Adiada votação de parecer sobre PEC 30/96
Não foi votado ontem (20) o parecer para o 2º turno, do deputado Roberto Amaral (PSDB), sobre a Proposta de Emenda à ...
21/11/1997 - 05:32Adiada votação de parecer sobre PEC 30/96
Não foi votado ontem (20) o parecer para o 2º turno, do deputado Roberto
Amaral (PSDB), sobre a Proposta de Emenda à Constituição 30/96, que muda os
limites para alienação ou concessão de terras públicas. Foram apenas
distribuídas cópias do parecer para todos os integrantes da Comissão. A PEC,
de autoria do deputado Cleuber Carneiro e outros, está recebendo novo parecer
porque o anterior, de autoria do deputado João Leite (PSDB), foi rejeitado
pela Comissão.
O parecer rejeitado propunha que o limite máximo para qualquer espécie de
alienação ou concessão de terras públicas rurais fosse o mesmo da legislação
federal, ou seja, 100 hectares, dispensada a aprovação prévia da Assembléia.
Para os terrenos urbanos e de expansão urbana, previa a dispensa da apreciação
legislativa em áreas inferiores a 1.000 m².
A questão é polêmica. Atualmente, a Constituição do Estado estabelece que
cabe à Assembléia Legislativa aprovar, previamente, a alienação ou a concessão
de terra pública. As excessões referem-se à alienação ou concessão de terra
pública previstas no plano de reforma agrária estadual, aprovado em lei, e à
concessão gratuita de dominío de área devoluta rural não superior a 50
hectares a quem, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, a possua
como sua, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, tenha nela sua moradia e
a tenha tornado produtiva.
Os limites de área previstos atualmente pela Constituição são: para
assentamento de produtor rural, pessoa física ou jurídica - máximo de 250
hectares; concessão gratuita de domínio - máximo de 50 hectares; e alienação
por preferência para quem tornar economicamente produtiva terra devoluta
estadual e comprovar sua vinculação pessoal a ela, contra o pagamento de seu
valor, acrescido dos emolumentos - máximo de 250 hectares.
A PEC 30/96, do modo como foi aprovada no 1º turno, propõe que a
Assembléia deixe de se manifestar previamente também nos casos de alienação ou
concessão quando a área não exceder, no campo, a 100 hectares; em zona urbana,
a 1.000 m², e em zona de expansão urbana, a 2.000 m². Propõe, ainda, que os
limites para assentamento e alienação por preferência passem dos atuais 250
hectares para, respectivamente, 100 e 500 hectares. Estabelece também que,
semestralmente, o órgão encarregado da execução da política estadual de terras
públicas e devolutas deverá encaminhar à Assembléia relatório de atividades
relacionadas com as terras públicas alienadas ou concedidas sem prévia
autorização legislativa.
Após aprovada em 1º turno, a PEC 30/96 foi colocada sobre a mesa, por
três dias, para receber emendas de 2º turno. Nesse prazo, foi apresentada a
emenda nº 1, pelo deputado Paulo Piau (PFL), que conjuga os critérios da
concessão e da alienação por preferência. Ela estabelece que será admitida
para o produtor rural, pessoa física, beneficiário da alienação por
preferência, a concessão de uso, por prazo determinado, renovável, de área que
exceder o limite da alienação por preferência, desde que o somatório das áreas
objeto da alienação e da concessão não ultrapasse mil hectares, nos termos da
lei.
Já o substitutivo nº 1, também apresentado no 2º turno, altera a
Constituição no que diz respeito a limite de área apenas para o caso de
assentamento: propõe que o limite passe dos atuais 250 hectares para 100
hectares. Quanto à manifestação prévia da Assembléia, concorda com a proposta
aprovada no 1º turno: o Legislativo passaria a não mais se manifestar
previamente nos casos de alienação ou concessão de terras públicas e devolutas
rurais com área de até 100 hectares; terras devolutas compreendidas em zona
urbana com área de até 1.000 m² e as situadas em zona de expansão urbana com
até 2.000 m². Propõe, no entanto, que o relatório de atividades passe a ser
trimestral, e não semestral, conforme aprovado no 1º turno.
Participaram da reunião, presidida pelo deputado Miguel Martini (PSN), os
deputados Antônio Roberto (PMDB), João Leite (PSDB), Hely Tarqüínio (PSDB),
Adelmo Carneiro Leão (PT), Durval Ângelo (PT), Roberto Amaral (PSDB) e Arnaldo
Penna (PSDB).
Responsável pela informação: Fabiola Farage - GCS -031-2907800