Com. aprova relatório sobre visita a obras de barragens
As obras das micro-barragens feitas no Vale do Jequitinhonha foram discutidas, nesta quinta-feira (20), em reunião da...
21/11/1997 - 05:32Com. aprova relatório sobre visita a obras de barragens
As obras das micro-barragens feitas no Vale do Jequitinhonha foram discutidas, nesta quinta-feira (20), em reunião da Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária da Assembléia Legislativa. A Comissão aprovou relatório da visita feita pelos seus integrantes, nos dias 1º e 2 de outubro deste ano, às barragens da Fazenda Badaró, eixo do córrego Sucuriú, no município de Francisco Badaró; de Tocoiós de Minas; Água Suja; de Chapada do Lagoão; de Sacode, e de Vale Verde. As visitas foram feitas a requerimento do deputado Roberto Amaral (PSDB). Segundo o relatório, o objetivo do "Programa de melhoria de oferta de água no semi-árido mineiro" não foi alcançado. Das 132 barragens previstas, apenas 70 foram executadas, com custos variando de R$ 33 mil até R$ 187 mil, aproximadamente, totalizando R$ 5.602.648,92. O programa tem por objetivo construir pequenas barragens ao longo de cursos d'água intermitentes de forma que a população tenha água por um período maior durante o ano. Prevê, numa primeira etapa, a construção de 132 barragens em 44 municípios, a uma média de, no máximo, três por município. As fontes de recursos para o andamento das obras são o tesouro estadual, através de recursos orçamentários em dotação do IGAM, no valor de R$ 2,1 milhões, e o Programa Comunidade Solidária, do Governo Federal, no valor de R$ 4,5 milhões, num total de R$ 6,6 milhões. O relatório mostra que, dentro dos recursos previstos, o custo unitário de cada barragem estava estimado em R% 50 mil. Comissão vai ouvir moradores da região A Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária aprovou requerimento do deputado Durval Ângelo (PT) para que seja incluído, no relatório, o resultado de fiscalização que está sendo executada pelo Tribunal de Contas do Estado. O deputado requereu, também, que a Comissão escute pessoas da região para dar esclarecimentos sobre a condição das barragens. Durante a visita, moradores fizeram vários questionamentos sobre a localização e eficácia das barragens, problemas com vazamentos e outros possíveis defeitos de construção. A deputada Maria José Haueisen (PT), que substituiu o deputado Durval Ângelo na visita, demonstrou grande preocupação com os custos e a eficácia das barragens. Ela relatou que, em visitas posteriores ao Vale do Jequitinhonha, ouviu várias críticas da população aos critérios para definir a localização das barragens - que teriam sido políticos - e aos recursos gastos, considerados altos. A deputada manifestou receio de que o relatório justifique e aceite erros da Copasa. O deputado José Braga (PDT), concordou com a deputada de que não houve estudo para perenizar os rios. O deputado Roberto Amaral (PSDB) lembrou que há diferenças entre os custos de construção de barragens e açudes - usados como comparação por fazendeiros da região. Observou, ainda, que os custos incluem obras complementares, como estradas de acesso e que a escolha do local é difícil já que "todo mundo gosta de barragem, mas ninguém quer ter sua propriedade inundada". O deputado ressaltou que o objetivo maior do programa é armazenar água numa região que sofre com a seca. Os deputados Miguel Martini (PSN), que preside a Comissão de Fiscalização Financeira; Roberto Amaral (PSDB), Sebastião Navarro (PFL), José Braga (PDT) e Maria José Haueisen (PT) foram acompanhados, na visita, pelo o diretor de Recursos Hídricos e Meio Ambiente da Copasa, Pedro Paulo Ferreira dos Santos e de técnicos da Companhia de Saneamento, além do engenheiro perito do Tribunal de Contas do Estado, José Gomes Ribeiro.
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