Delegado e diretores do arquivo Público falam à CPI do DOPS
Vários delegados e a diretora do Arquivo Público Mineiro, Norma Góes Monteiro, vão prestar depoimento à CPI do Dops n...
28/04/1998 - 10:14Delegado e diretores do arquivo Público falam à CPI do DOPS
Vários delegados e a diretora do Arquivo Público Mineiro, Norma Góes Monteiro, vão prestar depoimento à CPI do Dops na próxima terça-feira (5/5). Requerimento do deputado Adelmo Carneiro Leão (PT), aprovado nesta terça-feira (28/4), convida o ex-chefe da Coordenação Geral de Segurança Pública (Coseg), Ediraldo Brandão; o diretor do Dops de março a agosto de 1981, José França Tavares; o delegado geral aposentado Elmar da Silva Lacerda; e o superintendente-geral da Polícia Civil, Francisco Eustáquio Rabelo, para falarem à CPI. Intimação - Requerimento do deputado Ivair Nogueira (PDT), relator da Comissão, também aprovado nesta terça, solicita que a diretora do Arquivo Público, Norma Góes Monteiro, preste depoimento à CPI e, para isso, não descarta a possibilidade de intimação judicial. Segundo Nogueira, a diretora foi convidada duas vezes e não atendeu às solicitações. Para o Arquivo Público já foram encaminhadas cópias dos 96 microfilmes referentes ao Dops, segundo determina a lei. Nomes - Outro requerimento aprovado, do deputado Adelmo Carneiro Leão (PT), solicita da Secretaria de Segurança Pública a relação dos chefes e diretores do extinto Departamento de Ordem Política e Social (Dops), entre 1973 a 1983, e dos chefes e diretores da Coseg, entre 1976 e 1983, incluindo os membros das instituições que compunham a Coordenação Geral (PMs, PCs, integrantes do Exército). Deputado quer analisar arquivos da Coseg O deputado Adelmo Carneiro Leão (PT) solicitou, na reunião desta terça, que o presidente da CPI, deputado Carlos Pimenta (PSDB), tome providências judiciais para que a Comissão possa analisar arquivos de microfilmes da Coordenação Geral de Segurança Pública (Coseg), cujos originais estão no Instituto de Identificação. Dos 444 filmes existentes, mais de 100 referem-se ao período da ditadura militar (até 1983) e seus títulos tratam de "greves" e "subversões", entre outros assuntos. Cada microfilme tem 2,2 mil fotogramas (fotos-documentos). Visita - Os microfilmes intitulados "Coseg" foram lacrados pela CPI em 25 de março e liberados em 1º de abril. Em 22 de abril, uma equipe de técnicos da Assembléia e Carneiro Leão foram ao Instituto de Identificação para analisar os documentos, tendo em vista requerimento aprovado do relator da CPI, Ivair Nogueira. A equipe foi, no entanto, impedida de realizar a análise desses microfilmes. Secretário diz que arquivos não podem ser liberados Segundo o deputado Adelmo Carneiro Leão (PT), as informações são relevantes do ponto de vista histórico e, por isso, a análise dos microfilmes deve ser feita. "Há indícios de que parte significativa dos arquivos da Coseg estão relacionados com o objeto de estudo da CPI. Não se pode admitir que esses arquivos não sejam investigados", disse. O secretário de Estado da Segurança Pública, Santos Moreira, afirmou, no entanto, em reunião anterior da Comissão, que os arquivos da Coseg não poderiam ser liberados para análise, pois não eram objeto de investigação pela CPI. Consulta jurídica - O presidente Carlos Pimenta (PSDB) determinou uma consulta jurídica para verificar qual seria, de fato, a competência da Comissão. Solicitou, ainda, que seja adiada a análise da solicitação do deputado do PT, até o depoimento do delegado Ediraldo Brandão, na próxima terça-feira (5/5). O ex-chefe da Coseg teria afirmado que, a partir de 1976, a Coordenação Geral de Segurança Pública passou a exercer a "função arquivística" do Dops. O deputado Wilson Pires (FL) lembrou, por outro lado, que a CPI não pode extrapolar as atribuições para as quais foi criada. Peritos entregam avaliação técnica Foi entregue, ainda na reunião desta terça, o relatório de avaliação técnica, feita por peritos da Assembléia, dos 97 microfilmes relativos ao Dops que estão no Instituto de Identificação. A análise desses originais, feita por amostragem, subsidiará o trabalho de comparação com as cópias que se encontram no Arquivo Público Mineiro. A mesma equipe de peritos deverá fazer uma visita ao Arquivo na próxima quinta-feira (7/5), para analisar as cópias desses documentos. A avaliação técnica consiste na listagem dos números dos filmes, posição do fotograma visualizado, referência ao conteúdo e data do documento registrado no fotograma. Correspondência - Foi lida, ainda, correspondência do procurador-geral de Justiça, Epaminondas Fulgêncio, informando que, nos arquivos do órgão, não há nenhum documento sobre representação feita pela deputada federal Sandra Starling (PT/MG) a respeito de eventual incineração de arquivos do extinto Dops. Presenças - Compareceram à reunião os deputados Carlos Pimenta (PSDB), que a presidiu, Wilson Pires (PFL), Adelmo Carneiro Leão (PT) e Ivair Nogueira (PDT).
Responsável pela informação: Fabiana Oliveir - GCS - 031-2907800