Comissão discute atraso e extravio de correspondências
As más condições de trabalho dos carteiros foram apontadas, pelo presidente do Sindicato dos Correios, Pedro Paulo de...
05/11/1997 - 03:18Comissão discute atraso e extravio de correspondências
As más condições de trabalho dos carteiros foram apontadas, pelo
presidente do Sindicato dos Correios, Pedro Paulo de Abreu Pinheiro, como a
principal causa do atraso e extravio das correspondências. O assunto foi
discutido nesta terça-feira (4), pela Comissão de Defesa do Consumidor da
Assembléia Legislativa, que ouviu também o coordenador de Operações da Empresa
de Correios e Telégrafos (ECT), José Maria Riani. Para o presidente do
sindicato, o descontentamento tem feito com que a categoria fique cada vez
mais desmotivada. Para ele, essa realidade é agravada com as modalidades de
seleção e distribuição utilizadas pela empresa, que provocam a concentração
cada vez maior das atividades dos funcionários.
Para o Coordenador de Operações da ECT, a prática da empresa está
adequada com as necessidades do mercado. Ele informou que os Correios
conseguem entregar, dentro do prazo, cerca de 93% das quase 40 milhões
correspondências que lhe são confiadas por mês. Para Riani, esse percentual
garante à empresa um grau de satisfação que, segundo pesquisa realizada pela
USP no primeiro semestre deste ano, chega a 95%. Ele acrescentou que os
Correios recebem, ao mês, cerca de 2 mil reclamações sendo que destas, 108 são
procedentes. "Não atingimos ainda o nosso ponto de excelência", observou.
Demissões - O presidente do Sindicato dos Funcionários ressaltou, ainda,
que as demissões aliadas à terceirização e ao uso da mão de obra de menores
fazem com que a situação global dos trabalhadores e o funcionamento dos
Correios fiquem comprometidos. "Como podemos esperar que um rapaz com 17 anos
possa exercer bem a sua atividade sem preparo e com uma sacola que pesa entre
15 e 20 quilos?", indagou Pedro Paulo. O representante dos Correios informou
que a empresa investirá em equipamentos e na preparação de seu pessoal.
Segundo Riani, até 1999 serão investidos cerca de R$ 2 bilhões, na adequação
dos serviços.
Para o deputado Antônio Andrade (PMDB), autor do requerimento que deu
origem à reunião, embora a credibilidade dos serviços dos Correios seja alta,
ela está ameaçada devido à baixa satisfação da população em relação aos
serviços prestados. "Hoje, a utilização do telegrama ou do Sedex é muito mais
em função da garantia de entrega do que de tempo", comentou.
Participaram da reunião os deputados Geraldo Nascimento (PT), que a
presidiu, José Militão (PSDB), Antônio Andrade (PMDB) e Ivo José (PT).
Participaram ainda o assessor de Relações Sindicais da ECT, Wanderley
Venturini, e diversos integrantes da Diretoria do Sindicato dos Funcionários
dos Correios.
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