CPI debate propostas para Ipsemg
A CPI da Assembléia que investiga a falta de repasse pelo governo estadual das verbas devidas ao Ipsemg promoveu onte...
24/09/1997 - 02:12CPI debate propostas para Ipsemg
A CPI da Assembléia que investiga a falta de repasse pelo governo estadual das verbas devidas ao Ipsemg promoveu ontem um debate entre convidados que em reuniões anteriores apresentaram propostas para a reestruturação do Instituto e para a questão da aposentadoria. Durante a primeira hora da reunião, os participantes fizeram uma exposição resumida de suas propostas e pontos de vista. Em seguida, tiveram início os debates, quando foram confrontadas as diferentes informações sobre modelos de aposentadoria, prestação de serviço de saúde e pagamento de pensão. O presidente do Ipsemg, José Maria Borges, foi o primeiro a fazer a sua exposição. Segundo ele, há um consenso sobre a necessidade de se mudar o modelo de previdência, visto que o sistema de repartição simples já deu mostras de falência. Para José Maria Borges, também fica clara a necessidade de melhoria do gerenciamento do Ipsemg, principalmente no interior do Estado, onde o serviço é praticamente todo terceirizado. Outro convidado, Virgílio Baião Carneiro Neto apontou na direção de uma organização da assistência médica tendo como base os planos usados pelas empresas, diferenciados e descentralizados. Alertou, porém, para a necessidade de aperfeiçoamento do cadastro do Instituto, como elemento essencial para a proposição de um novo modelo. Defendeu a terceirização dos serviços, mas mostrou-se favorável a um controle administrativo e de planejamento por parte dos beneficiários e interessados, repassando a terceiros apenas a parte operacional. Plano de custeio - A unificação dos institutos de previdência de todas as categorias dos sevidores públicos foi defendida por João Roberto Rodarte. Segundo ele é preciso elaborar um plano de custeio a partir da divisão dos servidores em grupos, separando pensionistas, inativos, ativos em condições de requerer benefícios e novos servidores. Através de um sistema de transição, o Estado constituiria um fundo de aposentadoria e continuaria arcando com os seus compromissos, mas de forma decrescente. Rodarte descartou o modelo de capitalização individual, defendido pelo ex-secretário de Previdência Social do Ministério da Previdência, Luiz Carlos Magalhães Peixoto, para quem a discussão deve ser acadêmica, em cima de números que, segundo ele, mostram a viabilidade da formação de um fundo composto por ativos do Estado, para custear as aposentadorias futuras. Para Peixoto, "as pessoas têm a obrigação de participar e se responsabilizar pelo sistema". Ainda segundo ele, as contribuições à aposentadoria nem sempre correspondem aos benefícios que são pagos pelo servidor, ao longo de sua história e isso seria corrigido pela contribuição individual, em que cada um tem a sua conta separada. Já o representante dos servidores públicos, João Diniz Pinto Júnior, disse que a solução dos problemas do Ipsemg passa pela democratização de sua administração, com a criação de conselhos compostos por representantes do funcionalismo. Ele apresentou um projeto desenvolvido pelos próprios servidores, com várias propostas, entre as quais a concentração do atendimento médico nas 25 regiões administrativas do Estado, evitando que o servidor venha até o hospital do Ipsemg em Belo Horizonte e desta forma desobstruindo o sistema. Também propõe a retirada do ambulatório do hospital, criando ambulatórios periféricos. Segundo João Diniz Júnior, propostas como esta estão contidas no documento e só não são adotadas pelo governo porque não há interesse. Na fase dos debates foram feitas várias perguntas sobre custo do atendimento médico terceirizado; sobre a viabilidade de se criarem fundos específicos para a aposentadoria, pensão e assistência médica; e sobre as propostas alternativas apresentadas pelos debatedores. A reunião foi presidida pelo deputado Miguel Martini (PSN). Participaram os deputados Sebastião Costa (PFL), relator da CPI; Gilmar Machado (PT), Luiz Fernando Faria (PPB) e Carlos Pimenta (PL). Também presenciaram os deputados Anderson Adauto (PMDB), Péricles Ferreira (PSDB) e Dimas Rodrigues (PPB).
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