Secretário anuncia plano de carreira do magistério
Segundo o secretário de Estado da Educação, João Batista dos Mares Guia, o plano de carreira do magistério estadual, ...
30/04/1998 - 06:46Secretário anuncia plano de carreira do magistério
Segundo o secretário de Estado da Educação, João Batista dos Mares Guia,
o plano de carreira do magistério estadual, compromisso de campanha do
governador Eduardo Azeredo, será encaminhado à Assembléia no segundo semestre,
para ser apreciado e votado até o final do ano. A afirmação foi feita ontem,
na Assembléia, quando o secretário, atendendo a requerimento do deputado
Gilmar Machado (PT), participou da reunião ordinária de Plenário, para falar
sobre os projetos e investimento do governo do Estado no setor e sobre o
processo de municipalização do ensino
O secretário informou que, na primeira semana de julho, a secretaria de
Estado da Educação vai promover, juntamente com a Assembléia, um amplo debate
com as lideranças sindicais do magistério, educadores e técniocs do governo do
Estado, para debater o plano de carreira da categoria. Deverá ser realizada
uma teleconferência na Assembléia Legislativa, com transmissão para todo o
Estado, nos moldes das que discutiram a municipalização, para permitir que
professores de todas as regiões de Minas participem do debate.
O projeto de lei do plano de carreira deverá ser encaminhado à Assembléia
deverá ser encaminhado logo depois das eleições, para er aprovado antes do
final do ano. "E eu tenho o otimismo e a confiança de acreditar que as
eleições para o governo do Estado terão um só turno", disse João Batista, numa
clara afirmação de confiança na candidatura e reeleição do atual governador
Eduardo Azeredo.
Governo investe 45% em educação
O secretário apresentou diversos dados sobre os investimentos e projetos
de educação feitos pelo atual governo, afirmando que, além da determinação do
governo federal em priorizar o ensino fundamental, com a campanha "Toda
Criança na Escola", lançada em novembro de 1997 pelo Ministério da Educação e
do Desporto, a educação também é prioridade do governo do Estado, que tem
investido 45% dos recursos públicos no setor. Ele disse que entre 97% e 98%
das crianças de 7 a 14 anos estão matriculadas no ensino fundamental, índice
semelhante ao de países europeus e americanos mais desenvolvidos, como Suíça e
Estados Unidos.
Ensino médio tem oferta de 100% de vagas
Segundo ele, Minas Gerais é o único estado do Brasil a, hoje, ter uma
"taxa de cobertura" de 100% de matrícula para o ensino médio - ou seja, há
vagas no ensino médio (antigo segundo grau) para todos os alunos que completam
a 8ª série. Também há vagas para todos os alunos em idade escolar, no ensino
fundamental (1ª a 8ª séries), o que significa uma oferta de 2 mihões 870 mil
vagas, número correspondente ao de crianças e adolescentes entre 7 e 14 anos,
de acordo com dados do censo de 1996 do IBGE.
O secretário informou que existem cerca de 30 mil alunos, nesta faixa
etária, que não estão matriculados e que a secretaria está contratando uma
pesquisa da Vox Populi exclusivamente para identificar quem são estes alunos
não matriculados e porque estão fora da escola. "Precisamos saber quem são
estes jovens, onde moram, e porque não estão estudando. Afinal, podemos estar
errando em alguma estratégia", disse João Batista.
Projetos da secretaria são bem sucedidos
O secretário falou também sobre os programas de nucleação do ensino
fundamental e médio e sobre o projeto "Acertando o Passo". O primeiro é
voltado para o melhor aproveitamento do espaço físico de escolas e também de
professores, e promoveu uma redistribuição de séries e número de turmas por
prédios escolares, para evitar a ociosidade de escolas e oferecer o maior
número e abrangência de séries em todas as regiões do estado. "É uma
iniciativa muito bem sucedida, que permitiu aprovetiar escolas parcialmente
ociosas para a criação de mais vagas, em mais séries, tanto no ciclo
fundamental quanto no médio", afirmou Mares Guia.
O projeto "Acertando o Passo" é voltado para os alunos que, por alguma
razão, estão atrasados na relação idade/série, e oferece os quatro últimos
anos do ensino fundamental (5ª a 8ª séries) em dois anos, em turmas noturnas.
Segundo o secretário, o objetivo é evitar que alunos mais velhos sintam-se
constrangidos a voltar à escola por serem mais velhos que a os alunos. "São
jovens que precisam de estudar e estavam afastados da escola por terem
vergonha de estudar com colegas 3, 4 ou 5 anos mais novos", disse o
secretário.
Deputado cobra informações
O deputado Gilmar Machado (PT) cobrou do secretário João Batista
informações por escrito por ele solicitadas sobre a nucleação de escolas,
indagando sobre os critérios adotados para definir as escolas que forma
nucleadas, quantas turmas foram desativadas, qual a média de alunos em sala de
aula e quantos professores contratados foram dispensados em função dos
processos de nucleação. Gilmar Machado já havia feito essa solicitação à
secretaria e Mares Guia admitiu que está em falta com a resposta,
comprometendo-se a enviá-la à Assembléia e à Comissão de Educação o mais
rapidamente possível.
Sobre o projeto "Acertando o Passo", também respodendo a perguntas do
deputado - que afirmou tratar-se do antigo supletivo de 1º grau - , o
secretário disse que não está havendo empobrecimento pedagógico com a redução
do currículo. "O projeto permitiu que alunos que precisam de estudar e não o
faziam por pura vergonha voltassem à escola. Recebo cartas de todo o Estado de
jovens não só agradecendo como cobrando que a sceretaria faça o mesmo no
ensino médio. Será feito", disse.
Economia com o "fundão" será investida em educação
Em relação ao "fundão" da municipalização, Mares Guia afirmou que, assim
como o "Acertando o Passo" será considerado para efeitos de repasse de
rescursos, os supletivos municipais também o serão. Falando da economia do
estado quanto aos gastos com educação, depois da municipalização, Mares Guia
assegurou que os R$ 130 milhões que o Estado está deixando de repassar aos
municípios, por conta do repasse do fundão, serão totalmente reaproveitados em
outros projetos de educação. O montante resulta do fato de que, antes da
municipalização, o Estado gastava R$ 650,00 por aluno do ensino médio, e que,
com o fundão, cada aluno custa R$ 362,00. O custo de R$ 650,00 advinha da
compensação que o Estado tinha de fazer naqueles municípios que dispunham de
menos verba para investir em educação.
Mares Guia elogiou o interesse e a cobrança dos deputados, junto ao
Executivo, de respostas para o setor da Educação. "A prticipação da
Assembléia, da sua Comissão de Eeducação e dos deputados é indispensável para
nós. As teleconferências aqui realizadas para debater a municipalização foram
fundamentais para a realização do processo, e o mesmo acontecerá com a
discussão do plano de carreira do magistério", afirmou.
Responsável pela informação: Cristiane Pereira - GCS - 031-2907800