Com. discutem situação do SUS e falsificação de remédios
A falta de recursos financeiros e de uma política federal de Saúde são as principais causas da ineficiência dos atend...
18/03/1998 - 02:13Com. discutem situação do SUS e falsificação de remédios
A falta de recursos financeiros e de uma política federal de Saúde são as principais causas da ineficiência dos atendimentos do Sistema Único de Saúde (SUS). Foi o que concluíram os participantes da reunião conjunta das Comissões de Saúde e Defesa do Consumidor, que se reuniram nesta terça-feira (17), na Assembléia. A Comissão discutiu, ainda denúncias de falsificação de remédios no Estado. Para o secretário do Conselho Regional de Medicina (CRM/MG), João Batista Gomes Soares, falta no Estado uma definição e hierarquização dos hospitais, por ordem de complexidade. Para o representante do CRM, as Unidades de Urgência vivem cheias por não haver uma triagem antes do atendimento. "Os postos de saúde não prestam um bom serviço e, devido a isso, há uma super- lotação das filas de atendimento na urgência", aponta. O conselheiro Municipal de Saúde, João Athaíde Torres Valadares, afirmou que o Conselho está lutando, hoje, para que os Governos incentivem a criação e o fortalecimento dos Conselhos Municipais de Saúde. "Deve haver mais fiscalização para que a atenção a saúde não se limite à compra de ambulâncias que significam, somente, a transmissão dos problemas para Belo Horizonte", ressalta. Para o presidente da Associação dos Hospitais de Minas Gerais, Carlos Eduardo Ferreira, a solução para os problemas do SUS virá da solidariedade. Ele acredita que somente a união das diversas esferas de Governo será capaz de apresentar soluções para a crise. Carlos Eduardo informou que um grande número de hospitais está em crise, devido a falta do repasse dos recursos do SUS. "As instituições estão endividadas e é crescente o número de hospitais que estão deixando da atender pelo SUS", afirmou Eduardo Ferreira. Falsificação de remédios A presidente do Conselho Regional de Farmácia, Renata Loiola Souto, afirmou que é grande a preocupação da entidade com os casos de falsificação e remédios no Estado. Ela informou que o CRF apreendeu 30 marcas diferentes de remédios falsificados. "Encaminhamos uma ação ao Ministério da Saúde e à Vigilância Sanitária, mas não obtivemos nenhuma resposta", afirma. A presidente do Conselho informou que em Minas cerca de 70% da população de auto-medica e que o risco aumenta com esses casos de falsificação de medicamentos. "Cerca de 43% dos casos de intoxicação, atendidos no Hospital João XXII, são devidos ao uso indiscriminado de medicamento". Para o coordenador do Procon/MG, Rodrigo Botelho Campos os casos de falsificação e remédios são um crime contra a vida e devem ser apurados e punidos. Ele informou que o Procon recebeu, no último ano, 488 processos relacionados à área de saúde. "A grande maioria dos processos são relacionados aos planos de saúde. Isso representa uma grande contradição na assistência a saúde, no Brasil". O coordenador do Procon explica que esse crescimento na procura dos planos representa a total ineficiência dos atendimentos públicos. Presenças - participaram da reuniõ os deputados Jorge Eduardo de Oliveira (PMDB), que a presidiu; Adelmo Carneiro Leão (PT), Wilson Pires (PFL), Geraldo Nascimento (PT), Ambrósio Pinto (PTB), João Leite (PSDB) e Antônio Roberto (PMDB).
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