Sec.diz que perda de receita com Microgeraes pode atingir 3,3%
O secretário-adjunto da Fazenda, Luiz Antônio Athayde Vasconcelos, afirmou, nesta quinta-feira (27), que a perda de r...
28/11/1997 - 02:59Sec.diz que perda de receita com Microgeraes pode atingir 3,3%
O secretário-adjunto da Fazenda, Luiz Antônio Athayde Vasconcelos, afirmou, nesta quinta-feira (27), que a perda de receita do Estado com a vigência do Microgeraes (Programa de Fomento ao Desenvolvimento das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte de Minas Gerais) seria de, no máximo, 3,3% ou R$ 14 milhões por mês (R$ 168 milhões por ano). A receita, em outubro, chegou aos R$ 500 milhões. Os números da Fazenda se contrapõem aos do Sindifisco, que representa os fiscais de Minas, para o qual as perdas seriam de R$ 400 milhões anuais, ou 7% da arrecadação de ICMS. Segundo estimativa da Secretaria da Fazenda, a arrecadação do Microgeraes representará a injeção de R$ 5 a R$ 8 milhões por mês no Fundo de Desenvolvimento Econômico e Social do Estado (Fundese), destinado a financiar as micro e pequenas empresas, mas que hoje está descapitalizado. Esses números são baseados na expectativa de que migrem, do atual sistema de débito/crédito para o Microgeraes, cerca de 45 mil empresas. Athayde participou da reunião conjunta das Comissões de Constituição e Justiça, de Política Agropecuária e Agroindustrial e de Fiscalização Financeira e Orçamentária que discutiu o PL 1.452/97, do governador, que cria o Microgeraes. O projeto determina mudanças significativas no atual regime de tributação das micro e pequenas empresas, dando-lhes nova definição; e estabelece o imposto fixo mensal de R$ 25,00 para as microempresas, entre outras modificações. Hoje, são consideradas microempresas aquelas cujo faturamento anual é de até R$ 49 mil. O projeto estabelece um novo número: R$ 60 mil. As pequenas empresas são aquelas com faturamento de até R$ 800 mil. Votação é adiada e acontecerá na terça-feira A votação do parecer da Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária sobre o projeto foi adiada para a próxima terça-feira (2/12), em horário a ser definido, porque não houve quórum para analisar a matéria. O relator é o deputado Roberto Amaral (PSDB). Sugestões de mudanças foram feitas pelos parlamentares, principalmente no que diz respeito à tributação sobre os microempresários do interior e das periferias - como, por exemplo, os proprietários de pequenas vendas, mercados ou botequins. De acordo com o projeto, eles pagarão R$ 25,00 mensalmente, o que, para os parlamentares, é um valor alto. O deputado José Militão (PSDB) sugeriu que sejam criadas três faixas de tributação para as microempresas: R$ 10,00 para aquelas com faturamento de até R$ 20 mil; R$ 15,00 para as com faturamento de até R$ 40 mil; e R$ 25,00, no caso de R$ 60 mil de faturamento. O secretário-adjunto defendeu, por outro, a criação de apenas duas faixas de tributação, caso a medida venha a ser aprovada pelos parlamentares. Segundo Athayde, o valor de R$ 25,00 foi determinado tomando-se como base o faturamento médio de 209 mil empresas, que é de R$ 35 mil - para as quais a tributação não seria pesada. Deputados questionam tributação sobre pequenos O deputado Marcos Helênio (PT) questionou, ainda, a exclusão de representantes dos trabalhadores no Grupo Coordenador do Programa. "Esta é uma falta grave", afirmou. A deputada Maria José Haueisen (PT) questionou a determinação do projeto de desenquadrar os contribuintes que adquirirem ou mantiverem em seu estoque mercadorias sem nota fiscal ou com nota falsa. Citou o caso dos botequins e pequenas vendas, que comercializam produtos caseiros e de fundo de quintal. Athayde afirmou, por outro lado, que a maioria dos produtos vendidos nesses locais não precisam de nota. O deputado José Bonifácio (PSDB) reclamou da burocracia existente no Estado, no que diz respeito à política tributária; e o deputado Miguel Martini (PSN) e Hely Tarqüínio (PSDB), além de outros, destacaram os benefícios que o projeto poderá trazer para o desenvolvimento das micro e pequenas empresas. O deputado José Militão (PSDB) sugeriu, ainda, que fosse criada alguma forma de beneficiar o contribuinte que comprasse de fornecedores localizados no Estado. "Há muitos grandes atacadistas que compram em São Paulo e não recolhem nada para Minas", disse. Presenças - Participaram da reunião os deputados Hely Tarqüínio (PSDB), José Braga (PDT), José Militão (PSDB), Jorge Eduardo de Oliveira (PMDB), Wilson Pires (PFL), Marcos Helênio (PT), Elbe Brandão (PSDB), Maria José Haueisen (PT), José Bonifácio (PSDB), Miguel Martini (PSDB), Paulo Piau (PFL) e Adelmo Carneiro Leão (PT). Outros pontos do projeto * estabelece sete categorias e respectivas alíquotas de cobrança do ICMS, que vai variar de 2% a 4,5% * a empresa que mantiver ou ampliar o nível de empregos, os investimentos fixos e a capacitação de funcionários terá descontos * cria a inscrição coletiva. Os produtores artesanais e comerciantes ambulantes organizados em cooperativas da mesma categoria econômica poderão realizar suas operações através de uma única entidade inscrita no Cadastro de Contribuintes do ICMS
Responsável pela informação: Fabiana Oliveira - GCS - 031-2907800