CPI do Dops discute papel da Coseg

A CPI do Dops ouviu nesta terça-feira o ex-titular da Coordenação-Geral de Segurança (Coseg), delegado Ediraldo Brand...

06/05/1998 - 02:40

CPI do Dops discute papel da Coseg



     A CPI  do Dops  ouviu nesta terça-feira o ex-titular da Coordenação-Geral

de Segurança  (Coseg), delegado  Ediraldo Brandão, o delegado aposentado Elmar

da Silva  Lacerda  e  o  superintendente-geral  da  Polícia  Civil,  Francisco

Eustáquio Rabelo.  Deixaram de  comparecer à  reunião da  CPI, justificando  a

ausência com  atestado médico,  o ex-diretor do Dops, José França Tavares, e a

diretora do Arquivo Público Mineiro, Norma Góes Monteiro.

     O delegado  Ediraldo Brandão, que trabalhou na Coseg no período de 1973 a

1982 e chefiou o órgão a partir de 1976, disse que a Coordenação foi criada em

1971 como  órgão de  informação e  planejamento operacional,  e trabalhava com

informação política.  O órgão  era subordinado  ao  Secretário  de  Estado  de

Segurança Pública  e produzia  informações de segurança interna. "O adversário

era o  movimento comunista  internacional, que  no  Brasil  se  ramificava  em

diversos grupos",  disse Brandão. O delegado disse também que não vê problemas

em se  destinar os  rolos de  microfilme com  informações sobre  o período  ao

Arquivo Público Mineiro.

     O delegado  aposentado Elmar  da Silva Lacerda disse não entender a razão

de sua  convocação para  prestar depoimento à CPI. Disse que no período em que

trabalhou na  Coseg, lidava  com informações  sobre  segurança  pública,  como

estatísticas sobre o sistema carcerário do Estado, e não de segurança interna.

Ele afirmou  que uma resolução federal sobre salvaguarda de assuntos sigilosos

impedia que  os funcionários  circulassem pelos  diversos setores.  "Tudo  era

muito compartimentado,  fechado e  eu só  conhecia os assuntos da minha área".

Ele acrescentou  que o  mesmo acontecia  no Dops, onde trabalhou no serviço de

rádiocomunicação.

     O superintendente-geral  da Polícia  Civil,  Francisco  Eustáquio  Rabelo

também teve  pouco a  dizer aos  integrantes da  CPI. Ele  autou no  Dops,  no

Institututo de  Identificação e  na Coseg.  Segundo afirmou,  não  lidava  com

informações ou  crimes de natureza política. Francisco Rabelo informou também,

sem dar  maiores detalhes,  que existe  um inquérito policial para se apurar a

origem das  fichas policiais  que  foram  distribuídas  recentemente  em  Belo

Horizonte.



     A CPI  decidiu realizar  nesta quarta-feira,  às 10  horas, uma visita ao

Arquivo Público  Mineiro. Participaram  da reunião os deputados Carlos Pimenta

(PSDB), Ivair  Nogueira (PDT),  Adelmo Carneiro  Leão (PT)  e  Dinis  Pinheiro

(PSD).

Responsável pela informação: Francisco Mendes - GCS - 031-2907800