Secretário de saúde fala sobre a pasta e combate a epidemias
"Ser prudentes e não alarmistas no combate aos processos epidêmicos e emergentes". Este foi o recado deixado pelo Sec...
15/05/1998 - 02:45Secretário de saúde fala sobre a pasta e combate a epidemias
"Ser prudentes e não alarmistas no combate aos processos epidêmicos e emergentes". Este foi o recado deixado pelo Secretário de Estado de Saúde Wilmar de Oliveira Filho aos deputados da Assembléia, nesta quinta-feira (14/5). Ele participou da reunião da Comissão de Saúde, que teve o objetivo de obter esclarecimentos sobre o plano de trabalho do Secretário e acerca das providências a serem tomadas quanto às epidemias que assolam o Estado. Ele enumerou como ações da Secretaria o contato permanente junto à Fundação Nacional de Saúde (FNS) para capacitação e orientação de pessoal para o controle da dengue, a parceria com a PMMG e o Exército para atuarem como agentes de saúde, treinados pela FNS, e o repasse de recursos aos municípios. Wilmar de Oliveira disse que a Secretaria continuará a fortalecer as ações dos consórcios intermunicipais de saúde e do Programa de Saúde da Família. O deputado Jorge Eduardo de Oliveira pediu explicações sobre o Reforsus, que estaria destinando a Minas Gerais R$ 37 milhões, sendo que só R$ 13 milhões chegaram ao Estado. O Secretário de Saúde informou que depois que assumiu a Secretaria, já foram liberados 22 projetos do Reforsus. Disse que os problemas que provocam atraso na aprovação dos projetos decorrem de falta de parceria entre o Ministério da Saúde e o Estado. Assessores do Secretário informaram que já foram liberados R$ 19 milhões, para 70 projetos, e que, até o final do mês, deverão ser liberados mais R$ 10 milhões, para cerca de 60 projetos. O deputado Wilson Pires (PFL) criticou o SUS que, segundo ele, não dá atenção ao saneamento e à profilaxia. Disse também que saúde e educação não são prioridades no país e que, apesar da boa vontade, o secretário de Saúde não vai resolver os problemas da área. Ele disse que a Secretaria de Saúde vem negando que existam casos de dengue em Teófilo Otoni. "Doenças como a leishmaniose, tuberculose e malária estão também recrudescendo em Teófilo Otoni", concluiu o deputado. O deputado Carlos Pimenta defendeu a ação da Secretaria e disse que a situação só não está pior em Minas porque o Estado tem um programa de governo e uma política de saúde bem definida. Críticas e denúncias - O deputado Adelmo Carneiro Leão (PT) pediu informações sobre os recursos destinados à area de saúde, pelo governo, ano passado. A Assessoria do Secretário informou que as contas estão sendo fechadas e que serão apresentadas ao Conselho Estadual de Saúde, brevemente. Adelmo Carneiro, respondendo ao deputado Wilson Pires, disse que o SUS ainda não funciona porque a Secretaria não aloca todos os recursos no Fundo Estadual de Saúde. Os recursos do Reforsus, assinalou, não são liberados por falta de sintonia na elaboração dos projetos. Ele questionou também os critérios para distribuição de ambulâncias. "Há lugares com ambulâncias sobrando e outros com carência", disse o deputado. Ele destacou a importância do Programa de Saúde da Família e apresentou denúncias sobre o Consórcio Intermunicipal de Saúde que tem sede em Iturama, como pagamento de salário diferenciados a profissionais e retenção de imposto de renda sem repasse para a Receita Federal. O secretário Wilmar Filho pediu ao deputado Adelmo Carneiro Leão que formalize a denúncia, mas adiantou que o Consórcio de Iturama não apresenta problemas, pois já passou por seis auditorias. "Iguatama prestou mais serviços pelo SUS ano passado que todo o restante do Estado", esclareceu. A epidemia de Nova Serrana - O deputado Antônio Júlio (PMDB) levou à reunião o caso de Nova Serrana, onde há vários casos de uma nefrite de origem desconhecida. Disse que, segundo informações de autoridades daquele município, a Secretaria de Saúde não se interessou pelo caso. Ele mencionou também a situação da dengue no município de Pitangui, onde, de cada dez pessoas, seis estariam com a doença. "O Governo não tem vontade política para combater a dengue e finge que a doença só existe em Belo Horizonte", disse o parlamentar, que criticou os ex-secretários José Raphael Guerra e José Saraiva Felipe. "Foram nocivos a Minas Gerais, fazendo uma política eleitoreira de saúde", atacou. Quem respondeu ao deputado foi o Superintendente de Epidemiologia da Secretaria, Benedito Scaranci. Ele explicou que não há interesse da Secretaria em divulgar epidemias, para não causar alarme. Criticou a imprensa, que, segundo ele, se aproveitou do fato. A doença, que recebeu do Ministério da Saúde o nome de "nefrite epidêmica benigna", é conhecida da Secretaria deste o início do ano e que a Superintedência Regional de Saúde tomou as medidas necessárias. Sobre casos de dengue em Pitangui, ele afirmou que há 17 notificados e apenas um confirmado. Acrescentou que, em Teófilo Otoni, são 132 casos notificados e 25 confirmados. Participaram também dos debates o deputado Jorge Hannas (PFL), que lamentou que a saúde tenha recebido o aporte necessário de recursos, e os deputados Antônio Roberto e Gil Pereira, que reclamaram que o Programa de Saúde da Família tem dificuldades de contratar enfermeiros. O secretário Wilmar Filho disse que há uma reclamação geral com relação às enfermeiras e que o Estado está tentando contornar o problema. Contas - A Comissão aprovou requerimento do deputado Adelmo Carneiro Leão que solicita da Secretaria de Estado da Saúde relatório contendo a destinação dos recursos gastos em saúde, seja de receitas correntes ou de transferência da esfera federal e o detalhamento da aplicação desses recursos no atual governo. Participaram da reunião os deputados Jorge Eduardo de Oliveira (PMDB), que preside a Comissão, Carlos Pimenta (PSDB), Jorge Hannas (PFL), Wilson Pires (PFL), Adelmo Carneiro Leão (PT), Hely Tarquínio (PSDB), Péricles Ferreira (PSDB), Ajalmar Silva (PSDB), Gil Pereira (PPB), Antônio Júlio (PMDB), Maria Olívia (PSDB), Antônio Roberto (PMDB), Ivair Nogueira (PDT), e Tarcísio Henriques (PSDB).
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