Def.do Consumidor debate distribuição de bebidas no Estado
As mudanças impostas pelos fabricantes de cervejas, na política de distribuição do produto, está provocando uma reduç...
26/11/1997 - 03:02Def.do Consumidor debate distribuição de bebidas no Estado
As mudanças impostas pelos fabricantes de cervejas, na política de distribuição do produto, está provocando uma redução, cada vez maior, do número de distribuidores no Estado. Essa foi a advertência que o presidente da Associação Brasileira de Distribuidoras de Bebidas (Abradibe), Newton Borges, fez ontem, durante a reunião da Comissão de Defesa do Consumidor. A Comissão discutiu denúncias relacionadas à distribuição de bebidas em Minas, em especial a política adotada pela Companhia de Cervejaria Brahma e Cervejarias Reunidas Skol Caracu S/A. Segundo Newton Borges, a Brahma está buscando ela mesma fabricar e distribuir os seus produtos. Para ele, os métodos utilizados pela empresa, para alcançar este objetivo, condenam os distribuidores de pequeno e médio porte à falência. "Quem vende bem ganha incentivos. Quem não vende tanto é abandonado". Newton Borges afirmou que o um dos caminhos seguidos pela Brahma, para alcançar o seu projeto, é o de criar "mega-revendas". "A companhia está assumindo os estabelecimentos fechados e atrofiando o mercado". Para o assessor jurídico da Brahma, José Eduardo Vieira Medrado, essa atitude da empresa é fruto da adequação de suas práticas às novas exigências do mercado. Ele afirmou que a relação da empresa com os distribuidores é basicamente comercial e que a Companhia não pode mantê-las "eternamente". "Somos procurados pelo candidato à revenda. Analisamos a sua situação e concedemos a ele um prazo de avaliação de 60 meses. Damos esse prazo para que a revenda possa se estabelecer", ressalta. O deputado Ivair Nogueira (PDT), autor do requerimento que deu origem a reunião, manifestou sua preocupação diante da realidade imposta pela Brahma. Ele afirmou que essa prática é favorável à formação de Cartéis e Trustes. Segundo o assessor jurídico da empresa, o crescimento nos lucros da Companhia, cerca de 1200%, nos últimos 5 anos; é devido às adequações nos modelos de produção, recursos humanos e modernização das fábricas. "Estamos seguindo as tendências mundiais de mercado", afirmou. Para inspetora regional do Ministério da Justiça, Stael Riani, os ajustes na distribuição não são um mal em si. Segundo ela, essas medidas tornam-se maléficas quando afetam e determinam a quantidade de produtos disponíveis no mercado. Para inspetora isso pode vir a interferir nos preços, mas o fato de se fazer um ajuste na distribuição não quer dizer que esse realidade é inevitável. Requerimentos A Comissão aprovou requerimento do deputado Geraldo Nascimento (PT), que solicita a realização de uma audiência pública para debater os impactos que as 51 medidas editadas pelo Governo Federal (Pacotão) exercem sobre o consumidor. Foi aprovado ainda um requerimento do deputado José Militão (PSDB) que convida representantes da empresa de TV a Cabo, Multicanal e da Associação das Donas de Casa para debaterem sobre os últimos aumentos praticados pela referida empresa e, também, pelas reclamações constantes feitas sobre a mesma. Presenças Participaram da reunião os deputados Geraldo Nascimento (PT), que a presidiu; José Militão (PSDB), João Leite (PSDB), Ambrósio Pinto (PTB) e Ivair Nogueira (PDT).
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