Especialista propõe unificação dos institutos de previdência
A unificação de todos os institutos ligados diretamente aos servidores públicos do Estado, com gestões claramente def...
03/09/1997 - 02:15Especialista propõe unificação dos institutos de previdência
A unificação de todos os institutos ligados diretamente aos servidores públicos do Estado, com gestões claramente definidas de cada um dos braços do sistema, dos benefícios previdenciários, passando pelos de assistência, de administração financeira e de convênios municipais. Essa foi a proposta defendida ontem pelo consultor João Roberto Rodarte, especialista em previdência privada, na reunião da CPI que apura a situação do Ipsemg, presidida pelo deputado Miguel Martini (PSDB). Neste modelo, Rodarte defende que os planos de custeio dos benefícios previdenciários e de assistência do novo instituto estejam em contas separadas, inclusive com rubrica própria no contracheque dos servidores. Os descontos para o sistema previdenciário e para um plano básico de assistência à saúde seriam obrigatórios, mas a partir de um determinado patamar, os custos de assistência médica se tornariam opcionais. "Essa contribuição adicional seria facultativa e proporcional à complexidade do plano de atendimento" - explicou. Na transição do modelo atual para o novo formato, o universo de servidores públicos seria dividido em três grupos. O primeiro, formado pelos servidores já aposentados, continuaria a ser atendido pelo Estado, durante um determinado prazo, ao mesmo tempo em que se comporia um Fundo Previdenciário para atendê-lo, extensivo àqueles servidores do segundo grupo, que já adquiriram o direito à aposentadoria, mas ainda não o exerceram. Fundo exige administração financeira autônoma A participação do Estado neste Fundo, segundo Rodarte, seria descrescente, já que o grupo é fechado e em extinção, pois não aceitaria a entrada de novos contribuintes. O terceiro grupo seria formado pelos demais servidores públicos que participariam com 1/3 da contribuição, para os que recebem até R$ 1 mil 200 e, acima deste teto, com parcelas paritárias, entre o Estado e o beneficiário. O sucesso deste modelo, conforme advertiu João Roberto Rodarte, dependerá, no entanto, da qualidade da administração financeira do sistema. "O fluxo da contribuição não poderá ir para um caixa único, não poderá ser requisitado na forma de empréstimo e nada mais parecido. A administração deste fundo tem de ser independente e autônoma. Se o aplicarmos a uma taxa de juros de 9% ao ano, o que é muito razoável - defendeu ele - o sistema estará bem remunerado e o custo para o Estado será de menos de 6,5%". Os membros da CPI ouviram as propostas do especialista e continuarão o debate nas próximas semanas, levantando novas sugestões que poderão compor uma proposta final de consenso, a ser apresentada no relatório final da CPI. Reforma da previdência ainda tem pontos frágeis João Roberto Rodarte fez também uma exposição sobre a proposta de Reforma do Sistema Previdenciário que tramita em Brasília. Ele observou que, ao garantir as regras atuais, para aqueles que já adquiriram direito à aposentadoria é uma das boas sugestões incorporadas ao projeto e que está aliviando, no curto prazo, o impacto sobre os gastos da previdência. "Essa condição - afirmou - esvaziou a corrida à aposentadoria que, numa época, pesou demais sobre o caixa do sistema". Observou também que a definição das regras de transição dão mais tranqüilidade aos trabalhadores, para aguardarem o tempo certo de entrarem com seus pedidos de aposentadoria. O especialista criticou, no entanto, a manutenção das aposentadorias especiais para os militares e parlamentares, já garantidas no projeto, e a que vem sendo pleiteada, com toda chance de sair vitoriosa, para a magistratura. Participaram ainda da reunião os deputados Carlos Pimenta (PL), Gilmar Machado (PT) e Sebastião Costa (PFL).
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