerais (ACMinas), Francisco Américo Matos, também avaliou a proposta como um grande avanço. "O projeto atende em grande parte às dificuldades do contribuinte", afirmou. O representante da Federação do Comércio de Minas Gerais, Elias Mansur, elogiou a proposta mas defendeu uma diminuição maior da multa diária, que está estabelecida em 0,3% ao dia. Roberto Horta, representando o Clube de Diretores Lojistas (CDL), foi outro a apontar o avanço promovido pela proposta de Miguel Martini. O deputado Gilmar Machado (PT) afirmou que a bancada do PT está analisando a proposta e defendeu a necessidade de ser dado estímulo às pequenas e médias empresas de Minas pelo Executivo. Ele disse apoiar a concessão de tratamento diferenciado aos contribuintes inadimplentes e penalização maior aos sonegadores. Também abordaram o projeto os deputados Marcos Helênio (PT) e Durval Ângelo, este último tendo criticado a velocidade com que a proposta está tramitando na Casa. Martini respondeu argumentando que a urgência não está impedindo o debate, e que a velocidade é uma necessidade devido à difícil situação das empresas inadimplentes. Participaram da reunião outras lideranças empresariais e os deputados Geraldo Santanna (PMDB) - presidente da Comissão de Constituição e Justiça, Anivaldo Coelho (PT), José Henrique (PMDB), Durval Ângelo (PT), Marcos Helênio (PT), Ailton Vilela (PSDB) e Gilmar Machado (PT).
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