Fórum sobre Municipalização da Educação
Os Impactos e Perspectivas da Implantação da Lei 9.424/96 (Fundão), foi o tema de abertura do Fórum, na manhã de onte...
20/10/1997 - 07:08Fórum sobre Municipalização da Educação
Os Impactos e Perspectivas da Implantação da Lei 9.424/96 (Fundão), foi o tema de abertura do Fórum, na manhã de ontem, quando a primeira palestrante, Maria Eliana Novaes, superintendente de Organização do Atendimento Escolar da Secretaria de Estado da Educação chamou a atenção para o clima de desconfiança e insegurança reinante nos meios educacionais com a transferência do ensino para os municípios. A reforma administrativa do Governo Federal, a política econômica, a crise fiscal, o programa de demissão voluntária e as perdas de receitas municipais contribuem, sobremaneira, para suscitar essa ansiedade generalizada no conflito entre União, Estados e municípios. Como a municipalização do ensino é ponto já definido pela emenda constitucional, para Maria Eliana, resta aos administradores colocar a medida em prática, a partir de janeiro de 1998. Ela vê como pontos positivos da reforma, o fortalecimento do papel dos municípios, em forma de ganhos para as administrações municipais e para a população. Eliana entende que a criação do Fundo vai possibilitar que os recursos sejam realmente aplicados na educação, tendo o Conselho de Fiscalização do Fundo a incumbência de fiscalizar a alocação dos recursos. E mais, que o Fundo viabilizará uma melhoria da qualidade do ensino. PERDAS Eliana Novaes falou, também, sobre a preocupação reinante entre os servidores, temerosos de que os ganhos obtidos no sistema do Estado não sejam estendidos para a rede municipal. A diferenciação de carreira entre Estado e municípios, a questão da organização sindical, a estratégia de novos planos de cargos e salários. Concluindo, Eliana afirmou que o principal desafio da reforma é "evitar perdas com relação à receita e com a qualidade do ensino. Temos que promover ganhos, através da da estabilidade, do equilíbrio entre a receita e a despesa. Encontrarmos novos modelos de administração pública, principalmente na área de pessoal, buscando melhoria salarial no novo plano de carreira. O diretor da Superintendência Central de Orçamento da Secretaria de Estado do Planejamento, Antônio Luiz de Noronha fez uma demonstração sobre a transferência de recursos do Estado para os municípios e a canalização dos recursos do Fundo aos municípios. Ele apresentou, em transparências, as disponibilidades do Estado para a educação e as dificuldades de implementação e adaptação contábil para aplicação dos recursos, já que no Estado não existe um fundo estadual para educação e um agente financeiro para o Fundo. Para Carlos Roberto de Souza, presidente da União dos Dirigentes Municipais de Educação, "estamos no olho de um furacão", ao fazer menção à implantação do novo processo educacional. Para ele, o Fundão induz à municipalização do ensino, e o Estado de Minas Gerais tem buscado o entendimento no sentido de que esta cooperação é importante. Ele vê como vantagem da municipalização a redução custo/aluno, uma vez que o Estado gasta R$ 2 bilhões e 200 milhões com a educação, incluindo os gastos com folha de aposentados, que onera o custo por aluno, que sai por R$ 750 reais/ano. Sem a folha dos aposentados, o custo cai consideravelmente. Carlos Roberto também demonstrou sua preocupação futura porque a transferência do custo com pessoal, o custo previdenciário oriundo da transferência dos professores deverá onerar o tesouro municipal, comprometendo os recursos do município. Para evitar isso,ele sugere que os prefeitos tenham cuidado redobrado para não inviabilizar sua administração e comprometer a educação. "Devemos municipalizar os recursos e não as despesas; absorver turmas e não absorver escolas", concluíu.
Responsável pela informação: Eustaquio Marques - GCS -031-2907800