Transporte de presos é polêmica em Comissão
A Comissão de Defesa do Consumidor ouviu ontem diversos convidados que debateram sobre o Projeto de Lei 1.393/97, da ...
04/06/1998 - 02:31Transporte de presos é polêmica em Comissão
A Comissão de Defesa do Consumidor ouviu ontem diversos convidados que debateram sobre o Projeto de Lei 1.393/97, da CPI do Sistema, que dispõe sobre o transporte de presos no Estado. O projeto passa a responsabilidade do transporte para a Secretaria de Estado da Justiça. Para os participantes do debate, a medida é polêmica e exige reflexão, pois as implicações do projeto podem inviabilizar a atendimento dos presos no Estado. O secretário-adjunto de Estado da Justiça, Jairo Magalhães, informou que no ponto de vista da Secretaria, a melhor alterativa para o transporte de presos é a Polícia Militar. Ele acrescentou que a PM vem desenvolvendo um bom trabalho que deve ser mantido. Com a mesma opinião do secretário, o superintendente de Organização Penitenciária da Secretaria de Estado da Justiça, coronel Sebastião Carlos Lopes, a PM deve continuar responsável pela escolta e guarda dos detentos. Eles afirmaram que a Secretaria não possui as condições adequadas para realização do trabalho que lhe é proposto pelo projeto. O representante da Polícia Militar, tenente-coronel Antônio Luiz da Silva, informou que hoje há uma anomalia no sistema prisional do Estado. Segundo ele, 82% dos detentos estão sob a responsabilidade da Secretaria de Segurança Pública e 12% na responsabilidade da Secretaria de Justiça. É inadimicível que os mesmos agentes que prendem tomem conta dos presos. Ele alegou não ser justo "colocar nos ombros da PM o peso dessa atividade. Antônio Luiz indagou sobre o papel da PM. "É missão da PM deslocar homens do policiamento para transportar e guardar presos em hospitais?". Indefinição marca medida O chefe de gabinete da Secretaria de Estado de Segurança Pública, Raul Moreira, atribuiu ao cancelamento da ala de atendimento à detentos no HPS a complicação no transporte e acompanhamento de presos. Para ele, ficou muito mais difícil para PM manter um policial por área onde se encontra os presos que manter um onde todos se encontram reunidos. Ele enfatizou a necessidade da definição das responsabilidades para um bom serviço aos presos. Os representantes da Secretaria de Estado da Justiça afirmaram não poderem assumir a escolta. Alegaram ser irresponsável assumir uma atividade que não poderá ser cumprida. O secretário acrescentou que os agentes penitenciários não possuem formação adequada para assumir o serviço. Manifestação Representantes dos agentes penitenciários preencheram a galeria do plenarinho e manifestaram-se contra a demora da definição de suas atividades e da concessão de identidades funcionais e porte de arma. Para o representante da categoria, Marcos Terrinha, existem hoje no Estado 800 agentes penitenciários trabalhando com contrato, ao passo que existem 360 concursados que aguardam pela efetivação. "Manter pessoas pouco qualificadas no exercício das funções não é justo", disparou. Requerimentos A Comissão aprovou requerimento da deputada Maria José Haueisen (PT) que solicita visita da Comissão ao Município de Maxacalis para apurar a realidade dos povos indígenas na região. Outro requerimento aprovado é de autoria do deputado Durval Ângelo (PT) que convida o secretário de Estado de Segurança Pública e o comandante-geral da PM para prestarem esclarecimentos sobre denúncias contra violência policial. Foi aprovado, ainda, requerimento do deputado João Leite (PSDB) que solicita que as denúncias recebidas no Centro de Apoio ao Cidadão sejam encaminhadas ao Plenário da Assembléia, par maior agilidade na sua apuração. Presenças - Participaram da reunião os deputados João Leite (PSDB), que a presidiu; Ivair Nogueira (PDT), Tarcísio Henriques (PSDB), Durval Ângelo (PT), e João Batista de Oliveira (PSB). Participou, ainda, o juiz da Vara de Execução Penal, Cássio de Souza Salomé.
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