Comissão defende volta da Secretaria da Desburocratização
Em solenidade realizada no Plenário da Assembléia Legislativa, foi instalada a Subcomissão Permanente de Desestatizaç...
08/08/1997 - 02:13Comissão defende volta da Secretaria da Desburocratização
Em solenidade realizada no Plenário da Assembléia Legislativa, foi instalada a Subcomissão Permanente de Desestatização e Desburocratização da Comissão de Economia, Indústria e Comércio da Câmara Federal, presidida pelo deputado Rubem Medina. Medina empossou o presidente da Subcomissão, o deputado mineiro Francisco Horta, que falou sobre a transferência simbólica de funcionamento da Subcomissão para Minas Gerais, como uma homenagem ao Estado de orígem do presidente da Subcomissão. Ressaltou o objetivo dos trabalhos da Subcomissão como a abertura do debate, num processo amplo e longo com toda sociedade. "Ela funcionará como uma cartase, onde toda sociedade deve ser ouvida, na discussão da desburocratização e das privatizações no País. Para Horta, o trabalho da Subcomissão ao tratar da desburocratização mobilizará a população na busca de simplificação da vida do povo brasileiro. Ele acrescentou que já existe uma tendência dos membros da Subcomissão de sugerir ao Presidênte da República a volta do Ministério da Desburocratização ou a criação de uma secretaria de desburocratização, porque o Brasil tem o direito a serviços seguros, rápidos e eficientes. E é cada vez menor o espaço para o Brasil empresário, referindo-se às privatizações de empresas estatais. Citou o trabalho futuro da Subcomissão na privatização nas áreas de telefonia, petróleo, rodovias e ferrovias, hidrelétricas, esvaziando o Estado através da agilização e do estímulo à iniciativa privada. METAS DAS PRIVATIZAÇÕES O diretor de Infra-Estrutura do BNDE, Fernando Perrone,falou sobre o trabalho de desestatização realizado até então, quando foram arrecadados 16 bilhões de reais e, até o final do ano, será alcançada a cifra de R$ 22 bilhões de reais. E que o programa entrará na área de privatização na área de serviços públicos estaduais. Perrone lembrou que o programa de privatização está completando 7 anos, privatizando com sucesso empresas nos setores de siderurgia, petroquímicos e setor de ferrovias federais.Com as mudanças ocorridas no Governo Fernando Henrique, o programa deixou de ser gerido por ministros, passando, agora para a Subcomissão da Câmara Federal. Destacou Perrone que hoje o BNDS recebe grande número de investidores estrangeiros na busca de concessões de serviços públicos, demonstrando a dimensão e a credibilidade do País no exterior. Lembrou que o programa de de privatização é um "programa vencedor", tendo enfrentado ao longo dos tempos severas críticas, passando pelo escrutínio do Judiciário e do Tribunal de Contas e por CPIs. Por isso, acrescenta, a privatização brasileira passou a ser um programa imaculado, que vem valorizando o Brasil no exterior. Num futuro próximo, as privatizações atingirão os portos. A privatização das ferrovias, para Perrone, está funcionando como um ariete,pressionando o Governo Federal para levar a cabo a privatização dos portos. Ao finalizar, o representante do BNDS afirmou que está trabalhando em ação conjunta com o Ministério dos Transportes pela privatização dos portos, tendo iniciado com a privatização do terminal de conteiners de Santos, e que todos os portos deverão ser privatizados ao longo de 1998. O segundo palestrista, advogado e secretárioéxecutivo do extinto Ministério da Desburocratização, João Geraldo Piquet Carneiro falou sobre o programa iniciado em 1979, pelo então ministro Hélio Beltrão.Ele abordou três questoes questionando se a desburocratização foi um episódio de simplificação do sistema brasileiro; indagando sobre os motivos do declínio da desburocratização a partir de 1985, e, finalmente, qual e melhor estratégia para a retomada do programa em 1997. Ele lembrou que no período militar, a desburocratização ficou desacreditada em parte, porque o cidadão imaginava que serviria ao governo e não ao povo. Mas que, com o envelhecimento do regime em 1979, as reformas foram transferidas do âmbito federal para os governos estaduais.Para ele, a verdadeira reforma foi iniciada a partir de 1988. Antônio Augusto Anastasia, secretário-adjunto do Ministério do Trabalho, representando o ministro do Trabalho, Paulo Paiva,abordou o tema "A Flexibilização nas Relações de Trabalho",enfatizando o processo de desregulamentação promovido pela Subcomissão presidida pelo deputado Francisco Horta, que não deverá se exauris nos próximos anos. mas que será um movimento permanente, contínuo e durarouro. Ele afirmou que a proposta fundamental do Ministério do Trabalaho é o estímulo da via negocial, permitindo cada vez mais as partes, de maneira civilizada e autônoma convirjam sobre seus interesses, de modo que a ionterferência do Estado diminua cada vez mais, e seja substituída pela vontade das partes soberanas e livres, de modo que os sindicatos dos trabalhadores e empresários se tornem cada vez mais fortes. MESA A sessão foi aberta pelo presidente da Assembléia Legislativa, deputado Romeu Queiroz, que falou sobre a importância para Minas Gerais da instalação da Subcomissão. O deputado Rubem Medina presidiu os trabalhos da Comissão, e o deputado Francisco Horta coordenou os debates da Subcomissão. Participaram, ainda, os deputados federais Israel Pinheiro Filho (PTB), João Fassarella (PT), Lima Neto (PFL) e Luiz Braga (PFL).
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