BH é capital da energia solar, mas desinformação atrapalha

Belo Horizonte é a capital brasileira da energia solar. São cerca de 300 sistemas coletivos instalados em hotéis, pré...

26/11/1997 - 03:02

BH é capital da energia solar, mas desinformação atrapalha



     Belo Horizonte  é a capital brasileira da energia solar. São cerca de 300

sistemas coletivos  instalados em  hotéis, prédios  de apartamentos  e motéis,

entre outros  edifícios. Apesar  do crescimento  da utilização  desse tipo  de

energia, ainda  hoje 67%  da população  brasileira  desconhecem  o  que  é  um

aquecedor solar.  Estes e  outros aspectos foram discutidos, nesta terça-feira

(25), em  reunião da  Comissão de  Meio Ambiente  e Recursos  Naturais, quando

especialistas mostraram o que vem sendo feito em Minas nessa área.

     O chuveiro  elétrico -  padrão brasileiro  de aquecimento  de  água  para

banhos -  foi apontado  como o  grande vilão.  Quase 7% do consumo nacional de

energia elétrica  provêm do chuveiro, ou seja, quase duas vezes o que se gasta

em iluminação  pública no  país. É  responsável, também, por 20% do consumo de

energia no  horário de  pico (entre 18 horas e 19h30min). "Estamos deixando de

produzir  para   tomar  banho",  destacou  o  vice-coordenador  da  Associação

Brasileira de  Refrigeração, Ar  Condicionado, Ventilação e Aquecimento, Lúcio

Mesquita.

     A energia  solar, uma  alternativa à  energia elétrica  - cujo colapso na

oferta tem  provocado racionamentos  e blecautes no país -, tem um custo médio

de implantação  de R$ 1,7 mil, mas uma manutenção barata e fácil. Regulamentar

o setor  é, por  outro lado,  um dos  maiores desafios,  destacou a técnica da

Cemig Antônia  Diniz,  assim  como  controlar  a  qualidade  das  instalações,

desenvolver competências  locais, buscar  financiamentos e aumentar o nível de

exigência nas licitações, a fim de evitar problemas com os equipamentos.

     Green Solar  - O  trabalho desenvolvido  pelo Centro  Brasileiro  para  o

Desenvolvimento da  Energia Solar  Térmica,  sediado  na  PUC/MG,  também  foi

destacado na  reunião. Segundo  a representante do Green Solar, Júlia Rocha, o

objetivo do  Centro é desenvolver tecnologia nessa área, prestar consultoria e

desenvolver trabalhos  como  a  confecção  de  softwares  e  aplicativos  para

simulação de sistemas termo-solares.

     Na reunião,  falaram representantes  da Cemig, que tem implantado energia

solar térmica  (para aquecimento  da água) na área rural e em áreas de pobreza

absoluta localizadas  no Noroeste e no Jequitinhonha. O Projeto "Luz de Minas"



(de eletrificação  rural) e  programas de  instalação de  sistemas de  energia

solar em escolas na área rural também foram destacados.

     Segundo o  deputado Ronaldo  Vasconcellos (PL), autor do requerimento que

solicitou a  reunião, as sugestões feitas podem ser um ponto de partida para o

trabalho parlamentar.  "A questão  ambiental já passou da fase do denuncismo e

as iniciativas se voltam, agora, para o estudo de ações positivas nessa área".

Representantes do  Sindicato das  Indústrias da Construção Civil (Sinduscom) e

da Secretaria  de Estado  da  Ciência  e  Tecnologia  também  participaram  da

reunião.

     Requerimentos -  Aprovados, ainda,  dois requerimentos:  um de autoria do

deputado Ivo  José (PT),  solicitando realização  de  audiência  pública  para

apresentação e  debate do  Projeto  "Biodiversidade,  População  e  Economia",

promovido pela  UFMG em  conjunto com outras instituições; e do deputado Marco

Régis (PPS),  solicitando reunião conjunta das Comissões de Educação, Cultura,

Ciência e Tecnologia, de Saúde e de Meio Ambiente e Recursos Naturais.

     Compareceram à  reunião os  deputados Irani Barbosa (PSD), que a presidiu

inicialmente,  Ronaldo  Vasconcellos  (PL),  Antônio  Roberto  (PMDB)  e  Luiz

Fernando Faria (PPB).

Responsável pela informação: Fabiana Oliveira - GCS - 031-2907800