CPI ouve Presidente do Ipsemg
O presidente do Ipsemg, José Maria Borges, disse nesta terça-feira (14), em reunião da CPI do Ipsemg, que a reserva d...
16/10/1997 - 03:08CPI ouve Presidente do Ipsemg
O presidente do Ipsemg, José Maria Borges, disse nesta terça-feira (14), em reunião da CPI do Ipsemg, que a reserva de caixa do Instituto atingiu, em setembro, R$ 82 milhões 716 mil. Ele esclareceu que esta reserva, diferentemente da reserva técnica, destina-se a cobertura de despesas não previstas. José Maria Borges disse também que o Governo não retém mais recursos do Ipsemg e que a recomposição da reserva, iniciada em novembro do ano passado, foi possível pelo fato de o Instituto estar recebendo mais do que gasta. O deputado Gilmar Machado (PT) pediu esclarecimentos sobre a reserva de caixa, alegando divergências entre a fala do presidente do Instituto e do Secretário de Estado da Fazenda, que disse que o Estado não está pagando a parte do empregador. José Maria Borges admitiu que a intenção do Governo é quitar "privilegiadamente o referente ao empregado". Outro ponto de divergências é a dívida do Estado para com o Ipsemg. José Maria Borges disse que o Estado pagará a dívida em 30 anos e que o Ipsemg concorda com os valores estabelecidos pelo Tribunal de Contas, que chegam a R$ 880 milhões. Os recursos repassados pelo Governo estariam abatendo a dívida. Gilmar Machado voltou a contestar o Presidente do Ipsemg, dizendo que a Secretaria da Fazenda não reconhece os empréstimos tomados ao Ipsemg e por isso, não teria feito nenhum pagamento. José Maria Borges disse que a divergência de opiniões entre ele e o Secretário da Fazenda se deve a entendimentos diferentes sobre as contas do governo. Ele explicou que o Instituto possui uma sub-conta bancária, dentro da conta do governo, onde são postos os recursos. "O secretário João Heraldo trabalha com a concepção de caixa único", disse. Ele admitiu também que a reserva de caixa foi usada pela Secretaria da Fazenda há três meses, mas que, em caso de uso, são cobrados juros do Governo. Gilmar Machado insistiu em dizer que o dinheiro não foi repassado ao Instituto, que tem demandas como empréstimo habitacional, farmácia fechada, e outras, onde os recursos, se fossem realmente do Instituto, estariam sendo aplicados, em benefício de seus associados. O deputado Carlos Pimenta (PSDB) disse que ninguém pode impedir o governo de usar o dinheiro, por se encontrar no caixa único. José Maria Borges acrescentou que não há impedimento legal para a Secretaria da Fazenda usar o dinheiro e que o Instituto está estudando formas de reabrir o empréstimo habitacional. Pensionistas - José Maria Borges tratou também da questão de pensionistas do Ipsemg que recorreram à Justiça para receberem a pensão no valor que ganharia, se vivo fosse, o associado. São cerca de 1.200 pensionistas nessa situação. Borges disse que as pensões não são pagas porque a fonte de custeio para tal despesa não foi criada. Depois disse que o Ipsemg está pagando o valor integral, nos casos em que consegue identificar quando ganharia o associado falecido e que só não está pagando os casos em que há pendência judicial. Gilmar Machado disse que já há jurisprudência, firmada pelo Supremo Tribunal Federal, que solucionaria todos os 1200 processos judiciais. O deputado Miguel Martini disse que há uma anomalia na lei e que todos os estados têm problemas em cumprir o dispositivo constitucional. José Maria Borges disse que se o Instituto pagasse todas as pensões como determina a Constituição, consumiria 90% de todos os recursos arrecadados, o que o levaria à falência. Fundo - Em respostas ao deputado Wilson Pires (PFL), José Maria Borges defendeu a criação de um fundo público de previdência, com gerenciamento da iniciativa privada. O deputado Antônio Roberto (PMDB), disse que todo o problema do Ipsemg se resume a caixa e gerenciamento e perguntou se o presidente do Instituto não se reconhece como incompetente para gerir o Ipsemg. José Maria Borges respondeu que tem feito o melhor possível, dentro da legislação. Participaram, também, da reunião, os deputados Luiz Fernando Faria (PPB), Jorge Hannas (PFL) e Péricles Ferreira (PSDB).
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