Saúde debate paralização de obras de Patos de Minas
O Diretor-Geral do Departamento Estadual de Obras Públicas, Marcelo Marinho Couto, e a secretária municpal de Saúde d...
03/04/1998 - 02:33Saúde debate paralização de obras de Patos de Minas
O Diretor-Geral do Departamento Estadual de Obras Públicas, Marcelo
Marinho Couto, e a secretária municpal de Saúde de Patos de Minas, Marema de
Deus Patrício, participaram nesta quinta-feira (2) de debate sobre a
paralisação das obras do Hospital Regional Antônio Dias, de Patos de Minas, em
reunião da Comissão de Saúde. O hospital tem 70 leitos e atende à população
carente de 15 municípios da região.
A secretária Marema Patrício disse que as obras do hospital começaram há
oito anos e já sofreu paralisações antes. Ela disse também que recursos
destinados pelo programa Reforsus, de R$1 milhão 150 mil, em outubro passado,
não chegaram ao município. Durante a reunião foi apresentando um vídeo,
mostrando a paralisação das obras, com depoimentos de trabalhadores.
O Diretor-Geral do DEOP disse que a obra foi paralisada por problemas
financeiros, decorrentes das dificuldades financeiras do Estado. Acrescentou
que a empreiteira responsável pela obra não agiu com correção, interrompendo
os trabalhos antes do prazo de 90 dias, a contar do atraso de pagamento,
previsto em lei.
O deputado Jorge Hannas (PFL) disse que as paralisações de obras são um
mal crônico da administração pública em todas as esferas, gerando sempre
prejuízos para o tesouro estadual e para o público. Hannas indagou o real
motivo da paralisação das obras. O Diretor-Geral do DEOP respondeu que foi por
insegurança da empresa quanto ao recebimento pelo serviço. Para a secretária
Marema Patrocínio, o motivo são divergências entre os grupos políticos locais.
Ela acrescentou também que a empreiteira responsável pela obra do hospital já
foi acusada de superfaturamento e paralisou as obras, por duas vezes, em 1993
e em 1995. Ela questionou o DEOP sobre o controle exercido sobre as obras. O
Diretor Marcelo Couto disse que "depois da licitação, a obra pertence à
empresa". Ele disse que se há superfaturamento, ele está registrado na
planilha do processo licitatório. Para o Diretor-Geral do DEOP, serão
necessários recursos da ordem de R$ 1 milhão 500 para a conclusão da obra.
O deputado Adelmo Carneiro Leão (PT) manifestou estranheza pelo fatos de
recursos federais não terem chegado ao município. Ele reafirmou que os
problemas de Patos de Minas são políticos, e que suas conseqüências atingem a
população dos diversos municípios que dependem do hospital regional. O
deputado Wilson Pires disse que a questão parece dizer menos respeito a
recursos que a problemas políticos locais. Ele criticou o SUS, por ser um
programa ineficaz, e acrescentou que a universalização do atendimento é
impossível, no Brasil. Marema Patrício divergiu do parlamentar, dizendo que o
SUS é o único recurso da população carente.
A Comissão aprovou requerimentos do deputado Adelmo Carneiro Leão,
reiterando o convite ao superintendente-geral da Fhemig, Guilherme Gonçalves
Riccio, que não compareceu à reunião, para apresentar à Comissão o projeto das
obras do hospital regional de Patos de Minas; ao Ministério da Saúde,
solicitando a liberação dos recursos do Reforsus para o término das obras
daquele hospital; e um apelo ao governador do Estado, para a retomada imediata
das obras do hospital. Em outro requerimento, o deputado solicitou o adiamento
da discussão do Projeto de Lei 1.120/97, para que se possa realizar audiência
pública sobre o assunto. O projeto, do deputado Gilmar Machado, dispõe sobre a
renegociação da dívida dos municípios com o IPSEMG.
Participaram da reunião dos deputados Jorge Eduardo de Oliveira (PMDB),
que preside a Comissão, Jorge Hannas (PFL), Wilson Pires (PFL) e Adelmo
Carneiro Leão (PT).
Responsável pela informação: Francisco Mendes - GCS - 031-2907800