Procuradora do Estado e delegado depõem à CPI dos Bingos
A Procuradora da Fazenda do Estado, Magali de Carvalho, disse, nesta quarta-feira (06/05), que apenas três dos 16 bin...
07/05/1998 - 06:45Procuradora do Estado e delegado depõem à CPI dos Bingos
A Procuradora da Fazenda do Estado, Magali de Carvalho, disse, nesta quarta-feira (06/05), que apenas três dos 16 bingos permanentes existentes no Estado estão em dia com o pagamento da taxa de segurança. Os demais devem ao Estado, na sua maioria, desde 1996. As quantias devidas, por bingo, atingem até R$ 900 mil, pois a taxa cobrada pelo Estado é de 36 mil Ufirs mensais. Apesar dos débitos, a procuradora disse que não pode fazer a execução fiscal para cobrança do crédito tributário porque para isso precisaria de um título executivo, que no caso seria a certidão de dívida ativa. O depoimento da procuradora mostrou um descompasso entre os setores de fiscalização e de representação judicial da Secretaria da Fazenda. Magali se disse "estarrecida" ao saber que nunca a Comissão Permanente de Fiscalização dos bingos fez sequer uma visita a essas casas de jogos, segundo denunciaram os deputados presentes à reunião da CPI que investiga irregularidades no funcionamento dos bingos em Minas Gerais. Diante dessas afirmações, a procuradora aceitou a tese de que possa haver omissão dos setores que fazem a fiscalização. Clubes - Magali de Carvalho afirmou que os clubes é que são os responsáveis pelo débito e que respondem judicialmente por eles. As administradoras respondem solidariamente. Disse, porém, que por ser uma taxa de segurança e não um imposto, eles são considerados contribuintes inadimplentes e não sonegadores, já que o valor da taxa é fixo e não está vinculado à receita. Atualmente, disse Magali, ao contrário do que as empresas alegavam, a Fazenda do Estado tem convicção de que a taxa cobrada pelo Estado não é absurda, tendo em vista o faturamento dos bingos. A procuradora garantiu, ainda, que as renovações das licenças de funcionamento não são concedidas às empresas que estão em débito com o Estado. Delegado nega ser dono de empresa de segurança A CPI dos Bingos também ouviu nesta quarta-feira o delegado de Polícia da Seccional Norte, Jaime Francisco Monteiro de Barros, que negou possuir qualquer empresa de segurança, contrariando as denúncias feitas anteriormente, segundo as quais ele prestava serviços de segurança aos bingos Cidade e Eldorado. O delegado fez uma exposição de como foi conhecendo as pessoas ligadas aos bingos, mas garantiu que não conhecia aquelas que o acusaram. Disse, também, que sequer freqüentou ou teve qualquer relação comercial com os proprietários dessas casas de jogos. Jaime Monteiro de Barros apontou uma série de crimes de estelionato envolvendo o ex-relações públicas dos bingos Cidade e Eldorado, Roberto Pereira Silva, responsável pelas acusações contra ele. Disse que Roberto foi inclusive condenado num desses inquéritos e que as denúncias feitas à CPI lhe foram dirigidas como forma de retaliação. Isso porque, numa ação trabalhista movida pelo ex-relações públicas contra os bingos, a defesa teria usado informações contidas num inquérito contra Roberto, iniciado por Jaime Monteiro e encaminhado a uma delegacia especializada. Requerimento - A CPI dos Bingos aprovou, na mesma reunião, requerimento do deputado Irani Barbosa, em que solicita reunião da Comissão em Bambuí, para apurar denúncias de irregularidades no bingo local, pertencente à Liga Amadora Bambuense. Foram convidados o prefeito de Bambuí, Paulo Irênio Faria, e o presidente da Liga, Aluísio de Carvalho, além de apostadores contemplados e promotores do bingo. O requerimento foi motivado por correspondência do prefeito de Bambuí, na qual pede apuração, pelos deputados, das irregularidades no bingo daquele município. Presenças - Participaram da reunião os deputados Alencar da Silveira Júnior (PDT), presidente da CPI; Antônio Roberto (PMDB), relator; Irani Barbosa (PSD) e Durval Ângelo (PT).
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