Polêmica marca discusão de PL que regulamenta uso de áreas
Muita polêmica marcou a discussão do PL 1293/97 de autoria do Poder Executivo, na Comissão de Constituição e Justiça ...
23/10/1997 - 10:59Polêmica marca discusão de PL que regulamenta uso de áreas
Muita polêmica marcou a discussão do PL 1293/97 de autoria do Poder
Executivo, na Comissão de Constituição e Justiça da Assembléia. O projeto
disciplina as atividades desenvolvidas em áreas de risco, em Minas. Segundo o
secretário de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, José
Carlos de Carvalho, o projeto tem como objetivo estabelecer parâmetros que
sirvam de referência para os municípios poderem garantir a segurança de seus
cidadãos e evitar que catástrofes, como as registradas no verão passado,
causem transtorno a uma grande parcela da população. Mas para o deputado
Antônio Julio (PMDB), há uma dúvida quanto a constitucionalidade do projeto,
pois, segundo ele, esse interfere na autonomia dos municípios.
Para o deputado, cada município de deve decidir qual é a sua postura
diante da questão da regulamentação do uso do solo. Ele acrescentou ainda que
projetos dessa natureza devem levar em consideração as diferenças regionais do
Estado, e que generalizações podem vir a provocar equívocos na aplicação da
legislação. O secretário explicou que a legalmente a legislação não fere ao
dispositivos constitucionais que se referem à autonomia dos municípios. "A
intervenção do Estado no parcelamento do solo, para afins de preservação
ambiental está prevista nas Constituições Estadual e Federal", ressaltou. Ele
acrescentou que o projeto nada mais quer do que dar subsídios para que os
municípios possam evitar a proliferação de ocupações irregulares.
Para o representante da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam), José
Cláudio Junqueira Ribeiro, a importÂncia do projeto está no adequado
balizamento dos assentamentos e na definição dos conceitos de risco e das
áreas que assim podem ser qualificadas. Para ele, a contribuição dessa Lei
para o Poder Público Municipal é a de definir os parâmetros de ação no
objetivo principal que é o de garantir a segurança da população.
O secretário de Meio Ambiente informou, ainda, que o PL garantirá a
recuperação das áreas utilizadas por atividades depredatórias. Ele explicou
que no processo de obtenção da licença de exploração, a empresa deverá
comprovar que possui condições financeiras para recuperar a área após a
exploração. Para o presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram),
esse "excesso de zelo" por parte do projeto poderá afastar investimentos no
setor de Mineração. Mas para o secretário isso não deverá acontecer, pois a
medida não vem para restringir, mas para disciplinar.
O projeto permanece na Comissão, e será ainda analisado pelas Comissões
de Meio Ambiente, Assuntos Municipais e Regionalização, Administração
Financeira e Orçamentária e Administração Pública.
Presenças
Participaram da reunião os deputados Hely Tarqüinío (PSDB), que a
presidiu; Antônio Júlio (PMDB), José Braga (PDT), Péricles Ferreira (PSDB) e
Ronaldo Vasconcellos (PL).
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