Pres.de Assoc. propõe terceirização como solução p/ o IPSEMG

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga o Ipsemg ouviu nesta terça-feira (9) o presidente da Associaç...

10/09/1997 - 02:15

Pres.de Assoc. propõe terceirização como solução p/ o IPSEMG



     A Comissão  Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga o Ipsemg

ouviu nesta  terça-feira (9)  o presidente  da Associação dos Serviços

Assistenciais Próprios  de Empresas  (Asaspe), médico  Virgílio  Bayão

Carneiro. Ele  defendeu a  terceirização  dos  serviços  médicos  como

solução para  o Ipsemg.  O estado, segundo ele, ficaria com a parte de

planejamento  e   orçamento,  passando   a  parte   operacional   para

prestadores de  serviço da  área de  saúde. Virgílio Carneiro realizou

para o  Ipsemg um  estudo de viabilidade de implantação de um plano de

auto-gestão. O  objetivo era  o de  verificar a  viabilidade,  com  os

recursos  atuais,  da  reordenação  da  prestação  dos  serviços,  com

ampliação e melhoria da qualidade. A conclusão, segundo Carneiro, é de

que a tarefa "é viável, mas não fácil". O Ipsemg atende a uma massa de

800 mil beneficiários, mas Virgílio estima que esse número pode chegar

a 1.200 mil, porque o cadastro não está atualizado.

     A modalidade  de auto-gestão,  segundo esclareceu, é mais barata,

por prescindir  de despesas  com publicidade e lucro de proprietários,

entre outras, e oferece mais qualidade que os planos de pré-pagamento,

avaliou o  convidado. Nesse  contexto, um  plano com  cobertura ampla,

custaria em torno de R$13,80. No entanto, disse, a administração desse

serviço é mais trabalhosa.

     Ele informou que o Ipsemg tem uma estrutura com parte de serviços

próprios e  parte  contratada.  Os  serviços  não  são  oferecidos  na

quantidade  desejada,   gerando  dificuldades   de  internação.  Outro

problema do Instituto é o baixo grau de informatização do sistema, que

considerou precário.

     Virgílio Carneiro  defendeu a terceirização do serviço como forma

melhorar o  atendimento, sem    um  aporte  substancial  de  recursos.

Sugeriu que  a terceirização  no Interior  contemple várias  empresas,

para estimular  a concorrência  e que  haja uma  integração  entre  os

serviços da Capital e do Interior.

     O deputado  Carlos Pimenta  (PL) disse que os problemas do Ipsemg

vão do  desinteresse dos  profissionais ao  gerenciamento.  Lembrou  a

visita que fizeram ao Hospital Governador Israel Pinheiro (HGIP), onde

constatou problemas  nas áreas  de  cardiologia,  gastroenterologia  e

epidemiologia e  ausência de grande parte dos médicos, o que obriga às

pessoas a retornarem no dia seguinte.

     Virgílio Carneiro  comentou que  a  melhoria  do  atendimento  no

Interior diminuiria  a pressão  sobre a  Capital. Outra  falha por ele

apontada é  sobre o tempo de internação, de oito dias, no HGIP, contra

uma média  de quatro  dias. Ele  disse também que os serviços públicos

são mais caros que aqueles prestados por terceiros.

     Os deputados  Carlos Pimenta  e Gilmar  Machado (PT) questionaram

essa afirmação  de Carneiro.  Pimenta disse que tem verificado junto a

prefeituras do  Interior que  os serviços  de terceiros são mais caros

que quando o próprio município os executa. Gilmar Machado lembrou que,

em Uberlândia,  a prefeitura  está retomando  a gestão das Unidades de

Atendimento Intensivo  (UAI), que  eram geridas por empresas privadas,

dando prejuízo e mau atendimento.

     O  convidado   respondeu  também   a  questões  formuladas  pelos

deputados Miguel  Martini (PSN),  que preside  a Comissão,  e Anderson

Adauto  (PMDB),   que   considerou   a   proposta   de   terceirização

interessante. Participaram   também  da reunião os deputados Sebastião

Costa (PFL),  relator da  CPI, José  Braga (PDT) e Luiz Fernando Faria

(PPB).

Responsável pela informação: Francisco Mendes - GCS - 031-2907800