Comissão debate situação da pré-escola sob a nova legislação
"A pré-escola em face da nova legislação" foi tema, ontem (29), da reunião da Comissão de Educação, Cultura, Desporto...
29/10/1997 - 10:48Comissão debate situação da pré-escola sob a nova legislação
"A pré-escola em face da nova legislação" foi tema, ontem (29), da reunião da Comissão de Educação, Cultura, Desporto e Turismo e Lazer, presidida pelo deputado José Maria Barros (PSDB), com representantes dos governos estadual e municipal, de escolas públicas, professores e pais de alunos. O deputado Gilmar Machado (PT), autor do requerimento que deu origem à reunião, disse que o objetivo foi o de aprodundar o conhecimento da Lei de Diretrizes e Bases (LDB) e do Fundo de Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério em relação à pré-escola. O deputado disse temer que a exigência de os municípios investirem no ensino fundamental leve as prefeituras a fecharem as turmas de pré-escola e manifestou preocupação com a redução de vagas na rede estadual de ensino. A representante da Secretaria de Estado da Educação, Maria Eliana Novais, disse que a redução de vagas na rede estadual vem ocorrendo desde 1991 e corresponde à expansão da rede municipal de ensino. Em contrapartida, o Estado vem investindo no ensino médio. Sobre a pré-escola, Eliana Novais informou que a prioridade para matrícula na rede pública é para alunos de seis anos de idade, pois não há vagas para todos. A representante da Secretaria de Educação disse ainda que, em Belo Horizonte, o Estado continuará mantendo o ensino pré-escolar, pois a Prefeitura Municipal não dispõe de espaço físico para expansão desta modalidade de ensino. Eliana Novais defendeu o uso de recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) para atendimento de creches. A representante da Secretaria Municipal de Educação, Lívia Maria Fraga, discordou da afirmação de que o número de vagas cresceu. Ela disse que o Estado está tirando em Belo Horizonte seis mil vagas, que a prefeitura não tem condições de repor em um ano. Assinalou que a eeducação infantil tem demanda crescente. Eliana Novais respondeu que a Secretaria está em entendimento com a Secretaria Municipal de Educação para tratar da expansão da rede municipal de ensino. Belo Horizonte possui 32 escolas de ensino infantil, sendo 11 da Prefeitura e 21 do Estado. Lourdes Maria de Jesus, representante do Sindi-UTE, criticou a publicidade do governo com educação, que caracterizou de "enganosa". José Augusto Braga, também do Sindi-UTE, disse que a Secretaria de Educação está impondo aos prefeitos um processo de municipalização, através do Fundo, que os induz a deixar a pré-escola de lado. Ele afirmou que o ensino infantil está sendo entregue à iniciativa privada e que as crianças pobres serão as mais prejudicadas. Braga acredita que a sociedade pode interferir no processo, através dos conselhos municipais que a LDB prevê. A diretora da E.E. Presidente Kennedy, Léa Leda Ministério, questinou a rapidez com que o Governo de Minas quer promover a municipalização. Representantes de pais de alunos defenderam a necessidade de lutar pela melhoria do ensino, pela permanência das crianças na escola por mais tempo e pela universalização do ensino em todos os níveis. O deputado Gilmar Machado disse que tentará incluir no projeto de lei que regulamenta a municipalização do ensino no Estado a extensão do ensino fundamental às crianças de seis anos. Participaram da reunião os deputados José Henrique (PMDB) e Marco Régis (PPS). Estiveram presentes professores das EE Major Américo Ferreira, E.E Kennedy, e da E.E. Pituchinha.
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