Técnicos discutem proj. que restringe circulação de veículos
A Comissão de Administração Pública da Assembléia ouviu ontem especialistas nas áreas de meio ambiente e transporte u...
05/11/1997 - 11:00Técnicos discutem proj. que restringe circulação de veículos
A Comissão de Administração Pública da Assembléia ouviu ontem especialistas nas áreas de meio ambiente e transporte urbano, dentro das discussões sobre o PL 1.320/97, do deputado Ronaldo Vasconcellos, que autoriza o Poder Executivo a implantar o Programa de Restrição à Circulação de Veículos Automotores na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Segundo o autor da matéria, o rodízio de automóveis pode contribuir para a redução da poluição ambiental e dos transtornos causados pelo congestionamento do trânsito na capital mineira. Para o presidente da Feam, Maurício Andrés, a proposição é pertinente porque trata "de uma questão grave em regiões metropolitanas, que é a poluição atmosférica". Ele disse que houve uma significativa redução das fontes fixas de poluição, ou seja, as indústrias, diminuindo de 7 mil toneladas para 600 toneladas a quantidade de resíduos sólidos em suspensão na atmosfera. Acrescentou, porém, que ainda existem várias medidas possíveis, como a que é proposta pelo deputado Ronaldo Vasconcellos. Maurício Andrés citou iniciativas em andamento, como os estudos para melhorar a qualidade do combustível usado pelos automóveis; a inspeção anual dos veículos, que será obrigatória a partir da entrada em vigor do novo Código Nacional de Trânsito; e a ampliação do monitoramento da poluição. O técnico sugeriu, também, que parte da receita proveniente da vistoria dos veículos seja destinada à consolidação da rede de monitoramento ambiental da cidade. BHTrans defende medidas operacionais e estruturais O diretor de Trânsito e Sistema Viário da BHTrans, Hélio Rodrigues, também apoiou a iniciativa da Assembléia, fazendo sua análise sobre a questão do trânsito. Para ele, ainda que seja uma medida operacional e paliativa, o rodízio pode contribuir para a melhoria da circulação de veículos em Belo Horizonte, favorecendo o transporte coletivo, usado por cerca de 1,6 milhão de pessoas, contra 700 mil que usam os automóveis. Disse, contudo, que a medida deve ser pontual, em horários e locais predeterminados, a exemplo do projeto da BHTrans, que pretende fazer o rodízio apenas em horários de pico. O diretor da BHTrans disse que, além das medidas operacionais, como a monitoração do trânsito e a presença mais atuante de fiscais e reboques para liberar rapidamente as obstruções no tráfego, existem projetos e obras definitivos que podem resolver o problema do trânsito. Citou a instalação de equipamentos que permitam uma programação semafórica mais eficiente, o estreitamento das relações entre os diversos agentes que atuam no trânsito e as campanhas educativas, já que, segundo ele, o envolvimento da sociedade é fundamental para a melhoria das condições do trânsito. Também favorável ao projeto, o presidente da Associação Brasileira dos Consumidores, Danilo Santana, disse que mais importante que os resultados práticos do projeto é o fato de a Assembléia buscar "a superação dos limites do direito individual para contemplar o coletivo". Acrescentou que se não for adotado este sistema, alguma outra medida deverá ser tomada para sanar os problemas de trânsito da cidade em favor da coletividade. O deputado Marcos Helênio defendeu o aprofundamento das discussões para evitar contestações futuras sobre a legalidade das medidas contidas na futura lei. Da mesma forma, o deputado Sebastião Helvécio defendeu a discussão ouvindo-se também opiniões dos que são contrários ao projeto, para que a população não seja prejudicada com uma medida tomada sob o pretexto de favorecê-la. Já o deputado Irani Barbosa criticou o projeto e o gerenciamento do trânsito pela BHTrans. Disse que a cidade ainda não atingiu níveis de poluição que justifiquem o rodízio e que a população mais pobre é a que seria mais atingida pela medida. Parecer é favorável à implantação de senha para serviço 900 Na fase inicial da reunião da Comissão de Administração Pública, foram aprovados pareceres pela aprovação dos PLs 788/96, do deputado Raul Lima Neto (PPB), e 1203/97, da deputada Maria José Haueisen (PT). O primeiro, relatado pelo deputado Ajalmar Silva (PSDB), teve parecer pela aprovação na forma do vencido em 1º turno. O projeto trata da obrigatoriedade de a Telemig implantar senha para acesso do usuário ao serviço 900. O segundo, relatado pelo deputado Marcos Helênio, institui o Fundo Rotativo de Fomento à Agricultura Familiar e de Viabilização de Assentamentos Agrários no Estado de Minas Gerais - Fomentar - Terra. A matéria tramita em 1º turno, na forma do substitutivo nº 1, da Comissão de Constituição e Justiça. Participaram da reunião os deputados Ajalmar Silva (PSDB), que a presidiu; Antônio Andrade (PMDB), Marcos Helênio (PT), Sebastião Helvécio (PPB), Ronaldo Vasconcellos (PL) e Irani Barbosa (PSD).
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